pouco a pouco

Não fazia ideia de que horas eram, nem conseguia ter noção se era muito tarde, minha mente estava completamente relaxada enquanto eu ouvia de longe uns passarinhos cantando. Eu sabia que estava despertando aos poucos, mas não queria acordar, meu corpo estava cansado e eu ainda me sentia sonolento por causa das horas de sono que perdi com o Allan.

Pensei em voltar a dormir na hora, só que ouvi o barulhinho bem característico de uma arma sendo carregada, então abri os olhos rápido e vi meu alvo a poucos passos de mim. Allan estava de costas, vestido como se fosse sair pra uma missão, então não perdi tempo e chamei ele, querendo atrasar sua saída.

Se ele for embora, não vou conseguir vigiá-lo, nem ver se ele tá envolvido na missão do ômega sequestrado, então era essencial dar um jeito de segurar ele ali.

— Aonde você vai? — perguntei só pra chamar atenção.

Claro que funcionou, né. Eu tava pelado em cima da cama, coberto só por lençóis brancos que escondiam minha parte íntima e uma parte do meu corpo. A cama agora era todinha minha, o que me permitiu deitar de forma mais provocante, todo espalhado.

Eu queria ver ele me devorando com os olhos de novo, igual tinha feito há poucas horas. A gente tinha dormido só no amanhecer depois do banho... Nem quero entrar em detalhes, sei que não é o foco agora, mas deu pra perceber que ele não é do tipo que se satisfaz com uma rodada só — parecia um bicho no cio do jeito que atacou meu corpo, deixando marcas por tudo.

— Vou sair só por uns minutos — ele disse, guardando a arma carregada no coldre preso no cinto da calça, antes de se aproximar de mim.

— E como é que você vai? — perguntei, me arrastando de gatinho até a beirada da cama pra ficar mais perto dele.

Como Allan chegou mais perto, deslizei minhas mãos pelo peito dele e me ajoelhei na cama, abraçando o pescoço dele. O curioso é que ele nem encostou em mim, o que já deixava claro que ele não queria se distrair.

— Vou pegar seu carro emprestado — ele falou, olhando pela janelinha perto da cama. Não consegui segurar o sorriso quando vi meu carro ali — era o único transporte que a gente tinha no momento.

— Com que autorização? — perguntei, achando graça.

— Não preciso de autorização — ele respondeu, passando a boca da arma pelo meu abdômen e subindo devagar pelo meu corpo.

— Ah é? Vai me matar e roubar meu carro? — brinquei, sem me preocupar, porque sabia que pra ele não valia a pena me matar agora.

Allan deslizou a arma até minha boca, e com uma expressão debochada nos lábios. De forma bem provocante, abri um pouco a boca e passei a língua no cano da arma, enquanto minha mão deslizava pra baixo, acariciando o volume dele devagar.

Foi tudo muito rápido — quando tirei a língua da arma, ele largou a pistola pra me beijar com força, esfregando a língua na minha de um jeito bem safado. Claro que eu só queria distrair ele — assim que ele soltou a arma, eu arranquei o cartucho e joguei a arma pro outro lado do trailer, pra garantir que nenhuma bala me acertasse por acidente.

Além disso, como eu precisava ir junto com ele, me joguei pra trás pra ele cair em cima de mim e enrolei minhas pernas no corpo dele, prendendo ele ali. Meu corpo ainda tava doendo da noite anterior, então não era a melhor ideia fazer de novo, mas era a única forma de atrasar ele e garantir que a gente fosse junto.

Como eu tava cansado, nem procurei fazer joguinho antes, só tirei o pau dele e aproveitei que eu já tava pelado pra roçar na minha entrada enquanto a gente se beijava. Queria que a boca dele me distraísse, sabia que ia doer, mas mesmo assim ajudei ele a me penetrar, fechando os olhos com força pra segurar a dor.

Ainda bem que as carícias que vinham junto com as investidas deixavam tudo mais suportável, até dava prazer no meio dos beijos intensos que nem deixavam a gente falar direito. Cada gemido era engolido pela boca do outro, como se a gente não quisesse perder um segundo sem se tocar de forma safada.

O cheiro dele me deixava maluco de novo, sentia até um friozinho na barriga, mas nem queria pensar muito nisso. Preferi culpar as feromonas dele em vez de imaginar besteira envolvendo sentimentos. Isso aqui não pode ter esse tipo de coisa, ele é só parte da minha missão, nada além disso.

— Haah... — ele gemeu, cortando o beijo pra olhar nos meus olhos antes de atacar meu pescoço — Você tá mais apertadinho que algumas horas atrás... — murmurou, acelerando os movimentos — Tava com tanta saudade assim...? — perguntou, me fazendo rir.

— Ou tá inflamado... — respondi, sentindo ele deslizar as mãos pelas minhas pernas pra abrir ainda mais e se enterrar mais fundo — Ah... nng... — gemi, me agarrando ao corpo dele.

— E — ele se aproximou do meu ouvido — qual é a desculpa pra tá tão molhadinho assim...? — perguntou, acertando bem naquele ponto que me deixava sem ar.

— N-não tenho... desculpa pra isso... — sussurrei no ouvido dele, deslizando meus dedos pelas costas dele enquanto gemia baixinho — Mas definitivamente você... ah... é o responsável... mmmh... — adicionei, sentindo ele crescer ainda mais dentro de mim.

Nossos gemidos ecoavam no quartinho apertado enquanto ele me comia gostoso, e a única testemunha era a cama, que rangia toda vez que o quadril dele batia na minha bunda.

A gente curtia esse tipo de sexo sem frescura, era óbvio. Eu sentia o quanto ele me desejava a cada estocada, e parecia que, em vez de aliviar, o tesão só aumentava conforme a gente se devorava.

Mesmo no auge da excitação, ele teve que se controlar pra gozar fora. Não queria gozar dentro de mim, e eu também não queria ter que tirar o gozo no banho depois, ia ser constrangedor, ainda mais que eu planejava tomar banho com ele.

A gente gozou praticamente junto. Quando ele tava quase lá, saiu de dentro de mim e esfregou o pau no meu, misturando o gozo dele com o meu no meu abdômen.

— Haah... — suspirei tentando recuperar o fôlego, do mesmo jeito que ele.

— Isso foi...

— Incrível... — soltei sem pensar, ficando todo envergonhado por completar a frase dele.

— Foi mesmo... — ele respondeu sorrindo antes de me beijar com mais carinho.

Depois que nos acalmamos, fomos pro banheiro, nos arrumamos e saímos juntos. Eu tinha conseguido o que queria, só que, no fim, ele me levou pra tomar café da manhã primeiro.

Deu pra ver que ele não tinha planejado isso, mas pelo menos comi um café maravilhoso que ajudou a reforçar nossa "amizade". Depois recebemos ordens de seguir um possível suspeito, e aí voltamos a trabalhar como sempre.

[...]

Passou uma semana e eu ainda não tinha encontrado nada suspeito que o envolvesse no sequestro. Na verdade, estávamos ficando um pouco mais próximos, mesmo sem termos transado. Desde aquela vez no trailer, trocávamos apenas "olhares" que falavam por si só.

Hoje eu planejava ir até a casa dele. Minha desculpa era buscar informações sobre o ômega, mas na realidade, eu planejava investigar um pouco o lugar. Certamente haveria algo ali. A casa dele é muito maior do que o trailer; seria quase impossível não encontrar nada.

Allan concordou em me receber hoje na casa dele. Não precisei me esforçar muito para convencê-lo, o que me deixou um pouco desconfiado, mas ao menos ele fingia bem suas intenções comigo.

Demorei um pouco para encontrar a casa. As luzes estavam apagadas e, por um momento, pensei que ele não estivesse lá. Pelo menos até que toquei a campainha, com minhas coisas em uma maleta, e ele veio me receber. Gostaria de tê-lo visto sem camisa, como naquelas cenas típicas de filmes, mas, infelizmente, ele estava vestido.

— Quer comer alguma coisa? — ele perguntou assim que entrei na sala e acomodei minhas coisas na mesinha de centro. — Posso pedir o jantar.

— E se você me preparasse o jantar? — perguntei, enquanto ele me observava atentamente arrumando minhas coisas.

— Não estou com vontade de cozinhar — respondeu com certo desdém.

— Ah, vamos lá... — disse me aproximando dele — cozinha para mim... — pedi de forma doce.

Allan olhou nos meus olhos e deslizou a mão pela minha bochecha, ficando alguns segundos em silêncio. Achei que fosse recusar, mas surpreendentemente aceitou. Enquanto ele cozinhava, eu ficava sentado nos bancos da ilha da cozinha, supostamente trabalhando — ou melhor, fingindo trabalhar — enquanto conversávamos.

Falávamos apenas sobre a missão. Inclusive, conseguimos fazer ligações entre suspeitos já eliminados e outros indivíduos, graças às informações roubadas dos relatórios dos nossos colegas. Normalmente, após uma missão, precisamos preencher relatórios que são enviados para o sistema de armazenamento da empresa, então eu podia ler as informações dos outros agentes.

Eu, particularmente, nunca faço essa papelada. Normalmente ela se acumula e algum novato acaba fazendo por mim. Agentes novatos são presas fáceis para mim — e, de quebra, reforçam seus conhecimentos.

De acordo com o relatório da equipe 004, havia sete indivíduos envolvidos; dois deles já estavam mortos, então restavam apenas cinco. O relatório dizia que haviam localizado um e planejavam se infiltrar para expor o suspeito.

— Colocaram o nome? — perguntou Allan, se aproximando para ler a tela do meu laptop.

— Sim. Devíamos fazer uma visitinha também — sugeri enquanto ele lia o relatório com atenção.

O rosto de Allan estava muito próximo ao meu. Quando virei para olhá-lo, não pude evitar sentir aquele formigamento que sempre sinto quando sou impregnado com suas feromonas. E como ele parecia tão concentrado, roubei-lhe um beijo para provocá-lo um pouco. Só que, há tempos, beijá-lo já não era mais uma provocação para nenhum de nós dois.

Na verdade, Allan deslizou a mão pelo meu rosto e aprofundou o beijo de forma calma, como se quisesse ir devagar desta vez. No entanto, meu plano era investigar a casa dele — eu não tinha tempo para ir devagar.

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