Prometidos ao Ódio, Destinados ao Amor
Prometida a Dom desde criança, Joyce sempre odiou a vida planejada para ela. Mas sua chance de liberdade surge quando convence os pais a deixá-la estudar nos EUA por cinco anos.
Lá, ela descobre um mundo novo, amizades reais e Ethan, um rapaz doce e completamente diferente de Dom. Enquanto Joyce aproveita a liberdade, Dom se torna o sucessor implacável dos negócios da família — mas a ausência dela o consome.
Cinco anos depois, eles se reencontram. Ela mudou. Ele mudou. Mas e o que sempre existiu entre eles? Ainda está lá — intenso, incontrolável e perigoso.
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PRÓLOGO
Ao sair do quarto, fui imediatamente atingida pelo barulho da festa. O grande salão estava repleto de convidados, todos em trajes impecáveis, discutindo negócios e fazendo piadas disfarçadas de elogios. No centro, uma mesa ornamentada com flores exóticas, arranjos de cristais e uma enorme fonte de champanhe borbulhando, como se o luxo fosse um reflexo da felicidade que todos fingiam compartilhar.
Eu, no entanto, não via motivo algum para sorrir. Cada olhar que me lançavam, cada comentário disfarçado de simpatia, me fazia lembrar que estava ali, mais uma vez, para representar algo que nunca quis ser — a peça final de um jogo de poder que nem ao menos envolvia minha vontade.
Meus olhos procuraram o familiar cabelo preto e o corpo imponente que atravessava a sala com uma confiança absurda. Dom. Ele estava ali, como sempre, atraindo olhares, como se fosse impossível não notar sua presença. Aqueles olhos verdes que sempre me incomodaram, e o sorriso quase desdenhoso que se desenhava nos seus lábios. Ele sabia que todos o observavam, sabia exatamente como se portar para ser o centro das atenções. E o pior de tudo: ele gostava disso.
Eu me movi para o outro lado da sala, tentando evitar o mais que eu pudesse aquela sensação sufocante que sempre tomava conta de mim quando ele estava por perto. A ideia de ser prometida a ele — a um homem que, além de tudo, eu desprezava — parecia mais absurda a cada segundo.
Mas o destino, ou melhor, os interesses das famílias, eram mais fortes. Um aperto no peito me lembrou o peso de tudo isso. A minha vida nunca seria só minha. Desde o dia em que fui obrigada a colocar um anel de noivado em meu dedo, era como se minha liberdade tivesse se desfeito no ar.
— Joyce.
Sua voz cortou meus pensamentos, profunda e imponente. Não precisava olhar para saber que ele estava ali. Ele tinha o dom de se fazer notar, mesmo quando não dizia uma palavra.
Virei lentamente, encarando-o de frente. Seu sorriso era aquela mistura irritante de confiança e diversão, como se estivesse se divertindo com a minha frustração.
— Você está muito bonita hoje — ele disse, com aquele tom sarcástico que eu conhecia bem.
Eu simplesmente levantei uma sobrancelha e dei um passo atrás. Ele não se movia. Não estava nem um pouco interessado em me deixar em paz.
— Eu não estou interessada em suas palavras vazias, Dom — respondi, minha voz fria. — Acho que já estamos bem cientes de que isso é um acordo. Nada mais, nada menos.
Ele deu um sorriso, mas seus olhos estavam intensos, como se as palavras que saíam da minha boca não o afetassem.
— E você acha que eu me importo com o que você pensa? — Ele deu um passo em minha direção, e de repente, o espaço entre nós parecia muito menor. — Está aqui, vestida para me impressionar. Não adianta negar, Joyce. Todos esses olhares, todos esses elogios... você só está aqui porque quer que eu te veja.
Engoli em seco, irritada com a audácia dele. Eu não queria sentir nada por ele. O ódio que nutria era o suficiente para me afastar de qualquer emoção. Mas, por algum motivo, ele tinha o poder de me deixar fora de controle.
— Eu não preciso de sua aprovação — rebati, tentando afastá-lo ainda mais. — E por favor, não finja que isso te incomoda.
Ele inclinou a cabeça, os olhos ainda penetrantes. E, por um momento, um silêncio desconfortável pairou entre nós. Não era só o espaço físico que nos separava agora, mas algo mais. Algo que eu não conseguia identificar, algo que me fazia querer explodir de raiva, mas ao mesmo tempo me fazia sentir uma tensão que eu jamais admitiria.
— Acho que você está certa — ele disse finalmente, o tom mais suave agora, mas não menos provocador. — Não precisamos de aprovação um do outro. Só precisamos seguir o que foi decidido.
Mas as palavras dele não me convenciam. Eu sabia que, por baixo de tudo aquilo, ele estava jogando um jogo que eu não entendia. E o pior era que, de alguma forma, ele sabia que eu estava caindo nessa teia, cada vez mais.
O som de uma música suave começou a tocar, e eu percebi que, por mais que quisesse fugir, sabia que o momento em que nos afastamos seria mais difícil do que eu imaginava.
— Não se preocupe, Joyce — Dom continuou, com um sorriso travesso. — A noite está só começando.
E, com essas palavras, ele se afastou, deixando-me ali, ainda consumida pela raiva e pela confusão. O que eu mais queria naquele momento era correr dali, desaparecer, e deixar tudo para trás. Mas eu sabia que isso não seria possível.
Este casamento, este futuro... Eles já estavam decididos. E eu ainda tinha muito a aprender sobre quem, de fato, era Dom. E o que esse homem, que eu tanto odiava, realmente representava na minha vida.
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Atualizado até capítulo 53
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