Me Conquiste

Me Conquiste

Caroline

...Capítulo 1...

 

Era a primeira vez que estava fazendo aquilo.  E meio que achou estranho ter que fazer isso para sua irmã mais velha. A dois meses atrás ela havia ficado lisonjeada por ter sido convidada para ser a madrinha de casamento de sua irmã. Mas agora que o casamento se aproximava, ficava meio que forçada a se conter com o seu estresse todo para resolver aquilo. Ainda bem que o noivo de sua irmã tinha grana para isso e poderia fazer o que sua irmã pedia. Apesar dela querer algo simples, ao contrário da família dele que agora estavam se resolvendo.

Caroline deu mais uma olhada nos inúmeros variados de petiscos que estavam ali a sua frente, enquanto sua irmã e a confeiteira olhavam para ela esperando que ela desse alguma opinião.

- Não sei. É tudo tão... bom.

- Caroline preciso que me ajude. – Sua irmã falou.

Ela forçou um sorriso. Sempre achará sua irmã mesquinha, e agora que estava para se casar com um cara que conhecerá a alguns meses atrás quando ambas haviam vindo para Londres para arrumarem emprego, ela agora ficava meio que forçada a aguentar tudo aquilo. Sabia que seu futuro cunhado era uma ótima pessoa e claro que desejava felicidades ao casal, mas era pressão demais para um casamento tão simples.

- Devemos escolher algo que os convidados gostem.

- Esse é o problema. Não conheço todos os parentes do Wes. – Susan disse. – Você tem que me ajudar.

Caroline suspirou.

- Ok. Vamos ver, pode ser o cheesecakes e macarons coloridos. – sugeriu ela.

Sabia que não era uma boa ideia, mas não iria dizer isso há sua irmã. Já estava complicado de resolver sua vida e agora tinha mais aquele casamento. No dia anterior havia ido a uma entrevista de emprego numa empresa e esperava ser chamada logo, só para poder conseguir seguir com a vida. Afinal já estava ali naquela cidade já se fazia quase sete meses e só agora que ela estava conseguindo fazer algo para se manter, estava trabalhando num restaurante a noite e queria poder sair de lá para vê se saia da casa do seu tio Richard. Não podia fazer nada naquela casa, a não ser trabalhar e voltar para casa.

Estava cansada de ver que todo mundo estava seguindo com suas vidas , enquanto ela ainda estava ali parada esperando o seu momento acontecer. Será que isso iria acontecer um dia?

Desejava todos os dias que algo acontecesse em sua vida. Um emprego decente em primeiro lugar, depois conseguiria um lugar para ficar e que finalmente pudesse terminar a sua faculdade. Havia parado de fazer o que tanto sonhara, que era o curso de direito. Não faltava muito e precisava trabalhar para conseguir voltar a cursar e terminar.

Desde que Susan havia se apaixonado pelo Wesley Walter e ter sido pedida em casamento há dois meses atrás quando ambos se conciliaram ela vinha tentando se encaixar na vida de suas irmãs, mas parecia algo impossível de se fazer, quanto mais tentava se aproximar mais elas mantiam-se afastadas. Susan só estava vindo vê-la por que precisava de sua ajuda no casamento.

Decepcionada com tudo, as vezes vinha aquela vontade de pegar suas coisas e voltar para Nova York.  Sentia falta de sair com suas amigas, que provavelmente há essa altura já estavam quase se formando. Não foi assim que imaginou viver em Londres.

Até sairá algumas vezes com o irmão de Wesley. Mas Jonathan realmente era um idiota, apesar que agora ele e o irmão estavam se entendendo um pouco. Depois que o Sr. Walter teve um quase infarto a um mês atrás, as coisas iam se ajeitando conforme a vida ia levando. Só não pensava que seria tão complicado para ela, ainda mais agora que ela estava começando a caminhar sozinha.

Susan aceitou sua ajuda e acabou que pegando a ideia dos doces, depois só faltava resolver sobre o bolo e mais algumas coisas que nem ela mesmo sabia o que fazer. Sempre sonhara com casamentos até imaginar que iria organizar um em Londres. Pelo menos aqui não era tão diferente de Nova York, o que já é de bom tamanho.

Assim que ambas escolheram os doces e o sabor do bolo saíram sorridentes até que Susan sugeriu que fossem almoçar juntas.

- Já recebeu a resposta dos convidados? – Ela perguntou enquanto caminhavam pela rua.

- Só de alguns. São só cinquenta convidados, Wesley não quis chamar muita gente. – respondeu Susan. – Porquê ?

- Sei lá. A mamãe vai chegar que dia?

- Talvez na semana que vem.

De repente o celular de Susan tocou e ela atendeu, parecia ser o noivo ela sorria que nem boba quando ele ligava. Ficava muito feliz por saber que sua irmã estava feliz e poderia deixar de ser chata com ela.

- Ah Wesley quer almoçar comigo. Quer vim junto? – disse assim que desligou o celular. – Podemos falar mais sobre a festa... juntos.

Ela fez careta.

- Pode ser.

Conseguiram um táxi em menos de cinco minutos e como combinado encontraram com Wesley num restaurante que provavelmente ele tinha costume de almoçar todos os dias. Ela teria dito não se não fosse a droga do casamento, almoçar em restaurantes não era o seu forte. Ela poderia ter um jeitinho de garota mimada, mas não era.

Sorriu ao entrarem no restaurante e ver Wesley já por ali, o casal se cumprimentaram com um beijo e sentaram.

- Oi, Carol.

Caroline sorriu para o seu futuro cunhado e admitiu que sua irmã não poderia ter feito escolha melhor. Wesley era mesmo um cara maravilhoso e desde que os dois haviam ficado juntos que ele vinha a chamado de Carol.

- Oi, Wes.

- Então, já estão resolvendo tudo?

- Falta muita coisa. – Susan respondeu olhando o menu.

- Sério?

- Querido, casamentos dão trabalho mesmo. Eu e Caroline vamos conseguir organizar tudo a tempo. Não se preocupe.

- Meu pai quer o casamento lá na casa dele.

Susan arregalou os olhos, surpresa.

- Porquê?

- Eu não sei. Não acho que seja apropriado fazer lá... Jonathan ainda é um mala. – Wesley olhou para ela.

Caroline abaixou a cabeça envergonhada. Foram interrompidos pelo garçom que veio anotar os pedidos e depois se afastou.

- Se você não quiser não faremos o casamento lá.

- Mas você disse que quer casamento ao ar livre.

- Sim.

- Eu não ligo de fazer o casamento na casa do meu pai. Se sabe que aquele jardim é bem bonito.

- Com certeza.

Caroline ficou toda sem graça quando ambos olharam para ela ao dizer aquilo, bebeu um gole do vinho para que não notasse que estava nervosa.

- Wes, tem certeza que quer mesmo se casar naquela casa?

- E você quer?

- Assim você não está ajudando. – Susan disse. – Caroline me ajuda.

- Eu não sei. Isso eu não vou me intrometer.

O garçom voltou com os pratos e só assim ela pode se entreter em seu prato de comida. Falar sobre casamento enquanto estava com fome era uma droga.

- Meu pai não anda bem, então faremos o casamento lá mesmo. Assim se caso ele infarta de novo vai ter muita gente para ajudar ele.

- Wes.

Ele sorriu brincando.

- Falei brincando. Mas podemos encarar isso só por algumas horas, afinal ele que vai bancar a festa toda.

- Sério? – Ela perguntou surpresa.

Wesley a encarou e assentiu.

- Se você tivesse ficado com o idiota do meu irmão iria ter isso também.

- Aí que nojo. Ele é um idiota.

Wesley riu.

- Você saiu com o Jonathan? – Susan perguntou.

- Saímos umas duas vezes e não deu muito certo. Como o Wes disse, ele é um idiota.

- Como você soube disso e eu não?

- Eu os vi juntos.

- E Caroline por que não me contou?

- Não era importante.

Wesley pigarreou e falou.

- Olha esquece isso. Vamos falar de outra coisa... eu arrumei um parceiro para você. – ele disse malicioso.

- Não quero encontro às escuras, Wes.

Ele riu.

- Não estou marcando um encontro às escuras. E para lhe acompanhar no casamento.

- Não é o Jonathan? – ambas perguntaram juntas, mas foi Susan quem continuou. – Por quê mudou o companheiro da minha irmã sem falar comigo?

- Relaxem. É um amigo meu... ele é gente boa.

- Eu conheço?

- Não. Ele trabalha lá na empresa, fizemos faculdade juntos. Era para vocês tê-lo conhecido no Natal, mas ele teve um problema familiar e não pode ir. – ele contou feliz. – Carol, ele é melhor que o Jonathan.

Caroline assentiu sem entender muita coisa. Não era hora de dar pitacos naquele momento, estavam em público e não queria chamar atenção de ninguém. Então manteve a calma e tentou prestar atenção na conversa, afinal agora ela teria um novo parceiro.

Depois daquele assunto sobre acompanhantes, terminaram o almoço alegres com lembranças de meses atrás. Até aquele dia eles riam sobre Jonathan ter levado uma surra e mesmo que fosse algo sério eles levavam tudo na esportiva.

Ao saíram do restaurante Wesley voltou para o escritório e ambas foram embora. Susan acabou indo com ela para a casa do tio, enquanto ela teve que subir para se arrumar para ir trabalhar, entrava as duas e meia da tarde, o que era muito chato já que tinha que passar a maior parte da noite no serviço e de manhã tinha que resolver as coisas do casamento. Seus dias ficaram turbulentos desde  que sua irmã estava para se casar.

- Já vai indo? – Seu tio indagou quando estava pronta para trabalhar.

- Sim.

- E a sua entrevista? – Sua tia Carla dessa vez.

- Fui bem, só tenho que aguarda.

- Vai dar certo dessa vez e você vai poder voltar a faculdade. – Carla disse.

Caroline engoliu em seco quando sua irmã olhou para ela.

- Preciso ir.

Já estava saindo pela porta quando Susan veio atrás dela. Sem se importa continuou a descer a escada quando ouviu sua irmã perguntar.

- Quando ia me contar que pretendia voltar para Nova York?

- E quem disse que pretendo voltar para Nova York? – Ela se virou para encarar a irmã.

- Mais vai voltar para a faculdade.

- Aqui tem faculdades sabia.

Susan pigarreou.

- Eu sei. Mas por que não me contou?

- Ia fazer diferença. Você está com sua vida feita, arrumou alguém que pode sustentar você a vida toda. – suspirou e continuou. – Eu preciso fazer algo para me manter, não posso ficar numa lanchonete para vida toda... quero ser advogada.

- Eu sei disso. Mas poderia ter me contado, posso pedir para o Wes lhe ajudar em algo.

- Quero conseguir as coisas sozinha. Eu posso fazer isso. – disse toda segura de si, mas as vezes ela só se sentia segura quando dizia isso em voz alta, mas lá no fundo sabia que o medo falava mais alto.

Susan balançou a cabeça.

- Por favor, não faça as coisas precipitadas. Quando precisar conversar vem falar comigo, estarei sempre para ouvir você.

- Eu tenho vinte e dois anos, Susan. Acho que já é tarde para me dar conselhos.

- Caroline...

- Preciso ir trabalhar... estou atrasada.

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Comments

Dindi

Dindi

Uau, o relacionamento entre as irmãs é péssimo!

2025-01-17

0

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