Jhulie

Volto da minha corrida matinal e encontro todos na mesa tomando café da manhã, dou um beijo em Benício e me sendo ao lado deles.

Jhulie: Bom dia! Bom dia papai, não vai ir para a empresa hoje?

Felipe: Hoje não, tenho algumas coisas pessoas para resolver.

Olho para ele e antes que eu pergunte, ele mesmo responde.

Felipe: Não se preocupe, está tudo bem.

Vejo a minha mãe me olhando e então eu entendo.

Jhulie: ah, entendi tudo...

Any: Você disse que nós conversaria hoje.

Termino de descascar uma banana e depois olho para eles.

Jhulie: Papai, eu amo morar aqui, eu amo muito vocês e se eu pudesse eu ficaria aqui para sempre porque eu amo o fato de chegar em casa e ter todos vocês aqui...

Felipe: Mas...

Jhulie: Mas, a mamãe não vive enquanto eu estou por perto. Ela sempre fica muito preocupada, e eu não estou reclamando disso, eu amo esse lado protetor dela e espero muito ser igual a ela, mas eu sinto que ela para o dia dela por conta de mim e isso não é certo.

Vejo o meu pai dando uma leve risadinha.

Felipe: Quase todos os dias eu falo isso com ela.

Jhulie: Eu cheguei de viagem, disse que estava tudo bem e ela queria interromper a viagem dela, todos os finais de semana ela dorme super tarde porque me espera chegar em casa. Vocês dois ainda são tão novos... Você mamãe, já passou por tanta coisa, já parou tanto a sua vida para cuidar de mim e da vovó. Já está mais do que na hora de sair para curtir seja lá com as amigas, com o papai ou com o Benício.

Any: Eu fico com medo de acontecer algum coisa e eu não estar aqui... Quando aconteceu aquilo com a minha mãe, eu não estava lá...

Jhulie: E oque adiantaria a senhora estar lá, mamãe? Não adiantaria nada... E outra coisa, mesmo quando a senhora não estar perto ainda sim está perto. Sempre é ligada em tudo e sempre está a disposição.

Any: Eu não queria sufocar você, Jhulie... — vejo os olhos dela se formarem lágrimas.

Jhulie: Me sufocar? Só se for de tanto amor. — Seguro na mão dela — e eu amo ser sufocada de tanto amor.

Meu pai fica olhando para nós duas e não diz nada.

Jhulie: Eu não quero ir embora daqui porque a senhora me espera toda noite, ou porque sempre liga para saber se eu cheguei bem no trabalho, ou porque me manda mil mensagens quando eu durmo fora de casa... Eu só quero ter a minha vida de adulto e mostrar para a senhora que voce já fez a sua parte muito bem e se pensa que é porquê eu estarei saindo daqui que você pensa que vai parar de me ligar para saber se estar tudo bem, a senhora está muito enganada. Vou querer sempre finalizar o dia com o seu boa noite. A senhora ainda sim, será a primeira pessoa que saberá de tudo sobre mim porque eu tenho a Alice e a Agnes como minhas melhores amigas, mas você sabe que é a número um e tudo oque eu vou contar para elas, a senhora já sabe muito antes. Eu só quero que a senhora comece a viver.

Minha mãe sorrir em meio as lágrimas que rolam em seu rosto.

Any: Quando você se tornou essa mulher tão forte?

Jhulie: Quando eu comecei a me espelhar em você.

levanto e vou abraça-la.

Jhulie: Eu te amo tanto tanto tanto tanto mais tanto que você não faz nem idéia. — beijo a cabeça dela.

Any: Eu só peço uma coisa e isso não é por duvidarmos da sua capacidade de conseguir sozinha...

Olho para ela e para o meu pai.

Any: Podemos dá o apartamento para você?

Sento na minha cadeira outra vez e sorrio para eles fazendo que sim.

Felipe: Tá falando sério?

Jhulie: Eu estou...

Meu pai me dá um abraço.

Felipe: Então comece a procurar pelos apartamentos hoje mesmo e quando encontrar o escolhido, me falar que eu resolvo tudo sobre o contrato com a imobiliária.

Jhulie: Podemos ir hoje? Não que eu esteja com pressa mais é que você está em casa, papai. Podemos ir todos juntos e vocês também podem separar alguns para mim.

Sorrindo eles fazem que sim.

Benício: Você vai se mudar, Jhuli?

Jhulie: Eu vou e agora você vai ter outra casa para dormir fora... — bagunçou os cabelos dele.

Começamos a procurar por anúncios de apartamentos e alguns eu até que gostei mas os meus pais e eu não gostamos do local onde fica o condomínio.

Passamos a manhã ali na sala procurando por apartamentos até que eu encontro três. Na verdade, meu pai encontra um perfeito, minha mãe encontra outro ainda mais perfeito e o Benício e eu encontramos outro.

Meu pai entra em contato com os corretores e então marca a vista para conhecer para agora.

Entramos no primeiro apartamento e é ainda mais lindo que nas fotos, porém, não gostamos muito da privacidade do lugar. As varandas são muito grudadas uma com a outra oque já ficou fora de cogitação.

Saimos de lá já descartando aquele e indo até oque Benício e eu escolhemos.

Benício: Esse aqui é lindo e olha a área de lazer.

Seguimos até a sacada e vemos a vista que dá diretamente para a área de lazer.

Jhulie: Eu gostei desse.

Any: Eu também gostei.

Felipe: Mas esse você não conseguirá se mudar por agora, porque está cru.

Benício: Está cru?

Felipe: É quando a casa está completamente vazia.

Jhulie: Mais eu não tenho pressa papai.

Felipe: Vai fechar com esse então? Não vai nem conhecer o outro? É aqui perto.

Any: Não custa nada ver...

Seguimos até o outro condomínio que fica naquele mesmo bairro.

Quando o meu pai estaciona o carro para esperar o corretor eu reparo no lugar.

Jhulie: Esse é o condomínio queno Ethan mora e se eu não me engano, e aquele outro condomínio era o do Gustavo...

Abro a janela do carro e reparo bem nos outros condomínios.

Jhulie: Gustavo mora lá e eu nem percebi, mais eu acho que era para o outro lado porque não me lembro de passar por aquele caminho.

Assim que saímos do carro, meu pai me pergunta:

Felipe: E teria problema ser no mesmo condomínio queno Ethan?

Jhulie: Por que teria? Ele virou dono do pedaço?

Minha mãe e meu pai acaba rindo.

Felipe: Eu fico admirado que nada te abala.

Assim que passamos pela entrada, o meu pai já gosta porque só libera com a facial e tem dois seguranças mais o porteiro.

Passamos por algumas partes e realmente é aqui onde fica o apartamento do Ethan e só fico meio perdida para saber qual prédio é mais eu acho que é aquele do outro lado. Fico olhando para todos eles.

Felipe: Em qual prédio ele mora?

Jhulie: Eu acho que é naquele. Sempre me perdi e ele sempre me buscava na portaria quando vinha aqui.

Ficamos aguardando o elevador e quando se abre...

Ethan...

Ethan: Jhulie? Felipe... Aconteceu alguma coisa?

Então é nesse prédio que ele mora.

Ele permanece no elevador.

Ethan: Falem, aconteceu alguma? Porque estão aqui? Esta tudo bem?

Felipe: Hey, calma. Está tudo bem. Não viemos até você. Estamos a procura de um apartamento para a Jhulie.

Ethan me olha por alguns segundos.

Jhulie: Eu me enganei, mamãe, vamos embora daqui. — cochicho para ela.

Ethan ficae olhando e após uns segundos em silêncio ele diz: