...Capítulo 3...
Deu um suspiro ao ver que finalmente conseguiu chegar na empresa a tempo. Tinha uma reunião e precisava estar lá. Não tinha o costume de se atrasar e como havia ido em um jantar na noite anterior e bebido demais, acordara atrasado e resolverá passar numa lanchonete e comprar um café para mantê-lo acordado. Seu sócio deve estar furioso por ver que ele ainda não havia chegado, afinal sempre era ele que começava a falar na reunião.
Assim que entrou no elevador da empresa tomou mais um gole do café e ao chegar no andar que deveria estar há dez minutos, passou tão rápido pela recepcionista que acabou dando de encontro com a sua secretária.
- Bom dia, Sr. Montgomery.
- Bom dia, Lia.
Ela sorriu toda sem graça. Sua secretária era uma moça jovem e sempre que pensava que poderia ser mais uma que ele levaria para cama, seu grande amigo e sócio chamava a atenção dele que se fizesse a moça sair dali como as outras que acabou fazendo o mesmo.
- O Sr. Walter já chegou e está esperando o senhor.
- Obrigado. Tive um problema quando estava vindo para cá... – ele contou e mostrou a manga da camisa dele. – Preciso de uma camisa... dá um jeito de arrumar uma, por favor.
- Sim, senhor.
Luke sorriu e observou sua secretária se afastar antes de se virar e entrar na sala de reunião. Teve que dar um sorriso forçado e se desculpou antes de se sentar. Seu amigo já estava falando e pela cara não gostou muito de vê-lo chegar atrasado, tentou disfarçar as mangas de sua camisa através do terno, mas logo percebeu que a mulher que estava sentado a sua frente do outro lado estava olhando para ele e com certeza ela notou a mancha de café, sem contar o cheiro que estava impregnado na sua roupa.
Da próxima vez iria deixar roupas dentro do seu carro para caso acontecesse novamente aquela catástrofe na cafeteria. Quando o seu amigo e sócio terminou, foi a vez dele e constrangido levantou-se e terminou a reunião com suas palavras. Ele e seu amigo haviam construído aquela empresa quando terminaram a faculdade juntos, e era a única coisa que amava fazer para o resto da vida e esperava não ter que sair dali tão cedo.
Ambos tiveram quase a mesma vida, um pai que deixará de existir desde que descobrira coisas que só ele sabia da sua irmã mais nova e que ele apoiava para caramba, e sua mãe já era falecida a uns dois anos, cujo ser que não sabia fazer nada além de encher a cara. Entrará na faculdade com a ideia de mudar de vida e seguir em frente, e realmente conseguirá alcançar o sucesso junto com o seu melhor amigo que também não levará uma vida boa na infância com um pai e irmão idiota.
Em trinta e um anos, não tinha medo de encarar novos desafios. Vinha enfrentando a sua vida todo preconceito e para ser modesto nem ligava para os que estavam à sua volta. No entanto, agora teria que encarar aqueles caras que estavam a sua volta numa mesa e ouvindo ele falar sobre bolsa de valores.
Quando a reunião acabou, ele fez questão de ser o último sair da sala, mas não deu muito certo, seu amigo estava ali sentado olhando para ele.
- Muito bem... E aí, o que aconteceu?
Luke balançou a cabeça e disse.
- Fui comprar um café e tive um problema na cafeteria.
- Não foi só isso, certo. Saiu ontem à noite?
- Sim. Fui a um jantar com um amigo.
- Eu sou seu amigo.
Luke deu uma risadinha e se sentou na cadeira próxima do amigo.
- Não precisa ficar com ciúmes, se sabe que você mora no meu coração Wes.
Wesley pigarreou.
- Você não pode fazer esse tipo de coisa. Eu vou me casar e quero você me ajudando com os preparos.
- Achei que sua noiva estivesse fazendo isso.
- Você nem conhece ela.
- Mas vou conhecê-la... ainda.
Wesley assentiu.
- Vamos fazer um jantar só com os padrinhos do casamento amanhã e quero você lá.
- Uau! Um jantar no seu apartamento?
- Estou falando sério, Luke.
- Eu acredito em você. Do mesmo jeito que acreditei quando você me contou que estava noivo. – ele falou em deboche.
- Eu mudei. Não sou mais aquele cara que saia para se embriagar e dormir com mulheres que não queria saber nem o nome delas. – Wes falou levantando-se. – Conheci Susan e ela me fez ver coisas que você um dia também vai ver... se encontrar a mulher certa.
Luke sorriu.
- Sinto falta de você nas farras.
- Bem, estou aqui. Podemos marcar um dia e sair para beber.
- Sua noiva não vai achar ruim?
- Não. Eu vou me casar e não ser prisioneiro. – Wes disse. – Por que está cheirando a café?
Luke deu de ombros.
- Esbarrei numa moça na cafeteria. – fez careta ao lembrar da cena. – Coitada, ficou toda suja de café...
- Suas lentes de contato estão funcionando? – Wes debochou dele.
- Engraçadinho. Fiquei com pena de vê-la suja e fui atrás dela...
- Espera, você foi atrás dela e a convidou para sair.
Luke fez careta e negou.
- Não. Fui atrás dela, pedi desculpas e dei dinheiro há ela.
- Você deu dinheiro há ela?
- Sim, parecia ser uma pobre coitada. Vi que contava moedas para pagar o lanche que comeu lá na cafeteria... e pelo jeito estava indo trabalhar e fiquei com pena dela ter que ir toda suja de café.
- Quanto você deu a ela?
- Acho que dei uma nota de cinquenta libras. – contou e viu que o amigo ficou boquiaberto. – Fiquei com pena.
- Olha, preciso esbarrar em você para ganhar isso.
Luke deu uma risada sarcástica.
- Você acha que agi errado.
- Se você disse que era uma pobre coitada. Valeu a pena ter ganhado tudo isso. -Wes falou já indo até a porta. – Chega de papo e vamos trabalhar.
Luke concordou e foi atrás do amigo. Não foi bem assim que deveria ter contado sua desastrosa catástrofe mais cedo. Mas não mentiu sobre ter tido pena da moça, ela parecia estar preocupada com algo e não poderia julgá-la pelas roupas, pois nem sabia se ela era mesmo uma pessoa de classe inferior há ele. Afinal ele não foi toda vida uma pessoa rica, seus pais tinham uma vida boa por causa dos negócios dos seus avós, e até hoje seu pai mantinha os negócios a salvo. E por causa de tudo o que sua irmã havia feito, que ele era obrigado a carregar essa carga toda e era óbvio que não estava a fim de cuidar dos negócios do seu pai.
Estava indo para a sua sala quando sua secretária apareceu e lhe entregou uma camisa. Surpreso ao ver que ela havia sido rápida e agradeceu pegando a camisa e indo trocar no banheiro que havia na sua sala. Quando saiu ela continuava ali esperando que ele ordenasse alguma coisa ou sei lá.
- Obrigado, Lia.
- Precisa de mais alguma coisa, senhor?
- Não.
Observou-a sair da sala e mais uma vez a moça da cafeteria veio à sua cabeça. Lembrava dela claramente, rosto angelical, olhos expressivos e cor de mel, cabelos castanhos curtos, era magra de curvas perfeitas, presumiu por não estar tão bem vestida, e deveria ter um metro e meio, o que lhe custava muito já que era baixa e mesmo que usasse um salto não o alcançaria. Mas mesmo não sendo como as mulheres que costumavam sair, ela era bonita. Tinha algo nela que o fez ter pena dela e dado aquele dinheiro há ela, que só depois de contar ao seu amigo agora pensando bem não deveria ter feito, praticamente a chamou de zė ninguém.
Estava se sentindo péssimo agora por só pensar agora que havia feito uma idiotice naquela manhã. Se pudesse voltar atrás iria fazer diferente.
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Atualizado até capítulo 44
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