Amanhece, as cortinas estão abertas e o sol ilumina o quarto. Jun Jaeyoon está sozinho na enorme cama. O corpo está dolorido, os pulsos estão marcados de novo, as desculpas para tal acontecimento estão se esgotando. A noite foi longa, deveria dormir agora, pois viu o amanhecer enquanto era levado a mais um momento de prazer. Kim Jung Hee nunca estava satisfeito, nunca.
Com dificuldade chega até o banheiro. Quer tomar um bom banho, mas será que dá tempo?
Quero tomar banho também.
Hee, estou cansado, minhas costas doem.
Farei uma massagem …
Não precisa. – Jun Jaeyoon conhece as massagens do Jung Hee e até onde elas vão. - Preciso voltar para casa.
Não.
Preciso voltar para casa, Hee.
Não, hoje você fica. - diz Kim Jung Hee calmamente, como se o outro nada tivesse dito. - Vamos tomar um bom banho e depois servirei um café a moda do ocidente.
As palavras saem delicadas, mas Jun Jaeyoon não quer irritá-lo, será como trazer uma tempestade sobre si, mas precisa voltar para casa, talvez a mãe esteja preocupada. Bobagem. A quem quer enganar? Sua mãe provavelmente está dormindo, não se incomodando em fazer o café da manhã do irmãos menores.
Sente uma leve dor nas costas, bem no lugar que Jung Hee passou a esponja, recuou involuntariamente.
Dói?
Um pouco.
Fui bruto?
Por que pergunta?
Para ser simpático. - e aquele homem sorri.
Esse foi a primeira coisa que encantou Jun Jaeyoon, o sorriso de Kim Jung Hee. Quantas vezes defronte do espelho disse a si mesmo que era loucura, aquele homem era seu tirano, como Sun Seok gostava de chamá-lo, não era nada a não ser um brinquedo, que estava durando muito tempo, de acordo com o secretário dele, Minseok. Nada e ninguém prendia Kim Jung Hee e Jun Jaeyoon só queria fugir de tudo e de todos, escapar das garras e das algemas do seu tirano.
O banho foi bom, não aconteceu nada, talvez por causa das caretas que fazia da dor que sentia, Kim Jung Hee resolveu dar uma pausa.
Onde está minha roupa? - pergunta Jaeyoon.
Guardei. Vista aquelas que eu deixei em cima da cama.
Os empregados de Kim Jung Hee eram no mínimo muito discretos. Quando os dois chegam no quarto, as janelas estão abertas, a cama arrumada e com lençóis limpos. A roupa que Kim Jung Hee separou, pode-se chamar de estranha. Consiste em uma blusa de lã enorme e uma cueca nova, dentro do plástico ainda e só.
Vou usar só isso?
Está ótimo! - Kim Jung Hee olha com volúpia para as pernas bonitas, do moreno de olhos tristes. - Quero você andando pela casa, assim com você está.
Não sou um bichinho! - diz Jaeyoon e se lembra da sua situação.
Kim Jung Hee se aproxima, parece um felino se aproximando de sua vítima, pronto para o bote.
Você me pertence, não tem direitos a escolhas. Você se lembra disso?
Sim, Jaeyoon se lembra bem do motivo que o traz toda a semana aquela casa.
__ Venha meu coelhinho, vamos tomar café.
Coelhinho? Era bem isso mesmo, um animalzinho, um bichinho para animar aquele homem poderoso. Um coelhinho nas garras do tigre.
Enquanto descia as escadas, Jaeyoon observa o dono da casa. Não sabia quando se apaixonou por aquele homem sem coração, talvez quando ele sorria, ao fazerem amor. Fazer amor? Não. Aquele homem era bruto e exigia a entrega total, no começo se incomodava com a rigidez de Jaeyoon, mas aos poucos foi destruindo todas as barreiras que Jaeyoon erguera para não deixar que aquele homem se aproximasse, quando a última barreira caiu, Jaeyoon estava vencido e apaixonado. Nunca deixou que Kim Jung Hee suspeitasse disso, esconde com bastante empenho, a entrega no sexo fazia parte do envolvimento normal dos dois, mas nunca acreditou que é amor. Kim Jung Hee é implacável em seu intuito de fazer o moreno ceder, de se entregar de corpo e alma, mas o moreno resistia, no entanto, lá no fundo do coração, o moreno de olhos tristes, sabe que está sendo devorado dia a dia, por um tigre esfomeado.
O café foi bom, Kim Jung Hee estava estranhamente alegre, falava muito, Jaeyoon respondia com cautela, sempre houve truques nas palavras de Kim Jung Hee, que faziam Jaeyoon ficar atento agora.
Se não estivesse tão frio, levaria você para um passeio no meu jardim. - comenta Kim Jung Hee alegre, olhando pela grande janela na sala de jantar.
Sua casa é bem bonita.
Nunca tinha reparado antes?
Nunca a tinha visto a luz do dia. – Jaeyoon tenta um sorriso, mas o engole, esqueceu com quem conversava.
Mas Kim Jung Hee não tinha essa restrição e riu com gosto da observação de Jaeyoon.
Ora, ora. Depois de um ano, observo que você tem senso de humor e respostas afiadas.
Foi só uma observação. – Jaeyoon não quer deixar o último vestígio de dignidade que ainda tem cair. - Uma observação tola, nada demais. Não é uma conversa de amigos. Eu não quero ser seu amigo.
Não somos amigos, somos amantes e amantes conversam! - diz Kim Jung Hee ainda alegre. - Venha comigo ao escritório, tenho algumas ligações para fazer e quero ficar olhando para suas pernas.
Jaeyoon teve o ato involuntário de puxar a blusa, o que causou um riso inesperado em Kim Jung Hee e novamente aquele sorriso o hipnotizou. Abaixa a cabeça para não ver.
Trabalha de sábado também? - pergunta Jaeyoon para disfarçar.
Se eu quero continuar rico, tenho que trabalhar mais que os outros.
Simples e eficaz, esse é Kim Jung Hee.
Enquanto o tirano está ao telefone, imerso em papéis e assuntos urgentes, Jaeyoon observa-o por um instante antes de se deixar afundar na poltrona macia que o envolve como um abraço. A sala respira elegância discreta – nada de ouro excessivo ou ostentação vazia, mas uma harmonia de linhas limpas e materiais nobres.
Os olhos de Jaeyoon percorrem o ambiente. Uma prateleira repleta de livros encadernados em couro enfeita uma das paredes, enquanto na oposta, uma sequência de quadros chama sua atenção. Curioso, ele levanta-se e aproxima-se, reconhecendo ali obras de artistas consagrados, pinceladas que contam histórias em molduras finamente trabalhadas.
Ao continuar o tour silencioso, nota que a poltrona em que estava sentado faz par com outra, idêntica, ambas voltadas para uma mesinha de vidro polido. Sobre ela, um vaso de cristal abriga rosas brancas, suas pétalas quase translúcidas à luz suave que entra pela janela.
Ah, a janela.
Toda uma parede parece ter sido substituída por ela. Um retângulo imponente de vidro que emoldura o jardim lá fora como uma pintura viva. A mesa de trabalho, posicionada diante desse espetáculo, é surpreendentemente simples, feita de madeira clara de veios delicados, pés de ferro negro, sem adornos desnecessários.
Jaeyoon dá uma última olhada ao redor. Não há defeitos, não há excessos. A sala é… perfeita.
Gostou?
Jaeyoon se assusta, achava que Kim Jung Hee estava atento as ligações e aos papéis.
Bonita e aconchegante.
Obrigado. - aquele sorriso de novo.
Jaeyoon volta para a poltrona e no caminho pega uma revista para ler. Não viu os olhos que o seguiam, olhos cheios de desejo e admiração.
Os olhos de Jaeyoon passeavam pela revista, mas o verdadeiro interesse estava sentado na cadeira atrás da mesa. Quando foi que se apaixonou por ele, era a pergunta que fazia sempre. Aquele homem era mais do que lindo, tinha um olhar penetrante que fazia sua alma estremecer, também queria dizer o quão teimoso era. Os olhos era negros, diferentes do cabelo que é platinado, com uma franja que teimosamente cai sempre sobre os olhos. O nariz reto, com uma pequena marca de nascimento do lado esquerdo. A boca é um outro grande destruidor do juízo de Jaeyoon, macia, sabe disso, e é ali que surge o mais lindo sorriso do mundo. Kim Jung Hee é um homem muito bonito, o tipo que encantaria qualquer um, homem ou mulher, e ele sabia disso, o secretário Minseok já tinha feito o favor de dizer das várias amantes mulheres que Kim Jung Hee tivera no passado e que intercalava cada uma delas com belos espécimes masculinos. Jaeyoon fungou alto, um bando de tolos.
Algo errado?
Nada, só uma notícia boba na revista. - disfarça Jaeyoon.
O tempo está frio e a poltrona muito quentinha, o corpo cansado de Jaeyoon está pedindo por mais sono e o sono veio.
Sente um leve toque no rosto, ao abrir os olhos, se deparou com aquele sorriso de novo, fechou os olhos.
Se está tão cansado assim, vá dormir na cama. - Kim Jung Hee observou sério a reação defensiva de Jaeyoon. - Não se preocupe, estou louco para transar de novo, mas ainda não terminei e você parece mesmo cansado, então vá dormir, porque depois nada vai me fazer sair de cima de você.
Em um instante um cavalheiro e no outro um pervertido. - reclama Jaeyoon.
E qual dos dois você mais gosta? - provoca Kim Jung Hee.
Nenhum dos dois.
__ Mentiroso.
Temendo que a conversa caminhe para outra situação da qual não tem controle nenhum, Jaeyoon corre para o quarto e fecha a porta. A cama está confortável e logo está dormindo profundamente.
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Atualizado até capítulo 29
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