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Ela foi até a janela e viu seu cigarro se apagando no meio das folhas secas.

— Nem tava na metade... — murmurou, cruzando os braços enquanto se virava para ele.

Cristhian a olhava com um ar debochado, virou as costas e subiu as escadas, deixando-a sozinha. Depois de um tempo, desceu usando um terno de marca, alinhado e impecável. Mal olhou para ela antes de sair, trancando a porta.

O dia foi passando, e o tédio começou a falar mais alto. Noah subiu as escadas até o quarto dele — um cômodo gigante e luxuoso, com um closet abarrotado de roupas de grife, sapatos caros e perfumes importados.

Ela já estava pronta para se jogar naquela cama enorme quando ouviu o barulho da porta se abrindo. Correu para o andar de baixo e fingiu estar bebendo água na cozinha.

Ele passou por trás dela e se escorou na bancada.

— Ainda não me apresentei: Cristhian Rubens. — disse ele, sem muita emoção. — E eu não fumo cigarro, então nada de cigarro na minha casa, ouviu, pirralha?

Noah revirou os olhos e cruzou os braços, irritada.

— Posso te perguntar uma coisa, Cristhian?

— Não. — respondeu ele, já virando as costas para sair da cozinha.

— Você sabe quantos anos eu tenho?

— Não me interessa. — retrucou, sem paciência.

Ela continuou, andando devagar na direção dele.

— Dezesseis. Recém-completos. Se a polícia souber que você tá mantendo uma menor presa numa casa no meio do nada, não vai pegar bem pra você.

Ele deu de ombros, com um sorriso debochado.

— Você não tá amarrada, as portas ficam só encostadas a maior parte do tempo… Então, tecnicamente, você não tá presa.

— Então eu posso sair?

Cristhian riu.

— Pode. Mas, se eu fosse você, não faria isso.

Noah ficou na cozinha e preparou algo pra comer. Antes de dormir, foi ao banheiro fazer sua rotina de skincare. Cristhian parou na porta e começou a rir.

— Qual é a necessidade disso?

Ela apenas fechou a porta com o pé e continuou o que estava fazendo.

Depois de sair do banheiro, procurou Cristhian pela casa. Não o encontrou no andar de baixo, então subiu para buscar uma coberta. Ao passar pela porta do quarto dele, o ouviu discutindo no celular. Tentou ouvir sem ser vista, mas ele acabou percebendo. Ela virou as costas rapidamente e foi até o armário pegar um travesseiro e uma manta. Quando desceu, foi direto para o deck e trancou a porta pelo lado de fora.

Cristhian, ainda no telefone, tentou abrir a porta, mas não conseguiu. Começou a gesticular e bater no vidro.

No início, Noah achou engraçado. Mas ele começou a bater com mais força e parecia bem bravo, então resolveu destrancar.

— O que você ouviu? — ele perguntou, sério.

— Nada. Por que você tá surtando?

— Eu não tô surtando. Vou sair, talvez não volte cedo, então não esteja acordada quando eu voltar.

Ele foi até a porta da frente, saiu e desapareceu com a moto no meio das árvores.

Já era tarde. Noah subiu para o segundo andar finalmente deitar naquela cama gigantesca, o plano era ficar alguns minutos depois descer, mas ela acabou dormindo na cama dele.

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