Capítulo 4: Adaptação.

 Ao se certificar de que não a nada do outro lado, ele pula para fora do buraco, mas ainda mantendo a cautela. Ele anda calmamente no lugar, olhando para todas as rochas com atenção e curiosidade:

 - (Cristais que emitem luz naturalmente, eu nunca ouvi falar de algo assim. Outra coisa pra eu adicionar na lista de coisas impossíveis).

 Com curiosidade, ele vai para perto de uma dessas pedras brilhantes, uma pequena caída no chão, e uma coisa chama a atenção dele de forma imediata:

 - (Essas pedras parecem com aquele rato, elas também têm essa luz esquisita dentro delas, mas são diferentes, as das pedras parecem apenas um monte de energia amontoada, já o rato e a aranha, as deles se moviam e se espalhavam pelo corpo, como veias).

 Para examinar mais de perto, ele tenta pegá-la, mas então tudo que ela faz é colocar sua pequena pata sobre a pedra:

 - (Ah, verdade, eu não tenho mãos) - ele pensa com decepção - (vai ser difícil fazer testes só com a boca, então acho que vou matar só uma ou duas curiosidades minhas).

 Ele vai até a pedra com seu focinho e a segura com a boca, com uma leve ginga de corpo, ele joga a para cima. A pedra voa por breves segundos e então cai ao chão, se quebrando no processo.

 A raposa assiste isso com atenção, ficando fascinado com a cena:

 - (Olha só, as pedras são bem frágeis, sem falar que a energia dentro dela se dividiu, os pedaços muito pequenos ficaram sem nada, já os grandes dividiram a energia entre si. Muito curioso).

 Para ver mais de perto, ele vai até os cacos que se espalharam no chão:

 - (Hum, chamar de energia é muito abrangente, por enquanto, vou chamar isso aqui de Ki, acho que esse nome faz sentido dada a natureza dessa energia).

 (Sons de passos).

 Instintivamente, ele se vira para o lugar de onde vem o som, mas a figura, ou melhor, as figuras que aparecem diante dele o surpreendem. Um grupo de dez coelhos, brancos dos olhos vermelhos, aparentemente comuns:

 - (Tem até coelhos aqui? Não, espera, eles não devem ser como os coelhos que eu conheço, coelhos são seres fracos e herbívoros, mas esses aí estão vindo pra cima de mim, uma raposa, mesmo sendo filhote, eu deveria ser o predador deles).

 De forma lenta, os coelhos vão se aproximando em grupo, parecendo se espalhar a medida que se aproximam:

 - (Estão tentando me cercar).

 Logo o garoto raposa começa a recuar em resposta ao avanço dos animais, o que parece fazer os coelhos ficarem curiosos:

 - (Não tenho como saber do que eles são capazes, entrar em um combate seria arriscado, mas...) - a raposa para de recuar e firma suas patas no chão - (... dada a situação...) - demonstrando ferocidade, ele mostra suas presas enquanto rosna - (... eu não tenho escolha).

 Os coelhos, vendo a raposa diante deles se armar para a luta travam por um instante, mas depois, de uma forma completamente inesperada, eles também contorcem suas expressões deixando a mostras seus dentes e olhos vermelhos ferozes.

  Em questão se segundos os coelhos correm e se espalham, come se fossem uma rede pesca tentando formar um círculo ao redor do rapaz.

 A raposa assiste isso com frieza, mas então ele avança com tudo, indo pra cima de um único coelho. Velozmente, ele abocanha esse coelho e continua a correr em linha reta, quebrando assim o círculo que eles formaram entorno dele.

 Os outros coelhos ao verem isso, pegaram impulso no chão e voltam a persegui-lo em alta velocidade. Mordendo o coelho bem na área da barriga, ele força a mandíbula para matá-lo, mas o pequeno animal é muito mais rígido do que parece, isso enquanto o coelho de debata e desfere chutes no rosto:

 - (Essa rigidez, são os músculos dele, os chutes dele também são fortes, eu sabia que não são coelhos normais, mesmo assim...).

 Aplicando mais poder, ele morde o coelho com força, fazendo um som de estalo e depois o coelho para de se mexer:

 - (Isso! Eu posso vencer! Só tenho que pensar direito e não me amedrontar).

 Logo ele joga o coelho morto no chão e se volta novamente para os outros. Ele escolhe seu alvo, sendo o coelho mais afasto, logo ao canto perto da parede da caverna:

 - (Vou atacá-los pelos lados, assim não vão poder me cercar e eu vou matar um por um).

 Ele corre para cima do coelho, enquanto os outros novamente mudam a rota para ir para cima dele.

 Com velocidade, ele chega até o alvo e tenta abocanhá-lo, mas o pequeno coelho se esquiva pulando para cima e tenta passar por cima dele, mas ele não perde tempo e corre pra cima da parede, ele a usa de impulso e vira com um salto, acertando o coelho no ar com as garras dele.

 O coelho cai e ele pisa em cima para segurá-lo, o animal tenta se debater, mas com uma mordida forte direto no pescoço, ele mata a criatura de vez.

 Novamente, um coelho vem para cima dele, mas ele pensa rápido e joga o cadáver do outro coelho no animal, o deixando desnorteado, ele tenta aproveitar isso para já matar o coelho em sequência, mas do nada um outro vem e pula nas costas dele e começa a literalmente comê-lo.

 A dor agonizantes das mordidas faz ele perder a compostura por um momento, mas então ele começa a correr do nada em direção da parede. Com um forte impulso, ele pula na parede, a escala e depois a usa para dar outro pulo, indo ainda mais alto e começando a cair.

 Mesmo sendo alto, ele não se intimida. Ele deixa as costas, e consequentemente o coelho, virados para o chão. Ao cair no chão, o coelho leva a maior parte do impacto, gerando um momento de fraqueza no qual ele solta as costas da raposa.

 Sem perder tempo, a raposa se levanta novamente e pressiona o coelho no chão com a pata, assim o encarando com fúria. O pequeno animal tenta se debater, mas sem ter piedade, a raposa o aperta com a pata e com a boca segura a cabeça dele e a arranca com um puxão.

 Ele joga a cabeça na direção dos outros coelhos, que pararam de o atacar nesse momento, apenas encarando ele:

 - (Eles pararam... Devem ter percebido que eu não sou uma presa fácil. Melhor usar isso a meu favor).

 Visando causar temor nas criaturas, ele morde o corpo do coelho em suas patas, apenas para sujar seu rosto com o sangue, depois ele olha para os outros animas, forçando uma expressão assassina em seu olhar. Os coelhos veem essa cena parecendo receosos em avançar:

 - (Pra finalizar, o toque principal de um grande predador).

 Ele começa a latir e a rosnar de forma descontrolada, quase como se estivesse doído, chegando a deixar saliva cair no chão. Assim, ainda rosnando, ele começa a avançar lentamente, em resposta os coelhos parecem recuar um pouco.

 Com passos lentos, ele vai empurrando os animais para trás, até que os pequenos coelhos se amedrontam o bastante e se viram para fugir. Mesmo após os coelhos começarem a correr, a raposa continua a encará-los com um rosnar, mas assim que eles somem de vista:

 - (Ah, tô morto) - diz ele relaxando a expressão e se jogando ao chão.

 Aproveitando sua vitória, ele fica deitado enquanto respira, mas em pouco tempo ele se levanta e começa a olhar ao redor com atenção:

 - (Todo esse barulho e cheiro de sangue, mesmo assim nenhum predador maior veio até aqui, talvez essa área não tenha predadores maiores, ou eles devem estar só muito distantes. Bom, o importante é que a barra está limpa).

 Após raciocinar um pouco, o olhar dele se volta para os três coelhos que tinha acabado de finalizar. Ele anda até um deles e o olha por alguns segundos:

 - (Depois das baratas, nada mais me intimida. Sem falar que foi esse aí que me mordeu, esse coelho eu vou comer com gosto).

 Para evitar os pelos, ele abre o animal com as garras e começa a devorar a parte interna. O gosto está longe de ser bom, mas comparado ao amargor dos insetos, para ele isso é como um tipo de sushi exótico.

 Ao terminar de se alimentar do primeiro, ele começa a andar em direção do segundo:

 - (Esses coelhos são bem diferentes dos que eu conheço, são agressivos e com músculos poderosos, sem falar que sabem trabalhar em equipe. Minha sorte é que não tinham mais, dependendo do número deles, teria sido o meu fim).

 Enquanto ele continua a pensar, ele finaliza sua refeição, ficando satisfeito apenas com dois, mas então ele se lembra do terceiro que sobrou. Ele vai até o animal e o olha enquanto pensa:

 - (Será que eu me forço um pouco e como ele? Mas e se eu ficar com dor de barriga, ou até mesmo vomitar? Isso vai diminuir minha capacidade de defesa. Eu poderia levá-lo pra comer depois? Não, o cheiro de sangue só atrairia predadores, sem falar que os amigos dele podem voltar em maior número também. É melhor só esconder e vir pegar depois. Com sorte, ele ainda vai estar aqui quando eu voltar).

 Agilmente, ele pega a carcaça e a joga entra as rochas luminosos, com a intenção de escondê-la:

 - (Próximo passo é achar uma fonte de água, não só pra beber, mas também pra limpar esse sangue em mim).

 Logo ele começa a seguir pela caverna, andando em busca de água.

 Por todo o caminho, ele vai encontrando essas pedras brilhantes e coloridas que iluminam a vista dele e o permitem ficar mais tranquilo, afinal se qualquer coisa aparecer, ela vai ver na hora.

 .

 Por mais algum tempo, ele vai adentrando a caverna, até que em certo momento ele para e encara a parede da caverna, mas depois vai até ela para ver mais de perto:

 - (A parede tá úmida, então deve ter alguma fonte de água por aqui).

 Com essa nova inspiração, ele volta a andar pela caverna agilmente, usando a sensação de umidade no ar como um guia. Ele vai andando até que chega em uma bifurcação no caminho:

 - (Hum, a fonte de água deve estar em algum desses caminhos. Bom, acho que hora de eu tentar aproveitar um pouco desse corpo).

 Ficando bem próximo dos caminhos, ele fecha os olhos e se concentra profundamente, tentando se harmonizar com esse corpo no qual ele está agora:

 - (Talvez seja a limitação da minha mente, ou algum tipo de incompatibilidade da minha alma, mas eu não estou conseguindo usar todo o potencial desse corpo. As presas, garras, focinho e orelhas são minhas armas, se eu não as dominar, vou morrer).

 Se concentrando ao máximo, ele começa a expandir sua percepção, mais especificamente, a audição.

 Ele começa a ouvir o próprio corpo, o coração batendo, até mesmo o sangue em suas veias. A audição dele se expande mais um pouco, ele consegue ouvir ao redor, ratos, insetos, goteiras, todos sons que pode sentir, mas lá no fundo, um pouco abafado, mas presente, ele ouve um som de água corrente:

 - (Direita).

 Com essa confirmação, ele se vira e segue pela direita, indo com calma enquanto se concentra para continuar ouvindo os arredores, não só pela água, mas também pelos inimigos.

 A raposa vai seguindo, sentindo que cada vez mais a umidade do ar aumenta, ele pode ver isso nas paredes também. Com mais alguns poucos segundos, o som de água fica tão alto que ele nem mesmo precisa mais se concentrar:

 - (Em cheio).

 Passando por uma última curva, ele chega até uma zona aberta, nela, um grande e extenso corpo d’água que se entende por toda a área como um rio e que segue se movendo, ao redor dele, tem vário musgos e as pedras brilhantes, mais acima, as estalactites no teto da caverna. Um cenário realmente deslumbrante:

 - (Beleza, água, e ainda por cima corrente, não tinha como ser mais perfeito. Se isso estiver conectada com rio da superfície, basta eu seguir por ele pra sair dessa caverna. Golpe de sorte. Bom, mas deixemos as comemorações para depois, agora tenho que me reidratar).

 Com atenção nos arredores, para não ser emboscado por nenhum inimigo, ele vai andando sutilmente até o rio. Assim que ele chega perto o bastante, olha os arredores uma última vez, ele se abaixa para beber água e limpar o sangue de seu pelo:

 - (Que trabalho só pra encontrar um pouco de água, esse tipo de coisa faz a gente valorizar o que tem... Que sensação é essa?... Hã?! Ah!).

 Ao olhar para o próprio reflexo na água, ele vê duas coisas brilhando no fundo do rio, coisas essas que parecem estar se aproximando. Quase que por puro instinto, ele pula para trás.

 Assim que ele se afasta, uma grande serpente marinha de escamas de cor esmeralda, comprida o bastante para tocar o teto da caverna, surge da água em um pulo e depois cai, voltando para o fundo.

 Olhando essa cena com um olhar quase perplexo, a raposa fica parada olhando para a água, mas então o animal apenas se senta no chão e suspira de estresse:

 - (Que saco, eu sabia que existia a possibilidade de existirem animais nessa água, mas um bicho desse tamanho é demais. Com aquele tamanho todo, ele deve sobreviver arrastando os grandes predadores pro rio quando eles vão beber água. Isso explica por que essa área é mais segura).

 Ele olha para a água com atenção e seriedade:

 - (Ele parece ser territorial, deve caçar os outros peixes perigos, então ele deve ser a única verdadeira ameaça por aqui. Com tanto que eu fique atento, no tempo em que eu ficar aqui devo conseguir tomar água sem virar janta de peixe. A situação não é tão ruim quanto parece).

 Após isso, ele volta seu olhar para o lado, vendo que o rio sai de um túnel que parece subir, é um pouco estreito, mas ele poderia passar sem problemas no caminho ao lado do rio:

 - (Beleza, se eu subir esse rio, devo ser capaz de chegar até a superfície).

 Pensativo, ele permaneceu quieto enquanto pensava atentamente em seus próximos passos, mas por algum motivo estranho, ele sentiu algo como um arrepio tomar conta de seu corpo por um instante, fazendo ele voltar a realidade.

 No rio, com apenas o topo da cabeça e os olhos para fora, aquela serpente de antes o encarava com atenção, assim que ele percebeu, se levantou e começou a rosnar, entrando em modo de batalha:

 - (Essa sensação de antes, é como quando eu vi aquela aranha, é tipo um alerta de perigo, mas essa serpente tá água, não tem como me pegar).

 A serpente então começa a se erguer, ficando com parte do corpo para fora, mantendo o foco na raposa. A raposa agora pode ver com atenção o seu inimigo, um ser que mais se assemelha um dragão chinês, com cifres no topo da cabeça e bigodes que parecem de um peixe gato:

 - (Uau, eu não tinha visto antes, mas o Ki dessa coisa é absurdo, não só em quantidade, mas em fluxo, é constante e focado).

 A criatura o encara por alguns minutos, mas de repente algo acontece, o fluxo de Ki do corpo dela começa a acelerar, parecendo ficar mais violento, rápido e poderoso:

 - (Essa mudança... eu tinha visto isso nos coelhos, ele...)

 O Ki da criatura começa a se concentrar nos chifres e eles começam a brilhar em um tom azulado:

 - (... vai atacar!).

 Uma bola de água se forma entre os chifres da criatura, e dela sai um jato de água que mais se assemelha a um laser que vai na direção do garoto raposa.

 Velozmente, ele pula para o lado, desviando do ataque. O jato parte o chão de pedra, abrindo uma fenda nele:

 - (O que?! Isso pareceu até um jato alta pressão, não! Isso foi um jato de alta pressão.

 Ainda tomado pela surpresa, ele volta seu olhar de volta para a serpente, que continua a encará-lo com atenção e ferocidade, ainda com uma bola de água planando sobre a cabeça dela:

 - (Isso só pode ser piada!).

 Continua...

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Comments

kitsune kumara

kitsune kumara

essa obra é sua mesmo ou você está copiando uma obra alheia porque ela está incrível

2025-01-17

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