Capítulo 5
O retorno do evento beneficente foi silencioso, mas carregado de tensão. As crianças, exaustas da tarde de diversão, dormiram no banco de trás do carro. Isabela, sentada ao lado de Leonardo, tentava não olhar diretamente para ele. O cheiro amadeirado do seu perfume ainda impregnava seu vestido e os pensamentos. Desde o comentário no jardim – “Por enquanto” – sua mente não parava de repassar cada segundo daquela troca.
Ela não sabia ao certo se ele estava jogando com ela, testando seus limites, ou se estava finalmente cedendo àquilo que já vinha se desenhando entre olhares, toques acidentais e silêncios gritantes.
Quando chegaram na mansão, Isabela carregou Laura no colo até o quarto. Leonardo levou Davi, com mais cuidado do que ela esperava de um homem com fama de insensível. Ele cobriu o menino com delicadeza e ainda ajeitou a franja do filho, como se aquele gesto pudesse protegê-lo de todo o mundo.
Depois, os dois se encontraram no corredor.
— Obrigada por me incluir no evento — disse Isabela, em tom baixo. — Foi bonito. As crianças se divertiram muito.
— E você estava maravilhosa.
Ela desviou os olhos, sem saber como responder. Estavam próximos. Muito mais do que o aceitável entre um patrão e uma funcionária. A tensão entre eles era densa, quase palpável.
— Isabela — ele começou, num tom diferente, quase... vulnerável. — Eu não costumo misturar as coisas. Mas você...
Ela levantou os olhos para ele, desafiadora.
— Eu?
— Você me tira do eixo. E eu odeio perder o controle.
— Talvez o controle nunca tenha sido seu — ela disse, firme. — Talvez você só tenha construído muros altos demais e agora não sabe como descer deles.
Ele deu um passo à frente. O corpo dela respondeu com um arrepio involuntário.
— Você fala demais — murmurou.
— E você escuta de menos.
Ele tocou o queixo dela com a ponta dos dedos. Um toque leve, mas que incendiou o espaço entre eles. Ela manteve os olhos nos dele. Não recuou. Não tremia. E aquilo o enlouquecia.
— Isso é uma péssima ideia — ele sussurrou.
— As melhores sempre são.
Foi ele quem a beijou primeiro.
E não foi um beijo gentil.
Foi um beijo cheio de urgência, de frustração acumulada, de desejo contido por tempo demais. As mãos dele envolveram a cintura dela com firmeza, colando seus corpos. O calor que explodiu entre os dois foi imediato, incontrolável.
Isabela o puxou pela camisa, o fazendo recuar alguns passos até encostar as costas na parede do corredor. As bocas se buscavam como se o ar fosse escasso, como se aquele fosse o último momento do mundo.
Os beijos foram se intensificando, ficando mais profundos, mais desesperados. As mãos dele subiram pelas costas dela, deslizando pelas curvas com precisão, como se já soubesse cada centímetro de sua pele. Ela gemeu baixinho quando ele mordeu seu lábio inferior, e isso o enlouqueceu de vez.
— Seu quarto... — ela disse, ofegante.
Ele apenas a puxou pela mão, guiando-a sem hesitação. A porta se fechou com força atrás deles.
Leonardo a encostou contra a madeira e, num gesto hábil, desceu os zíperes do vestido, expondo os ombros delicados de Isabela. Ela tremia, não de medo, mas de antecipação. Seus olhos não desgrudavam dos dele. Ela queria aquilo. E queria com ele.
— Tem certeza? — ele murmurou, ofegante, com a testa encostada na dela.
Ela segurou o rosto dele entre as mãos.
— Tenho. Desde o primeiro “bom dia” mal-humorado.
Ele sorriu, quase encantado, antes de tomar a boca dela novamente.
O vestido caiu aos pés dela. Ele a observou, ofegante, enquanto passava os olhos por cada curva com um misto de fome e reverência. Ela estava apenas de lingerie, uma peça preta rendada, sensual e elegante como ela. Um contraste perfeito entre força e doçura.
Leonardo a ergueu nos braços como se fosse leve feito ar e a deitou na cama, posicionando-se sobre ela com um olhar faminto.
— Você é inacreditável.
— E você é mais intenso do que deixa transparecer.
As mãos dele percorreram o corpo dela com lentidão, explorando, descobrindo. Cada toque arrancava um suspiro novo de Isabela. Ele a beijava nos ombros, no pescoço, nos seios, como se quisesse memorizar o gosto de cada pedaço da pele dela.
Ela, por sua vez, não ficava atrás. As mãos exploravam os músculos dele, as costas fortes, o peito largo, o abdômen definido. Quando tirou a camisa dele, seus olhos se demoraram naquelas marcas de homem vivido, de alguém que havia enfrentado o mundo.
Ela o virou com um impulso, ficando sobre ele, e o beijo recomeçou, mais quente, mais ousado. Ela sabia o que queria. E ele também.
As roupas se foram por completo. Não havia mais barreiras.
O primeiro contato íntimo foi um choque. Um encaixe perfeito. Corpos que se entendiam como se tivessem sido criados um para o outro. O ritmo era lento, depois acelerava. Trocas de olhares intensas, gemidos abafados, palavras sussurradas que faziam a pele queimar.
— Isabela... — ele murmurava, como se invocar o nome dela fosse o único modo de se manter ancorado na realidade.
Ela não respondeu. Apenas moveu o quadril em sincronia com o dele, sentindo cada centímetro dele dentro de si, preenchendo um vazio que nem sabia que tinha.
Os movimentos se tornaram mais urgentes. A explosão veio como um trovão — quente, forte, arrebatadora. Ambos perderam o controle no mesmo instante, afundando juntos num prazer que parecia infinito.
Depois, os corpos suados ainda entrelaçados, os corações batendo em descompasso.
O silêncio, por fim, se instalou. Mas era um silêncio confortável.
Leonardo a olhou, ainda deitado ao lado dela, e disse com uma voz rouca:
— Isso muda tudo.
Isabela respirou fundo, com os olhos fixos no teto.
— Só se você permitir que mude.
Ele ficou quieto por um momento, pensativo.
— Eu nunca dormi com uma mulher com os meus filhos no quarto ao lado.
Ela se virou de lado, encostando a cabeça no braço dele.
— Eu nunca dormi com um homem que fosse mais do que um desejo.
Ele segurou a mão dela.
— E você é.
Isabela fechou os olhos. Sabia que aquilo não era uma declaração de amor. Ainda era cedo. Mas havia algo ali. Uma fissura na armadura. Uma promessa não dita.
E era o suficiente. Por agora.
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Atualizado até capítulo 22
Comments
bb_yang_yang
Terminei de ler e já quero uma continuação!
2025-04-17
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