Capítulo 15

Heitor

Não queria sair de perto da Malu e do Nicolas hoje, mas o Alef precisa de mim. Quando vi a tia Nely subindo com a bandeja de café da manhã, acabei sorrindo, pois sei que tenho uma aliada na tentativa de reconquistar o amor da minha vida.

Heitor – Bom dia, tia!

Emanuelly – Bom dia, onde vai?

Heitor – Preciso resolver uma coisa, mas logo estarei de volta!

Ela apenas faz sinal positivo com a cabeça e sobe enquanto sigo descendo as escadas

Henry – Você já vai embora?

Ele fala em um tom seco e respiro fundo

Heitor – Preciso ajudar o Alef com uma coisa, volto logo em seguida, tio.

Henry – Hum! Estou indo trabalhar agora, quando eu voltar quero te ver aqui!

Heitor – Sim, senhor!

Henry – Sei que Malu já tomou a decisão dela, mas se você abrir brecha pra outro cara entrar, eu te mato, me entendeu?

Abro um pequeno sorriso e confirmo

Heitor – Não deixarei isso acontecer!

Henry – Ótimo, agora vá fazer o que tem que fazer pra voltar logo!

Me afasto sorrindo ainda olhando pra ele. Assim que cheguei no carro, Vicente estava me esperando do lado de fora

Vicente – Bom dia, senhor!

Heitor – Bom dia, vamos pro hospital.

Ele concorda e entramos no carro andes dele dá partida e seguir nosso caminho.

Vicente – Senhor, tomei liberdade e durante a madrugada voltei ao local do acidente para tentar achar alguma coisa.

Heitor – Deveria deixar isso com a polícia, Vicente.

Vicente – Eu sei, mas o que encontrei talvez a polícia desse um outro rumo pra ele, senhor.

Heitor – O que encontrou?

Vicente – Está nessa mala que está no banco de trás, veja!

Olho pra ele meio confuso e me estico pra pegar a mala

Vicente – Na explosão, tudo voou pelos ares. Acredito que a chuva não deixou esse pedaço de papel queimar até o fim. A placa do carro ainda estava legível e isso me possibilitou fazer uma pesquisa. O carro era alugado por um tal de Fernando e com as pesquisas, descobri que Murilo é seu nome verdadeiro, porém ele é testemunha em um caso contra políticos muito poderosos e por isso alugou o carro no nome de Fernando.

Heitor – Mas que merda!

Vicente – Descobri o nome da agente responsável por ele.

Heitor – Quem é?

Vicente – Ela se chama Melissa Mello.

Heitor – Conheço a Melissa, ela não é corrupta

Vicente – Antes de fazer contato, deveríamos pesquisar um pouco mais sobre o assunto... O senhor e o senhor Alef podem estar em perigo.

Heitor – Verdade, faça isso!

Vicente – Sim, senhor!

Heitor – Eu não vi o Renan ontem e nem hoje, sabe onde ele está?

Vicente – Foi ver a família, é o final de semana da folga dele.

Heitor – Ah sim!

Seguimos nosso caminho e ao estacionar próximo ao hospital, Vicente percebe algo estranho e fica tenso

Heitor – O que foi?

Vicente – Está vendo aquela van preta?

Heitor – Que está estacionando?

Vicente – Sim, estão nos seguindo faz um tempo!

Ele pega o celular e faz uma ligação...

Vicente – Já viram? Ótimo, deu para fazer reconhecimento? Também não consigo ver daqui... Sejam rápidos!

Ele volta a olhar pro retrovisor e vemos os seguranças se aproximarem da van, que acelera

Vicente – Desgraçados!

Os seguranças entram no carro e passam por nós em alta velocidade seguindo a van.

Heitor – Quem pode ser?

Vicente – Saberemos em breve! Senhor não podemos ficar muito tempo aqui.

Concordo e entramos no hospital procurando pelo Alef. A recepcionista nos avisou que ele pediu que entrássemos direto e foi o que fizemos.

Heitor – Oi, Alef.

Alef – Que bom que chegou, o Murilo não para de chamar seu nome.

Heitor – Vamos lá?

Alef – Sim, vem!

Ele nos leva até o quarto do Murilo, que estava olhando pela janela.

Alef – Murilo, o Heitor está aqui!

Murilo olha pra nós parecendo estar aliviado e respiro fundo

Murilo – É você mesmo?

Heitor – Eu me chamo Heitor, eu e meu segurança te tiramos do carro, você lembra disso?

Murilo – É a única coisa que lembro.

Heitor – Não lembra de onde é ou porque estava na estrada aquela hora?

Murilo – Não, nada!

Alef – A pancada foi muito forte, estamos fazendo alguns exames ainda pra saber a extensão dos danos, mas o neurologista já disse que não é muito bom. A falta de memória dele ainda é uma incógnita.

Heitor – Entendi.

Murilo – Você me conhece?

Heitor – Não, te vi pela primeira vez no acidente.

Murilo – Hum!

Heitor – Você está seguro aqui, sou delegado e vou descobrir de onde você é, não se preocupe.

Murilo – Delegado? Você disse delegado?

Heitor – Sim, isso te fez lembrar de algo?

Murilo – Não, mas tenho a sensação de precisar lembrar o por que estou aqui. Parece ser caso de vida ou morte!

Heitor – Descanse, nós vamos cuidar disso!

Ele apenas faz sinal positivo com a cabeça e vira pro outro lado enquanto saímos do quarto.

Alef – Sabem de alguma coisa, não é?

Vicente me olha tenso e respiro fundo