A Herdeira e o Garçom

A Herdeira e o Garçom

Brilho Inesperado

Amber Ortega, aos 22 anos, era mais do que uma jovem herdeira: era a alma vibrante por trás do império Ortega, uma cadeia de empresas de semijoias que ditava moda no Brasil e no exterior. De olhos cintilantes como safiras e um sorriso que hipnotizava qualquer sala, ela carregava uma combinação rara de carisma e comando. A cidade Z era praticamente da família Ortega — desde os eventos sociais até os investimentos urbanos, tudo tinha seu toque de ouro.

Apesar de viver em meio a luxo, Amber era genuína. Tratava todos com respeito, adorava rir alto, dançar sem motivo e, acima de tudo, amava seu trabalho. Seu restaurante mais recente, o Orégano & Ouro, era uma fusão de sofisticação e aconchego, e ela costumava visitá-lo discretamente para observar o movimento e garantir que tudo estivesse perfeito.

Foi numa dessas visitas que ela viu Ruan pela primeira vez. Alto, cabelos castanhos ondulados e um olhar doce e determinado, ele se movia entre as mesas com elegância e foco. Era novo na cidade Z, vindo da distante cidade X, onde crescera em um orfanato. Agora, aos 24 anos, conciliava o trabalho no restaurante com a faculdade de medicina.

Naquela noite, Amber usava um vestido verde-esmeralda que realçava seu poder natural. Sentou-se sozinha, e quando Ruan foi atendê-la, seus olhos se encontraram como se o destino tivesse planejado aquele momento com capricho.

— Boa noite, senhora. Deseja ver o cardápio? — perguntou ele com educação e um leve sorriso.

Amber levantou uma sobrancelha divertida.

— Senhora? Agora você me ofendeu — disse, brincando, e Ruan, por um instante, pareceu nervoso.

— Desculpe, é o hábito... senhorita?

Ela sorriu, encantada com o jeito dele.

— Amber. Só Amber. E você é novo aqui, não é?

— Sou sim. Ruan. Muito prazer.

E assim começou uma história que o tempo insistiria em repetir. Eles se cruzariam em eventos, pequenos-almoçosinusitados no restaurante, encontros casuais na universidade onde Amber apoiava projetos sociais. Cada encontro era como uma pedra rara se encaixando num colar único, até que ambos perceberam: estavam a ser lapidados pelo amor.

Faíscas

Após aquele primeiro encontro, Amber não conseguiu tirar Ruan da cabeça. Era estranho — ela, que já havia sido cortejada por empresários, artistas e herdeiros do mesmo calibre, agora se pegava pensando no garçom de sorriso tímido e com um olhar sincero. Não era só a aparência. Havia algo no jeito dele falar, ouvir e respeitar o espaço das pessoas que a tocavam de forma inesperada.

No dia seguinte, ela apareceu no restaurante de novo — dessa vez, acompanhada de um tablet, fingindo estar ali para trabalhar.

Ruan a viu de longe, e seu coração deu um salto. Ele não era tolo: sabia quem era Amber Ortega. Mas algo nela fazia parecer que o mundo à volta desaparecia, como se o brilho da herdeira não fosse arrogante, mas quente.

Ele a atendeu novamente, e os dois trocaram algumas palavras, até que Amber, sem rodeios, perguntou:

— Você tem algum tempo livre hoje?

Ruan, surpreso, assentiu.

— Tenho sim, depois do expediente.

Ela sorriu.

— Ótimo. Quero te mostrar uma coisa.

Naquela noite, ele a encontrou no mirante da cidade Z, onde as luzes pareciam dançar sobre os morros. Amber o esperava com dois cafés em copos térmicos.

— Aqui é meu lugar favorito. Sempre venho quando preciso lembrar quem eu sou, sem o nome Ortega, sem a pressão, sem os holofotes.

— E por que me trouxe aqui? — Ruan perguntou, curioso, mas com um sorriso nos lábios.

— Porque você me faz esquecer de tudo isso. E eu preciso disso agora.

O silêncio que se seguiu foi confortável. Ruan a observava como se Amber fosse uma estrela fora do lugar, brilhando entre as pessoas comuns — mas sem jamais se sentir acima delas. Ela o encarava como se finalmente tivesse encontrado alguém que não se curvava ao seu poder, mas a via como mulher, não como herdeira.

A partir dali, encontros casuais se tornaram encontros planejados. Mensagens trocadas no fim do expediente, almoços rápidos entre aulas e reuniões. Amber começou a financiar, sem que ele soubesse, uma reforma no orfanato da cidade X. Ruan, por sua vez, evitava se deixar levar. Sabia que mundos diferentes como os deles raramente se encontravam sem consequências.

Mas o destino não se importa com rótulos.

E os dois estavam prestes a descobrir isso.

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Comments

Robertt Oscar'

Robertt Oscar'

gostei muito, bem empolgante.

2025-04-28

2

Danielle Araujo

Danielle Araujo

Ótima história...

2025-04-30

1

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