Capítulo 4 – Territórios e Corações em Disputa

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Seo Minjun

Acordei com a luz do sol invadindo a cabana improvisada, aquecendo minha pele e me lembrando, cruelmente, de onde estávamos.

Por um instante, esqueci do pesadelo em que havíamos caído.

Mas então senti o peso confortável ao meu lado e lembrei: Haru.

Ele ainda dormia, respirando de forma ritmada, a cabeça encostada no meu ombro, a mão segurando firme a minha, como se mesmo inconsciente temesse me perder.

Fiquei ali por alguns minutos, observando-o.

Seus traços suaves, os cabelos desalinhados, os lábios entreabertos...

Haru parecia tão vulnerável, tão... bonito.

Desviei o olhar rapidamente, sentindo o rosto aquecer.

Não era o momento para esse tipo de pensamento.

Com cuidado, desfiz o entrelaço das nossas mãos e me levantei.

— Haru — chamei baixinho.

Ele resmungou alguma coisa ininteligível e rolou para o lado, abraçando o próprio braço como se fosse um travesseiro.

Sorri, apesar da situação, e agachei-me ao lado dele.

— Vamos, preguiçoso. Se quisermos sobreviver, temos que procurar comida de verdade.

Dessa vez, ele abriu os olhos devagar, piscando contra a luz do sol.

— Tá bom, chefe... — murmurou, a voz rouca de sono.

Após alguns minutos, deixamos o abrigo e seguimos pela floresta.

O chão era coberto de folhas secas e pequenos arbustos espinhosos.

Haru caminhava animado, como se estivéssemos em uma trilha de lazer, não perdidos no meio do nada.

— Olha aquilo! — ele apontou animadamente para uma árvore carregada de frutas pequenas e vermelhas.

— Espera! — exclamei, agarrando seu braço antes que ele tocasse no fruto. — Pode ser venenoso.

Ele se virou para mim, os olhos arregalados.

— Sério?

— Você nunca viu nenhum filme de sobrevivência? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Só filmes de romance — respondeu ele, completamente sério.

Não consegui evitar a risada que escapou da minha boca.

— Claro. Prioridades.

Ele sorriu, satisfeito por ter arrancado uma reação minha.

Continuamos explorando e, depois de muito esforço, encontramos algumas frutas que eu reconheci como seguras.

Enquanto colhíamos, Haru se afastou um pouco.

Quando o vi, estava brincando com uma borboleta que pousava em sua mão.

Ele ria, encantado, girando em círculos.

E, de repente, uma sensação estranha tomou conta de mim.

Um aperto incômodo no peito.

Um desejo absurdo de puxá-lo de volta para perto de mim. De guardá-lo, escondê-lo do resto do mundo, mesmo que o "resto do mundo" fosse apenas uma borboleta.

— Haru — chamei, minha voz soando mais áspera do que eu queria.

Ele parou, surpreso com meu tom.

— O que foi?

— Fique perto. Não sabemos o que pode ter nessa floresta.

Haru piscou, depois sorriu daquele jeito travesso dele.

— Está com ciúmes?

Quase engasguei.

— Não fala besteira — resmunguei, virando o rosto para disfarçar o rubor que subia pela minha nuca.

Mas Haru se aproximou, ainda sorrindo, e passou a mão levemente pelo meu braço.

— Não se preocupe, Minjun. Eu sou só seu.

Minha garganta secou.

Haru continuou andando como se não tivesse acabado de jogar uma bomba nas minhas emoções.

E eu fiquei para trás por alguns segundos, lutando contra o caos que ele havia instalado dentro de mim.

Enquanto o seguia, percebi que Haru estava certo.

Eu estava mesmo ficando possessivo.

E a ideia de perdê-lo... aterrorizava-me mais do que qualquer perigo daquela ilha.

Seo Minjun

Andamos mais um tempo pela floresta, atentos a qualquer sinal de perigo.

O calor era sufocante, e o zumbido dos insetos era ensurdecedor.

Mesmo assim, Haru parecia determinado a agir como se aquilo fosse uma grande aventura.

— Aposto que vamos encontrar uma cachoeira! — ele dizia, saltando entre raízes e arbustos, com um sorriso enorme no rosto.

Eu bufava atrás dele, carregando a sacola improvisada de frutas.

— Aposto que vamos encontrar uma cobra e você vai ser o primeiro a correr gritando.

Ele riu alto, sem se importar.

Quando finalmente decidimos voltar para a cabana, eu estava exausto — e irritado.

Haru não parava de cantarolar, inventando músicas sobre "Minjun rabugento" e "o príncipe da floresta".

Depois da décima música improvisada, eu explodi:

— Dá para ficar quieto um segundo, Haru? — rosnei, parando de andar e jogando a sacola no chão.

Haru virou-se para mim, surpreso com a minha explosão.

Por um segundo, seu sorriso vacilou.

O silêncio caiu pesado entre nós.

Eu respirei fundo, tentando controlar a irritação — mas também irritado comigo mesmo por ter falado daquele jeito.

Haru baixou o olhar, chutando a terra com a ponta do pé.

— Desculpa... — murmurou. — Eu só... estava tentando fazer você sorrir.

Minha raiva evaporou tão rápido quanto havia surgido, deixando um vazio desconfortável no lugar.

Suspirei, passando a mão pelos cabelos.

— Não é sua culpa — disse, me aproximando. — É só... tudo isso. Essa ilha, a fome, o medo... Eu não devia descontar em você.

Haru levantou o rosto e, para minha surpresa, seus olhos estavam marejados.

Meu peito apertou.

Sem pensar, puxei-o para um abraço.

No começo, ele ficou tenso.

Mas, em poucos segundos, relaxou, afundando o rosto no meu peito, agarrando a minha camiseta rasgada com força.

Passei a mão pelos seus cabelos bagunçados, sentindo-o tremer levemente.

— Me desculpa — sussurrei contra seus fios, a voz rouca de emoção.

— Eu não quero te irritar, Minjun — ele murmurou, a voz abafada. — Eu só... não quero que você me odeie.

Fechei os olhos, segurando-o ainda mais firme.

— Eu nunca conseguiria te odiar, Haru — respondi sem hesitar.

O silêncio se instalou novamente, mas dessa vez era diferente.

Era um silêncio quente, confortável.

Um silêncio de dois corações que batiam no mesmo ritmo, mesmo sem palavras.

Quando finalmente nos soltamos, nossos rostos ficaram perigosamente próximos.

Senti sua respiração bater nos meus lábios.

Por um momento, o tempo pareceu suspenso.

Nossos olhos se encontraram — e eu vi ali algo que reconheci, mas temia admitir: desejo.

Não era o momento.

Não ainda.

Afastei-me primeiro, limpando a garganta.

— Vamos... vamos voltar para a cabana.

Haru assentiu, corado, mas com um sorriso pequeno e sincero no rosto.

Enquanto caminhávamos lado a lado, nossas mãos se tocaram de novo, sem querer.

Dessa vez, nenhum de nós afastou.

Seguimos assim, de mãos dadas, deixando que a conexão silenciosa entre nós falássemos tudo o que ainda não tínhamos coragem de dizer em voz alta.

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