Capítulo 4
Malu
A obstetra sugeriu anestesia geral e, nesse exato momento, tomei ciência da gravidade do caso. Meu sonho era ter meu filho de parto normal, mas isso não vai rolar e muito menos vou estar acordada quando ele chorar pela primeira vez. Enquanto faço a contagem regressiva que o anestesista pediu, sinto meu peito doer de tristeza, porém faço qualquer coisa pelo meu amorzinho.
Horas depois, acordei já no quarto e vejo minha mãe segurar o meu Nicolas nos braços. Mal consigo me mexer, não consigo dizer nada, tudo o que sei é chorar vendo meu filho ali.
Emanuelly – Oi, filha!
Ela fala chamando a atenção da Rebeca para mim.
Rebeca – Oi, amiga!
Malu – Eu quero segurar ele!
Emanuelly – Não pode, filha. Você fez uma cesárea, não pode pegar nenhum peso e nem falar muito.
Malu – É meu filho, mãe.
Emanuelly – Eu sei, e se você quiser que ele tenha uma mãe, precisa seguir as ordens médicas.
Malu – Então me deixa ver ele.
Ela se aproxima e abaixa, possibilitando-me ver seu rostinho lindo.
Malu – Oi, filho!
(Nicolas recém nascido)
Emanuelly – Ele é lindo!
Malu – Sim!
Emanuelly – Seu pai está vindo, seu irmão vai passar aqui mais tarde. Agora, suas irmãs vão te ligar quando estiver disposta.
Rebeca – Meus pais estão vindo também, junto com as meninas.
Confirmo, respirando fundo, e volto a olhar para o Nicolas...
Rebeca – Ele pousa em meia hora!
Olho para ela e depois volto a olhar para o meu amorzinho, sem dizer nada.
Rebeca – Amiga...
Malu – Não, Beca!
Rebeca – Só ia dizer mais uma vez que vou te apoiar.
Emanuelly – Nós vamos!
Malu – Eu sei, obrigada!
Sinto as lágrimas rolarem e Rebeca limpa meu rosto com carinho, enquanto tento criar forças para seguir minha vida agora.
Um tempo depois, meu pai e meus tios entram, parecendo preocupados.
Rafaela – Oi, minha querida... Só consegui sair do batalhão agora!
Emanuel – Heitor ainda não chegou?
Ele olha confuso para a Beca, que faz sinal negativo e ele sai com meu pai, pegando o celular.
Rafaela – Tanto que avisei esse menino... Filhos!
Permaneço olhando para o Nicolas, que está dormindo no colo da minha mãe ainda.
Rafaela – Posso segurar ele?
Malu – Claro, tia!
Emanuelly – Filha, você não pode falar!
Rafaela – Verdade, não nas próximas horas. Nossa, ele é lindo!
Rebeca – As meninas estão lá embaixo?
Rafaela – Sim, esperando o Alef para liberá-las.
Alef é meu irmão, ele se formou em medicina e está se especializando em pediatria, assim como a mamãe. A Lily se formou em administração e foi para Nova York trabalhar com o vovô. Já a Chiara, ela se formou em direito e mora em Chicago, o tio Ethan está preparando ela para assumir seu lugar.
Emanuel – Ele já pousou, está vindo!
Henry – Você está bem, filha?
Apenas confirmo e ele beija minha testa.
Henry – Minha estrelinha!
Dou-lhe um pequeno sorriso, sentindo meu coração aquecer, ele me chama assim até hoje!
Emanuel – Ele é a sua cara, Malu!
Henry – Deixa eu pegar ele!
Meu pai vai até a tia Rafaela e olha para o Nicolas.
Rafaela – Ele está dormindo!
Ela fala, na tentativa de não soltar o Nicolas e todos dão uma gargalhada baixa, porém a enfermeira entra, dizendo que ele precisa se alimentar.
Enfermeira – Vamos tentar amamentar ele, mamãe? Ou prefere que eu traga o leite para ele?
Faço sinal negativo e ela sorri. Já perdi muita coisa do meu pequeno, não vou deixar de lhe dar a primeira mamada.
Enfermeira – Vou só pedir para os vovôs saírem, ela vai ficar mais à vontade!
Henry – Já voltamos, filha!
Dou-lhe um sorriso e eles saem.
Enfermeira – Vou ensinar para que possam ajudar ela.
Malu – Quando vou poder pegar ele?
Enfermeira – Mais tarde, e poderá falar normalmente daqui a algumas horas também. Porém, evite por enquanto.
Apenas confirmo e ela pega o Nicolas. Não foi nada fácil tê-lo tão perto e não poder segurar ele. Aproveitei para deslizar minha mão em seu rostinho depois que ele conseguiu puxar o leite. Doía, mas nada comparado à decepção que tive.
Fecho os olhos, sentindo a dor, e a enfermeira me tranquiliza.
Enfermeira – É bem comum sentir essa dor, mas logo passa.
Rebeca – Ele não vai se engasgar?
Ela pergunta, preocupada.
Emanuelly – Kkk Não, minha querida.
Sinto as lágrimas molharem meu rosto novamente, vendo meu pequeno puxar o leite, parecendo estar faminto.
Rafaela – Esse vai ser bom de boca kkkk.
Emanuelly – Sim! Kkk.
Limpo meu rosto e escuto o barulho da porta sendo aberta. As meninas ficam sérias, porém não dou muita importância... Meu foco está no Nicolas e isso, junto com o fato de a enfermeira estar na minha frente, não me deixam ver quem está na porta. Mesmo assim, sinto meu coração acelerar e, quando a enfermeira muda um pouco sua posição, vejo Heitor parado na porta, com os olhos vermelhos.
Enfermeira – Prontinho! Vai poder amamentá-lo novamente daqui a algumas horas, eu volto.
Malu – Obrigada!
Ela devolve o Nicolas para minha tia e depois sai.
Heitor – Oi!
Permaneço olhando para o Nicolas em silêncio, enquanto minha tia o faz arrotar.
Heitor – Posso segurar ele, mãe?
Minha tia olha para mim e faço sinal positivo para ela.
Heitor – Oi, filho!
Heitor chora, pegando o Nicolas e eu não consigo olhar para isso. Viro para o outro lado, tentando não deixar as lágrimas rolarem e sinto o coração apertado.
Chiara e Lily, atualmente com 29 anos ( irmãs da Malu)
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Carolainy Lima
aí Heitor não tem como te defender
2025-02-01
12
Fatima Gonçalves
VC NÃO PODIA VIAJAR CARA SUA FAMÍLIA SUA PRIORIDADE
2025-02-01
4
lauriani CRISTINA
Heitor vai ter que ralar muito pra ter sua família de volta
2025-02-01
1