Ethan

Após assistir uma série de filmes, Jhulie adormece no meu braço, tiro o cabelo que caiu no rosto dela e então percebo o quão ainda mais linda ela é.

Talvez fique aquela dúvida do porquê eu sou relutante quanto a ter algo com ela, mas não é tão difícil de entender.

Fomos todos criados juntos, Jhulie, Alice, Gustavo e eu. Jhulie foi criada ainda mais comigo e com a Alice do que o Gustavo.

A Any, a mãe dela, continuou sendo a nossa baba por boa parte da nossa infância e até mesmo a nossa adolescência. Até a Sofia completar seis anos, ou seja, Jhulie foi criada como a nossa irmã.

Eu me lembro que quando eu comecei a gostar dela, ou comecei a perceber que gostava dela, Gustavo e Alice estavam namorando.

Gustavo foi o primeiro namorado da Alice, mas a Alice não foi a primeira namorada do Gustavo. Houve um dia em que estávamos juntos com outras pessoas e quando perguntaram oque os dois eram, eles simplesmente ficaram com vergonha de dizer que eram namorados.

Gustavo disse que era estranho porque eles eram praticamente primos, isso ficou literalmente na minha cabeça e desde então, sempre tive isso comigo. Jhulie é como se fosse a minha irmã, a melhor amiga da Alice. Se não desse certo, como ficaria a nossa relação? Eu gosto dela mais também gosto muito da amizade dela.

Eu acho que eu não converso tanto com ninguém quanto eu converso com a Jhulie. Eu me sinto livre, não me sinto pressionado quanto a nada e só posso ser eu mesmo. Se não der certo, eu perco ela em todos os sentidos.

Mas, imaginar que ela está preste a ir embora, me deixa louco. Eu sei que ela vai querer ficar em santa Monica, pode não ser agora, mas eu sei que uma hora ela virá de vez e pensar que um dia eu poderei me arrepender de não ter tentado nada, me deixa louco.

Quando eu estou longe, eu quero ela por perto, eu quero ela só para mim, mas quando eu olho para ela eu penso tudo outra vez. Eu tenho 23 anos, jhulie tem 20, a diferença de idade nem é tão grande assim, mas ainda sim, todas as vezes que eu olho para ela, não é a mesma coisa quando olho para a Patrícia ou para a Yara que já deixaram de ter os traços de crianças.

Sinto o meu corpo arrepiar só de voltar a pensar nisso outra vez, então fechou os meus olhos, pego um lado do fone que está no ouvido dela e começo a ouvir a música que ela está ouvindo, e obviamente seria do James Arthur, o cantor favorito dela.

-

Acordo com cãibra no pé e começo a movimentar, quando eu olho para a Jhulie, praticamente deitada graças ao negócio que ela trouxe, solto outra risada.

Ethan: Ela realmente estava certa. — penso em voz alta.

Jhulie: Eu sei que sim...

Ela empurra um pouco do negocio para mim e então colocou o meu pai, suspirando de alívio.

Jhulie: Quantas horas?

Ethan: Estamos em Chicago.

Jhulie: Ah que ótimo, mais seis horas de vôo.

Ethan: Sete, sete horas de vôo. — acaricio a cabeça dela.

Jhulie: Teria diferença se estivéssemos vindo no jatinho? — ela ergue um pouco a cabeça ao me perguntar.

Ethan: Acredito que sim. Os jatos são mais rápidos, mas tem toda a questão da distância e altura, então não sei te dizer ao certo.

Ela começa a pesquisar sobre isso e eu acho engraçado.

O jantar é servido e após jantarmos, assistimos mais alguns filmes.

A aeromoça aparece, pedindo para que ninguém levante, pois logo iremos aterrissar e rapidamente, Jhulie começa a se ajeitar, passa uma leve maquiagem, arruma o cabelo, me faz guardar a almofada inflável e então fica quentinha esperando.

Jhulie: Santa Monica...

Ethan: Na verdade estamos na Califórnia, teremos que pegar um carro até o hotel.

Jhulie: Você reservou um quarto para você em que hotel?

Sorrio ironicamente.

Jhulie: Ethan...

Ela me entrega outro chiclete e então sentimos a pequena turbulência devido a aterrissagem do avião.

Jhulie: Você não preparou nada para vir para cá?

Faço que não.

Jhulie: Então é mais fácil ficar no mesmo hotel que eu. Lá você pode contratar um pacote de turismo e..

Começo a rir novamente. Jhulie ainda não entendeu o que eu vim fazer aqui na Califórnia.

Ela começa a falar sobre as coisas legais que eu posso fazer e os lugares que eu preciso conhecer.

Começamos a sair do vôo e ela está em completa euforia.

Assim que saímos, ligo o meu celular e recebo as mensagens, ignoro algumas e assim como ela, aviso os meus pais que já chegamos na Califórnia.

Jhulie está em chamada de vídeo com a mãe, com um sorriso surreal no rosto. Posto a foto que eu tirei no avião, mas não marco ela, apenas a localizaçao de onde estamos.

Aguardamos as nossas malas e depois seguimos até onde tem um rapaz com uma placa com o nome dela.

— Jhulie?

Jhulie: Leon?

Leon: Eu estava ansioso para a sua chegada.

Eles se cumprimentam com um beijo em cada lado da bochecha.

Me aproximo dela, passando a mão pelo seu ombro.

Jhulie: Esse aqui é o Ethan, ele veio para cá de última hora.

Leon: É aquele rapaz?

Aquele rapaz?

Jhulie sinaliza alguma coisa para ele e eu fico apenas olhando, doido para ir embora dali.

Jhulie: Podemos dá uma carona para ele?

Me darem uma carona? Sorrio ironicamente. Era só oque me faltava.

Leon: Vamos por aqui, o carro está ali na frente.

Ele vai andando na frente e eu seguro no braço dela, fazendo com que ela pare de andar.

Ethan: Você não me falou dele...

Dessa vez, ela quem sorrir ironicamente.

Jhulie: Você nem me falou que viria, Ethan. Se eu for falar tudo oque eu preparei para está viagem, nós perderíamos um dia inteiro.

Leon: Bora, florzinha. — ele grita.

Coço a minha cabeça e respeito fundo.

Mando mensagem para Gustavo e pergunto quem é Leon e logo ele me diz que é um amigo da Jhulie.

Ethan: Amigo... Amigo...

Aperto o meu paço e me aproximo dela.

Jhulie vai sentada no banco da frente com ele e por incrível que pareça, eu vou no banco de trás. Observo os dois em autos papos e vou ficando cada vez mais irritado, já me arrependendo de ter vindo para cá.

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