Na floricultura

...Capítulo 5...

De repente a campainha toca novamente. Para sua sorte era a irmã de Wes com o marido, e foi só ambos chegarem que o jantar foi servido.

Foi um jantar tranquilo e com muita conversa. Falaram sobre o casamento de como estava indo e ficou feliz por finalmente poder falar sobre algo, pois era a única coisa que ela poderia conversar, já que era a única que não estava com alguém além do sujeito que tentava disfarçar os olhares que trocavam.

- Carol...

- Oi.

- Está escutando... você vai poder ir à loja ver os vestidos, né? – Susan perguntou.

- Claro.

- Amanhã podíamos ir à floricultura cedo dar uma olhada em algumas flores... – Raquel sugeriu.

- Ótima ideia.

- Não sei se vou poder ir... meu chefe vai reunir o pessoal amanhã para uma conversa. – ela contou, bebeu um gole do vinho. – Mas vocês podem ir.

- Olha, o meu padrinho está disponível amanhã. – Wesley falou olhando para o amigo que arregalou os olhos, surpreso.

- Não, estou não.

- Ah, você é padrinho e tem que ajudar em algumas coisas.

- Isso é coisa de madrinha.

- Que isso Luke, sou seu irmão.

- Grande coisa. Quando eu quebrei o meu tornozelo você me deixou no hospital e nem veio me visitar nenhuma vez.

Wesley sorriu, constrangido.

- Eu fui visitar, mas não me deixaram entrar. Quantas vezes vou ter que dizer isso?

- Por quê? – Raquel indagou.

Jessica após rir olhando para o tal de Luke.

- É melhor vocês não ouvirem essa história.

- Concordo com a Jessica. – Luke.

- Luke... águas passadas. – Wesley disse, bebeu um gole da bebida. – Nós tínhamos o costume de farrear na faculdade, só que nesse dia resolvemos nos embriagar no campo de futebol com algumas garotas. E esse tonto aí do nada estava sem roupa correndo pelo campo.

- Ah, não precisa contar isso.

- Uau!! Interessante, pode continuar. – Susan.

- Quando percebemos, estávamos todos bêbados e pelados. Inventamos fazer uma aposta quem conseguia correr nas arquibancadas.

- E eu idiota aqui acabei caindo no meio do caminho, porque um certo idiota não aceita que ia perder a aposta e me empurrou. – Luke contou. – Não foi legal, sai rolando uns quatros degrau e foi aí que quebrei o meu tornozelo.

- Porque nunca me contou isso, Wes. – Susan indagou olhando para o noivo.

- É Wes porque nunca contou a sua futura esposa que você é um grande trapaceiro.

- Não sou mais esse idiota. – falou e riu. – Mas foi muito engraçado, ainda bem que você ficou internado, pois me lembro bem que seus óculos quebraram com a queda.

- Idiota!!

Todos riram e pelo jeito saiu mais coisas engraçadas. Descobriu que o tal de Luke era sócio de Wesley, que desde que estavam na faculdade eram inseparáveis. E soube que ele não havia ido ao Natal por problemas pessoais que não queria mencionar.

Depois do jantar, conversaram mais um pouco até que Jessica anunciou que precisava ir embora, aproveitou o embalo.

- Acho que para mim já deu. Tenho que ir...

- Quer uma carona? – Raquel indagou.

- Se quiser posso te levar... – Luke se ofereceu antes que ela falasse alguma coisa.

Wesley deu um tapinha no amigo e falou.

- Você mora a duas quadras daqui. O que vai fazer lá em Notthing Hill?

- Estou sendo gentil.

Ela sorriu.

- Obrigada. Mas eu vou com a minha irmã. – ela respondeu pegando suas coisas. – Depois eu lhe devolvo a... roupa. Obrigada Su.

Susan sorriu e a abraçou. Se despediu de todos e seguiu atrás de sua irmã. Quando chegaram na frente do prédio, ficou analisando tudo agora que estava do lado de fora. Quais eram as intenções dele querendo te levar embora?

Precisava mostrar que só seriam apenas padrinhos no casamento e nada mais. Não estava a fim de fazer algo que poderia se arrepender depois.

Quando foi deixada em casa, foi direto para a cama. Estava realmente cansada demais para até mesmo trocar de roupa.

 

No dia seguinte, acordou assustada com o despertador tocando. Ela tinha costume de dormir bem aonde estivesse, mas a canseira falava mais alto e o despertador poderia tocar que ela nem escutaria. Mas naquele dia não soube o que aconteceu que acabou acordando. Cambaleando até o banheiro, parou em frente ao espelho e se assustou com a sua própria imagem. Estava horrível, e o vestido de sua irmã estava pior ainda. Nem soube como conseguirá dormir com aquela roupa.

Tirando-o, entrou em seguida embaixo do chuveiro e ficou ali. Aliviada pela água  cair sobre seu corpo e começar a se sentir melhor. Quando terminou, voltou para o quarto e colocou algo confortável. Decidiu por uma legging cirrê preta, uma blusa preta modelo mullet e um tênis all star branco. Ajeitou o cabelo e maquiou-se antes de dar uma olhada no seu celular que havia acabado de tocar. Era suas irmãs Raquel e Susan.

Não pode nem ignorar, acabou respondendo às duas, que logo mandaram mais mensagens. Estavam mesmo querendo que ela fosse a floricultura. Acabou cedendo e combinaram de se encontrarem numa floricultura. Aproveitou que estava cedo e pegou o ônibus para ir até lá, não era muito fã de andar de táxi ou Uber, mesmo sabendo que era muito mais rápido. Mas gostava de sair e observar tudo ao seu redor.

Quando chegou, ficou olhando as vitrines das lojas próxima a floricultura, quando sentiu seu estômago roncar. Havia saído de casa sem comer nada. Ia pensar em ir entrar numa cafeteria quando viu suas irmãs.

- Bom dia!

- Bom dia. – respondeu para as duas que sorriram. – Vocês chegaram agora?

- Sim.

Entraram na floricultura e foram bem recebidas por uma senhora. Ficaram quase duas horas naquele lugar vendo flores que ficariam bem com o modelo de casamento que Susan queria. Decidiram por Lisianthus que ė bem parecido com rosas e eram bem mais em conta já que iriam precisar de muitas.

Quando terminaram, Raquel sugeriu que fossem comer alguma coisa e ficou feliz por finalmente poder comer. Foram numa cafeteria ali perto mesmo da floricultura e sentaram numa mesa, fizeram os pedidos e ficaram falando do que ainda faltava fazer.

- Wes conseguiu que uma banda tocasse no nosso casamento. – Susan contou toda feliz.

- Legal!

- Já escolheu uma música para a dança dos noivos? – Raquel indagou, assim que foram servidas.

- Ainda não.

- Já decidiu qual vai ser a cor dos vestidos das madrinhas?

- Ainda não sei. Vai depender do meu vestido. – Susan falou. – Ah recebi uma ligação da mamãe hoje, ela disse que vai chegar na terça-feira.

- Isso é ótimo.

- Com certeza. Ela disse aonde vai ficar?

- Sim. Na casa do tio Richard é claro né.

- O importante é que ela vai vir. E o papai respondeu pelo menos o convite?

Susan suspirou.

- Até agora não.

- Carol... ele fala com você?

- Às vezes. Mas nesses dias não me mandou nenhuma mensagem.

Suas irmãs sabiam que seu pai costumava falar mais com ela. Não sabia porque, mas sempre que queria falar com alguém ligava para ela e sempre que podia respondia. Era tão ruim viver daquele jeito, seus pais não se davam bem e esse casamento da sua irmã iria fazer com que ambos estivessem presentes, isso se seu pai viesse para Londres.

Não se sentia muito bem, quando sabia que seu pai a tinha como preferida depois da morte de seu irmão. E claro que Susan iria querer ver seu pai ali em Londres, ainda mais porque iria querer levá-la ao altar.

Sabia que seu pai sentia muita falta do seu filho, pois ele sempre falava de John quando conversava com ela ao telefone.

Todos nós passamos por problemas complicados, situações dolorosas e quando começamos a pensar que não seremos capazes de lidar mais com isso, nós pegamos superando e acordando em um dia melhor. É preciso apenas ter paciência e força.

Às vezes, gosto de me comparar com uma árvore, uma semente que foi plantada, germinada, nasceu broto, cresceu e se tornou uma árvore, que ao longo dos anos foi resistindo às tempestades e ventanias, e foi se tornando cada vez maior e mais forte.

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