Meu nome é Lorenzo Mancini. Tenho trinta e três anos e sou o homem mais temido da Calábria.
Não há uma única alma neste maldito país que ouça meu sobrenome e não estremeça. Sou o sucessor direto do império que meu pai construiu com sangue, aço e silêncio. Carrego o legado da máfia mais antiga da Itália, e se hoje respiro, é porque aprendi cedo que fraqueza é um luxo que homens como eu não podem ter.
Sempre vivi com um único objetivo: consolidar o poder da Família. Por isso, escolhi Chiara. Um casamento estratégico, perfeito, com uma filha de um dos meus homens de confiança. Seria conveniente. Simples. Sem emoções. Até que a maldita clínica jogou todo o meu plano no lixo.
Os espermatozoides que eu havia congelado como segurança genética foram implantados por engano. E agora, uma mulher completamente desconhecida carrega meu filho no ventre.
Uma mulher que se recusa a abrir mão da criança.
E, diante disso, a única coisa que me resta... é tomar o que é meu.
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Cheguei em casa como um furacão. As portas se abriram com um chute, os criados se afastaram ao ver minha expressão. Peguei o telefone, respirei fundo e disparei:
— Reunião de emergência. Dez minutos. Aqui em casa. Não aceito atrasos.
Nem esperei respostas. Desliguei e caminhei até a sala principal, onde a mesa redonda de carvalho maciço já me aguardava. Era nela que as decisões da Família Mancini eram tomadas. E hoje, todos eles ouviriam a minha.
Um a um, os homens chegaram. Riccardo, Matteo, Don Cesare... e por fim, Giovanni Ferretti, pai de Chiara. Seu olhar carregava a arrogância de sempre, como se já soubesse que essa reunião era sobre o casamento. Mal sabia ele o que estava por vir.
— O que está acontecendo, Lorenzo? — perguntou Don Cesare, sempre direto. — Uma reunião assim, sem aviso?
Apoiei as mãos sobre a mesa, firme.
— Não vou mais me casar com Chiara.
O silêncio que se seguiu foi absoluto. Até que a cadeira de Giovanni se arrastou bruscamente.
— Como é que é?! — ele se levantou, os olhos flamejantes. — Lorenzo, você enlouqueceu?! Você prometeu! Isso já estava selado!
— Mudei de planos — respondi friamente. — E vocês estão aqui para ouvir, não para questionar.
— Eu exijo uma explicação! — Giovanni rugiu.
Cruzei os braços e encarei todos eles. O ar parecia pesado. Nenhum homem ousava se mexer.
— Houve um erro na clínica de fertilização. Meus espermatozoides foram implantados na barriga de outra mulher. Ela está grávida. E se recusa a abrir mão do bebê.
Riccardo arregalou os olhos.
— Está brincando...
— Nunca brinco — rebati. — Essa criança é meu herdeiro. E se ela não vai me dar o bebê, então ela será minha esposa.
Giovanni quase caiu da cadeira.
— Isso é um absurdo! Você vai jogar tudo no lixo por causa de um erro?! Eu vou mandar meus homens matarem essa mulher agora mesmo! Cortamos o problema pela raiz!
Minha mão bateu com força na mesa, o som seco ecoando pelas paredes.
— Você não vai fazer nada!
Todos congelaram.
— Eu decido. Eu sou o Don. E essa mulher não será tocada. Se alguém sequer chegar perto dela, eu arranco a língua e os olhos.
Giovanni empalideceu.
— Isso é uma afronta... você vai jogar meu nome no lixo. Vai envergonhar minha filha!
— Sua filha nunca foi parte do meu futuro, Giovanni. Foi uma escolha conveniente. Agora não é mais. Me importo com sangue, com legado. E aquele bebê que ela carrega é meu. Nada é mais importante que isso.
Matteo, que estava calado até então, limpou a garganta.
— Essa mulher... ela é virgem?
Eu encarei ele.
— Não. Mas eu não dou a mínima.
Ele desviou o olhar imediatamente.
— O casamento será em três dias — continuei. — E é uma ordem. Eu não vou mais ouvir lamentos ou objeções.
— Você está jogando fora anos de planejamento! — Giovanni gritou. — Tudo isso por uma vadia que ninguém conhece!
Me aproximei lentamente, meus passos pesando sobre o chão de mármore.
— Cuidado com as palavras, Giovanni. A partir de agora, ela será minha esposa. E se eu ouvir alguém desrespeitá-la, não importa se é aliado, sangue ou irmão... eu mato. Estamos entendidos?
O velho engoliu seco. Os outros homens assentiram em silêncio.
— Vocês podem sair agora — ordenei, voltando à minha posição na cabeceira da mesa. — A reunião acabou.
Eles saíram em silêncio. Um a um. Alguns assustados. Outros desconfortáveis. Mas nenhum teve coragem de olhar para trás. Nem mesmo Giovanni.
A sala ficou em silêncio. A tensão ainda pairava, mas eu já tinha feito o necessário. Aquilo era o que separava homens fracos dos que comandam o mundo.
E agora, era hora de encerrar o último elo com o passado.
Peguei o telefone. Disquei o número de Chiara. Ela atendeu na terceira chamada, com a voz ainda alterada pela raiva.
— Finalmente resolveu me ligar? Vai me explicar que tipo de loucura foi aquela?!
Fiquei em silêncio por alguns segundos antes de responder.
— O casamento está cancelado.
— Como é?! Você enlouqueceu?! Meu pai vai te matar!
— Tente. Ele e qualquer outro que quiser. A decisão está tomada.
— Você é um idiota! Você está jogando tudo fora! Você nunca vai encontrar outra mulher como eu!
Soltei um riso seco.
— Ainda bem. Não quero. Vou me casar com a mulher que carrega meu filho.
Chiara ficou muda por alguns segundos.
— Ela é só uma barriga! Uma ninguém! Você vai se casar com ela só por causa de um erro?!
— Não foi um erro. Foi o destino. E eu não discuto com o destino.
— Vai se arrepender disso, Lorenzo! — ela gritou.
— Dificilmente.
E desliguei.
Sem despedidas.
Sem hesitação.
Fiquei olhando o telefone por alguns segundos, sentindo algo estranho dentro do peito. Não era arrependimento. Era uma espécie de paz.
Pela primeira vez em muito tempo... eu não estava tomando uma decisão apenas pela máfia.
Estava fazendo algo por mim.
E por ele.
Meu filho.
Três dias.
Era tudo que eu precisava.
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Atualizado até capítulo 25
Comments
Marli Batista
Autora ja estou apaixonada por sua história parabéns ♥️❤️♥️ cade as fotos dos personagens amo romance e adoro foto
2025-04-14
3
Roseli Santos
me deparei com esa história estou amando já amo esse mafioso decidido kkkkkk
2025-04-26
0
Celia Aparecida
nossa esse sim é um mafioso de respeito
2025-04-29
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