capítulo 5: A Verdade Sob a Lua

Capítulo 5: A Verdade Sob a Lua

Emily correu ao lado de Layla, sua mão presa firmemente na da alfa. A floresta parecia viva ao redor delas – as sombras se moviam, e os sons noturnos estavam mais intensos do que nunca. Mesmo com o medo pulsando em suas veias, havia algo que a fazia continuar.

Depois de algum tempo, chegaram a uma clareira iluminada pela luz da lua. No centro, Sofia estava de pé, seus olhos prateados brilhando. Ao redor dela, uma dúzia de lobos permanecia em silêncio, observando Emily com expressões que iam da curiosidade ao respeito.

Emily parou, sentindo o peso de tantos olhares.

— O que... o que é isso? — perguntou, ofegante.

Sofia deu um passo à frente, sua presença tão poderosa quanto a de Layla.

— Esta é a nossa alcateia. E agora, Emily, é hora de descobrir quem você realmente é.

Emily recuou, balançando a cabeça.

— Eu não... eu não sei se posso fazer isso.

Sofia parou, analisando-a com cuidado antes de falar.

— Sei que isso é muito para você. Mas está na hora de enfrentar a verdade.

Emily olhou ao redor, sentindo-se pequena sob tantos olhares. No entanto, algo dentro dela pulsava, uma sensação que parecia guiá-la.

— Como vocês esperam que eu acredite nisso tudo? Vocês dizem que sou uma Suprema Luna, mas tudo que sei é que sou... nada.

Layla soltou um suspiro, mas Sofia manteve a calma.

— Não é sobre o que você acredita agora. É sobre o que você sente.

Antes que Emily pudesse responder, Sofia ergueu uma mão para o céu. A luz da lua pareceu intensificar-se, banhando toda a clareira em um brilho prateado.

Emily sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, mais forte do que nunca. Seus joelhos quase cederam, mas ela se manteve de pé. Sua visão ficou turva por um momento, e então, como se algo se abrisse dentro dela, uma memória esquecida emergiu.

Ela era apenas uma criança, correndo por uma floresta semelhante àquela. Uma mulher estava com ela, sua voz suave enquanto cantava uma melodia que parecia familiar. Mas, de repente, o cenário mudou. Homens desconhecidos apareceram, seus rostos escondidos por mantos escuros. A mulher gritou, tentando protegê-la, mas a memória se dissipou antes que Emily pudesse entender o que aconteceu.

Emily caiu de joelhos, tremendo.

— O que... o que foi isso?

Sofia aproximou-se, colocando uma mão em seu ombro.

— Fragmentos do que foi apagado de você. Estão começando a voltar.

— Aquela mulher... ela era minha mãe? — perguntou Emily, sua voz falhando.

Layla respondeu desta vez, sua expressão sombria.

— Sim. Ela era uma beta forte, uma aliada de nossa alcateia. Sua missão era te proteger até que você estivesse pronta para assumir seu lugar. Mas algo deu errado.

Emily tentou respirar, mas a dor em seu peito era esmagadora.

— Então por que estou aqui? Por que vivi todos esses anos achando que era inútil?

Sofia abaixou-se até ficar na altura de Emily.

— Porque alguém quis te esconder. E eles quase conseguiram. Mas sua essência, sua verdadeira força, é mais poderosa do que qualquer magia.

Emily sentiu as lágrimas deslizarem por seu rosto.

— Isso é demais. Não sei se consigo lidar com tudo isso.

Layla ajoelhou-se ao lado dela, segurando suas mãos.

— Você não precisa fazer isso sozinha. Estamos aqui, e sempre estaremos.

Emily ergueu o olhar para as duas, sentindo um calor diferente. Não era apenas o vínculo que a conectava a elas, mas algo mais profundo. Pela primeira vez, não se sentia completamente sozinha.

— E agora? — perguntou, sua voz ainda trêmula.

Sofia sorriu levemente.

— Agora, começamos seu treinamento.

Layla levantou-se, estendendo a mão para Emily.

— Você é mais forte do que imagina. Vamos te ajudar a descobrir isso.

Emily hesitou por um momento antes de pegar a mão de Layla. Algo dentro dela dizia que aquele era o primeiro passo de uma jornada sem volta.

Quando olhou ao redor, viu que os lobos haviam se transformado em humanos, cada um deles reverenciando-a com olhares de respeito.

— Bem-vinda ao seu verdadeiro lugar, Suprema Luna — disse Sofia, com um sorriso tranquilo.

Emily respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade que agora carregava.

E sob a luz da lua, começou a aceitar a verdade de quem era.

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