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Capítulo 5 – A Primeira Ameaça

O silêncio de Ravenspire era algo quase palpável naquela noite. Eleanor rolava na cama, incapaz de encontrar descanso. As palavras da carta que lera mais cedo ainda ecoavam em sua mente, assim como a expressão sombria de Tristan quando a flagrou. Ele escondia algo, e aquele segredo parecia corroê-lo por dentro.

Desde que pusera os pés naquele castelo, sentia como se estivesse sendo observada, como se os corredores de pedra escondessem olhos invisíveis. O peso do desconhecido pairava sobre ela, e a atmosfera fria do lugar parecia sussurrar advertências que ela não conseguia compreender.

Levantou-se, envolvendo-se em um xale para se proteger do frio cortante da noite. Caminhou até a janela, observando a paisagem escura que se estendia além das muralhas do castelo. As árvores retorcidas se moviam ao sabor do vento, suas sombras projetadas na terra como garras fantasmagóricas.

E então, um som.

Sutil, quase imperceptível, mas real.

O rangido leve de uma madeira se movendo.

Eleanor congelou.

Seus olhos se voltaram para a porta do quarto. Ela não se abriu, mas algo dentro dela dizia que não estava sozinha.

Um calafrio percorreu sua espinha, fazendo seus dedos apertarem instintivamente as dobras do xale.

— Quem está aí? — sua voz cortou o silêncio, suave, mas firme.

Nenhuma resposta. Apenas o som abafado de passos afastando-se no corredor.

O coração de Eleanor disparou, e seu corpo agiu antes que sua mente pudesse processar qualquer medo. Com um movimento rápido, ela cruzou o quarto e abriu a porta de uma vez, deixando a luz fraca das tochas invadir o ambiente.

O corredor estava vazio.

O frio da pedra sob seus pés descalços a fez estremecer, mas ela não recuou. Olhou para os lados, buscando qualquer sinal de alguém, mas o castelo parecia ter mergulhado em um silêncio ainda mais profundo.

Então, algo no chão chamou sua atenção.

Bem diante de sua porta, cravada no chão de madeira antiga, havia uma pequena faca.

E junto dela, um pedaço de papel dobrado.

O ar escapou de seus lábios em um suspiro contido. Com dedos trêmulos, ela se abaixou e retirou a lâmina, deslizando o papel para suas mãos.

O peso do momento caiu sobre ela como uma tempestade.

Desdobrou o bilhete devagar, os olhos percorrendo as palavras rabiscadas com pressa, quase como se a pessoa que o escreveu quisesse terminá-lo o mais rápido possível.

"Vá embora antes que seja tarde."

A ameaça era clara.

O silêncio de Ravenspire pareceu crescer ao seu redor, tornando-se sufocante. O bilhete tremia levemente em seus dedos, mas não era de medo. Era de indignação.

Alguém queria que ela fosse embora.

Alguém acreditava que um simples pedaço de papel e uma lâmina seriam suficientes para afastá-la.

Ela apertou os lábios, sentindo uma onda de desafio crescer dentro de si.

Levantou-se devagar, os olhos varrendo o corredor mais uma vez. Quem teria deixado aquele bilhete? Uma criada? Um servo fiel ao duque? Ou talvez… alguém ligado ao passado obscuro de Ravenspire?

Seu coração pulsava forte contra o peito, mas não de medo.

Se pensavam que poderiam intimidá-la, estavam muito enganados.

Ela não iria a lugar nenhum.

E a partir daquele momento, mais do que nunca, Eleanor estava decidida a desvendar os segredos de Ravenspire, custasse o que custasse.

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