Capítulo 5: Lei do mais forte.

 Novamente, o Ki da criatura começa a se concentrar nos chifres dela. Imediatamente, a raposa se arma para o confronto, ou melhor, para fugir, afinal, ele sabia só de olhar a criatura que essa é uma luta muito além das capacidades dele.

 O Ki se concentra:

 - (A energia está se reunindo nos chifres, então quando os chifres brilh...).

 O laser de água é disparado de forma repentina, mas no último segundo, ele consegue se esquivar se jogando para lado:

 - (O que?! O que aconteceu como brilho nos chifres? Por que o disparo foi tão rápido?).

 De forma consecutiva, outro lesar voa para cima da raposa, que novamente se esquiva no último segundo:

 - (Tiros consecutivos?! Então aquela preparação era só pra carregar o ataque. Significa que agora ele pode atirar o quanto quiser?)

 Os disparas continuam de forma constante, enquanto a raposa corre de forma desesperada. Ao avistar algumas rochas perto dele, ele se vira e usa todas as suas forças para correr até elas, isso enquanto ele fica olhando para trás para poder evitar os tiros.

 Ele corre com tudo o que tem e assim que chega próximo as rochas, ele dá um salto para se jogar atrás delas, mas a serpente viu isso e disparou mirando nele para atingi-lo no ar.

 O tiro voou até ele em alta velocidade, não dando nem tempo para ele pôr os pés no chão, só que no último segundo, assim que ele vê o tiro, ele usa todas as suas forças para mexer seu corpo no ar, na esperança de desviar, mesmo assim, o tiro o acertou.

 A raposa cai do outro lado das rochas agonizando de dor:

 - (Ah! Droga, isso doeu!).

 Ele se levanta com dor e olha para seu corpo, vendo que o disparo pegou de raspão bem em seu torço, o fazendo sangrar um pouco:

 - (Menos mal, o tiro machucou, mas não é nada crítico. Esquece, não a tempo pra nisso).

 Parecendo atento, ele se levanta e recua um pouco da rocha, se afastando da rocha que separa ele da serpente:

 - (Os tiros daquela coisa podem atravessar até as pedras, ou seja, não há garantia de que essas rochas vão segurar um disparo. O melhor é fazer um teste).

 Com cuidado, ele vai para o lado da rocha, para tentar ver se a serpente ainda está ali. Com cuidado, a raposa se aproxima, mas assim que só o focinho dele sai para fora, um laser vem do nada, quase o atingindo, mas errando por pouco. Quase que ele perde o focinho.

 Ao ver isso, o rapaz apenas faz uma expressão cansada:

 - (Ele ainda tá aí).

 A serpente, ao perceber que seu alvo ainda está vivo mesmo depois de ter sido acertado, dispara outro laser, dessa vez direto na rocha onde a raposa se esconde. A potência do tiro é tamanha que vai perfurando a rocha aos poucos até que ele a atravesse completamente.

 Diante dessa visão de ter sua proteção sendo perfurada, o garoto raposa apenas bufa de raiva:

 - (Pelo jeito o tiro atravessa a rocha, a única vantagem que isso aqui me dá é que ele não sabe onde mirar) - ele pensa, ficando cada vez mais estressado.

 Sem parar, a serpente começa a disparar contra a pedra, alguns tiros atravessam, enquanto outros não, mas esses poucos que atravessam já são o bastante para fazer a raposa ter que ficar se esquivando mesmo escondida atrás da pedra.

 O garoto raposa fica se esquivando dos golpes que vem em sua direção, embora a maioria acabe passando longe. Enquanto ele faz isso, uma única dúvida corrói a mente dele:

 - (Qual o problema desse bicho? Não tem por que ele insistir tanto, mesmo que me mate, eu tô muito longe, ele não vai conseguir pegar o meu corpo pra comer. Isso é um comportamento territorial ou ele é uma criatura sádica que quer me torturar?).

 A rocha, que agora está repleta de buracos, está começando a se despedaçar, não podendo mais suportar todos os disparos:

 - (Droga! O que eu faço? Tem uma saída ali atrás, mas tá muito longe e eu vou ter que dar as costas pra esse bicho de novo, é muito perigoso, eu posso acabar sendo atingido em cheio dessa vez. A melhor opção... é ir pra outra rocha!).

 Velozmente, ele sai correndo, ficando à vista da serpente, que tenta atingi-lo com seus disparos. Durante esses breves segundos nos quais ele corre, ele conseguiu olhar bem para a criatura e algo nela o deixa surpreso.

 A criatura atira com tudo que tem, mas ele consegue chegar atrás de outra rocha no ambiente antes dela conseguir o atingir.

 Ao conseguir se esconder novamente, garantindo mais alguns segundos de sobrevivência, a visão que ele teve da serpente, em especial a bola de água sobre a cabeça dela o faz pensar:

 - (A bola água na cabeça dela, tá ficando menor... Entendi, ele usa o Ki pra juntar água sobre a cabeça, e depois dispara ela à vontade, os disparos se limitam pela quantidade de água que ele gerou antes, depois ele provavelmente vai ter que reunir água de novo, esse vai ser o momento que vou fugir).

 .

 - Ei! Pode me ouvir?

 - Hã?

 Imediatamente, o garoto raposa ouve uma voz que ele é capaz de entender, mas não sabe de onde ela vem. Ele olha para todos os lados tentando achar quem falou, mas não há ninguém ali:

 - Me responda, pode me entender?

 Sem saber o que fazer, mas temendo que essa pessoa vá embora, ele apenas latiu em resposta:

 - Olha, então você pode mesmo me entender? Hum, lata duas vezes para “sim”.

 Ele late novamente para confirmar:

 - Excelente, já que é assim, venha até aqui para que possamos conversar olhando nos olhos um do outro.

 - (Então ele tá aqui? Mas onde? Não, ainda tem essa serpente aqui atrás, a pessoa não tá vendo não?... A menos que...).

 Por um instante, o garoto raposa parece relutar. Lentamente, ele sai de trás da rocha. Mesmo recoso, ele não retrocede e sai, olhando diretamente para rio onde está a serpente:

 - Então você me entende mesmo, venha, sente-se aqui nobre guerreiro raposa – diz a grande serpente olhando para a raposa.

 - (... Não acredito que eu acertei no palpite. Hum, talvez essa coisa aí seja um reencarnado como eu, ou talvez existam outros animais conscientes nesse mundo além de mim).

 Ainda se sentindo meio em choque, ele anda para mais perto da serpente e se senta a uma distância de 20 metros do rio:

 - Ei, não fique tão longe, venha mais perto.

 Em resposta, a raposa ergue sua pata, a leva para perto do rosto e faz um movimento como se ele estivesse apontando para a própria cabeça. De início a serpente parece ficar confusa, mas então ele olha para cima e percebe que a bola de água ainda está sobre sua cabeça:

 - Oh, entendi, sinto muito por isso.

 Instantaneamente, a bola de água se dissipa, e o garoto raposa consegue ver no fluxo de energia da serpente, o Ki dela se dispersando dos chifres e voltando a correr normalmente no corpo, algo que chama bastante a atenção dele:

 - E agora, se sente mais seguro? Afinal eu não posso mais te atacar agora.

 Por mais que o perigo pareça ter passado, ele ainda se sente nervoso, mas o garoto raposa se segura e vai para mais perto da criatura, reduzindo sua distância para apenas cinco metro do rio, o que parece agradar a grande fera:

 - Agora poderemos conversar... Não, espere, você sabe falar?

 A raposa acena com a cabeça em sinal de negação:

 - Hum, entendo.

 - (Ele entendeu esse gesto. Será que existem coisas que são onipresentes não importa o mundo?... Não, mais surpreendente que isso, como eu estou entendendo ele? Eu tenho uma leve sensação de que não conheço essa língua que ele fala, mas consigo entender perfeitamente. Talvez aquela criatura tenha colocado isso no meu celebro de alguma forma).

 - (E agora, pode me entender?).

 - (O que?! De onde vem essa voz?).

 - (Da criatura a sua frente! Sou quem estou falando com você pequena raposa).

 - (...)

 Falas são direcionadas diretamente para a cabeça dele, ele tem plena noção de que não está ouvindo nada, mas ainda ouve uma voz, quase como se ela fosse a própria voz interior dele. Ainda estando confuso, ele ergue seu olhar para a criatura a sua frente, ainda considerando a possiblidade de ele só ter batido cabeça:

 - (Finalmente seus olhos me encontraram) - a voz diz assim que ele olha para a serpente.

 - (Isso é telepatia?).

 - (Telepatia? Não sei ao certo o que isso significa).

 - (Estou falando sobre como você enviando suas falas direto na minha cabeça, e no caso, como eu estou fazendo a mesma coisa com você).

 - (Então você desconhece essa técnica? Incomum... Na verdade, o próprio fato de você estar aqui já é um tanto quanto estranho. Existe algum proposito na sua vinda para cá?).

 - (Ah, não tem um proposito em específico, eu apenas estou aqui, quer dizer, eu devo ter nascido aqui ou coisa parecida).

 - (Nasceu aqui, estranho. Me diga, a qual mestre você serve? Quem é o ser que te deu sua inteligência?).

 - (Meu mestre? Bom... Se fosse pra eu dizer, seria meio que a criatura que me criou e colocou aqui).

 - (E quem seria esse ser?)

 - (Eu não sei, ele não me disse, apenas me disse que futuramente ia cobrar um favor e me colocou aqui).

 Tal resposta parece deixar a serpente pensativa, ele direciona seu olhar para cima, encarando o teto em reflexão, isso enquanto o garoto raposa assistia essa cena, ainda encarando a serpente em descrença.

 A cada hora que passa, esse lugar fica mais louco, pedras brilhantes, insetos gigantes, coelhos assassinos e por fim uma serpente com superpoderes de água e telepatia, tantas surpresas seguidas que ele já está perdendo a capacidade de se impressionar:

 - (Aí, sem querer atrapalhar o seu raciocínio, mas como você tá pensando sem eu ouvir?) - pergunta a raposa.

 - (Oh, sim, você desconhece essa técnica, apenas se concentre um pouco, esse feitiço é controlado pela intenção, eu criei a conexão de nossas mentes, você deve controlar sua mente e direcionar o seu pensamento apenas para si, se quiser falar comigo, então direcione o seu pensamento para mim).

 - (Direcionar o pensamento? Acho que eu entendi).

 O rapaz, movido por uma curiosidade inabalável diante do desconhecido, fechou seus olhos e se concentrou por alguns segundos, focando em entender como controlar os seus pensamentos, algo que antes ele nem tinha ideia de que era possível.

 Com alguns segundos de concentração, ele abre novamente os seus olhos:

 - (Ei, você tá me ouvindo agora?)

 A serpente não responde, permanecendo em silêncio enquanto encara o garoto raposa:

 - (Ah, consegui! Na verdade, nem é tão difícil, isso tá mais pra um aviso prévio, é tipo escolher pra quem você vai enviar uma mensagem).

 - (Como não estou ouvindo mais seus pensamentos, acredito que você tenha conseguido) - diz a serpente por meio de seus pensamentos.

 - (Sim, não é tão difícil na verdade) - ele responde, agora direcionando seus pensamentos a criatura.

 - (Você já está sendo capaz de controlar livremente? Impressionante, a maioria dos seres que aprende essa técnica demora para entender como fazer, mas você conseguiu bem rápido).

 - (Hum, acho que é porque eu tenho uma boa imaginação, por isso não tive dificuldades para visualizar meu próprio pensamento e assim controlá-lo).

 A serpente parece se espantar um pouco com essa constatação:

 - (Foi uma observação brilhante, conseguiu compreender a essência desse feitiço em sua totalidade, você deve ser um gênio pequena raposa).

 - (Ah, valeu... Gênio, até que faz tempo que ninguém me chama disso, não que eu sinta muita falta) - ele tem um tom irônico em seus pensamentos).

 - (Haha, um gênio, definitivamente um adversário digno, agora levante-se pequena raposa, terminaremos nosso combate agora!).

 - (... O que?)

 A grande serpente, mostrando suas presas, começa a concentrar novamente sua energia em seus chifres, deixando claro para o rapaz que ela tem mesmo intenção de atacar:

 - (... Fala sério!) - ele grita em sua mente.

 Continua...

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