CAPÍTULO 04: A FLOR DE LÓTUS

O amanhecer chegou, banhando o jardim em uma luz suave e dourada. Os pássaros cantavam, anunciando um novo dia, um dia que, para Alice, carregava a promessa de cura e recomeço. Ela observava Bruno, sentado na varanda, com um copo de café na mão, os olhos fixos no horizonte. A expressão de sofrimento ainda pairava em seu rosto, mas agora, um brilho tênue de esperança começava a se acender.

Alice se aproximou dele, sentando-se ao seu lado.

“Bom dia, Bruno.”

Ele a olhou, um sorriso tímido se formando em seus lábios. “Bom dia, Alice.”

“Você está melhor?”

Ele assentiu, mas a tristeza ainda pairava em seus olhos. “Estou. Um pouco. Saber que você está aqui, que você se importa, me dá força.”

Alice, com a voz suave, disse: “Eu também preciso de você, Bruno. Precisamos um do outro. Para superarmos tudo isso.”

Eles ficaram em silêncio por um momento, cada um perdido em seus pensamentos. Alice, observando o jardim, reparou em uma pequena planta que brotava entre as pedras, uma flor de lótus. Suas pétalas delicadas, de um branco imaculado, se erguiam em direção ao sol, como um símbolo de esperança e renascimento.

“Bruno, você já viu uma flor de lótus?”

Ele negou com a cabeça.

“É uma flor que nasce na lama, mas que consegue florescer com beleza e pureza. É um símbolo de superação, de força interior, de capacidade de renascer.”

Alice pegou a flor de lótus, delicadamente, e a estendeu para Bruno. “Assim como essa flor, nós também podemos superar a dor, podemos renascer das cinzas. Podemos encontrar a força para seguir em frente.”

Bruno, com a voz embargada, disse: “Eu quero, Alice. Eu quero ser forte para você, para mim, para todos que me amam.”

Alice sorriu, seus olhos brilhando com esperança. “Eu sei que você vai conseguir, Bruno. Você é forte. E eu estou aqui para te ajudar.”

Eles ficaram em silêncio por um momento, apreciando a beleza da flor de lótus. Era um símbolo de esperança, um lembrete de que, mesmo em meio à dor, a vida encontra um caminho para florescer.

Alice, sentindo a necessidade de dar um passo adiante, decidiu compartilhar algo que a atormentava.

“Bruno, eu preciso te contar algo. Algo que eu escondi de você por muito tempo.”

Bruno a olhou, seus olhos cheios de curiosidade e apreensão.

“O que é, Alice?”

Alice respirou fundo, preparando-se para revelar um segredo que carregava há anos.

“Eu... eu não consigo me lembrar do dia do acidente. De nada. É como se um pedaço da minha memória tivesse se apagado.”

As palavras de Alice caíram sobre Bruno como um trovão. Ele a encarou, incrédulo, seus olhos cheios de espanto e dor.

“Como... como isso é possível?”

Alice, com a voz tremida, respondeu: “Eu não sei. Os médicos disseram que pode ter sido um mecanismo de defesa do meu corpo, uma forma de proteger a minha mente da dor. Mas... eu não consigo me lembrar. E isso me assusta.”

Bruno, sentindo a dor de Alice se espalhando por ele como uma onda, a abraçou com força. Ele sabia que a perda do pai era uma ferida profunda, e que a amnésia a tornava ainda mais dolorosa.

“Alice, não se preocupe. Nós vamos descobrir o que aconteceu. Juntos.”

Alice se encostou em seu abraço, buscando conforto em sua presença. A dor ainda estava lá, mas agora, ela não se sentia sozinha. Ela tinha Bruno, e ele tinha a ela. E juntos, eles enfrentariam os fantasmas do passado, buscando a cura e a redenção.

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