Perdida na Grécia
...Perdida na Grécia ...
... ...
...Capítulo 1...
- Oh não! – exclamou Isabelle Herrera ao informar -se na recepção do aeroporto.
Tinha sonhado muito com aquela viagem desde que foi convidada para ser dama de honra do casamento de sua amiga com seu irmão do meio.
Isabelle sentiu um ar tenebroso ao olhar à sua volta e não acreditar que não estava na onde deveria estar. Confusa e desorientada, ficou paralisada por ver que estava completamente ferrada.
Na semana passada sua amiga Violet e seu irmão Davi haviam dito a toda a família que iriam se casar em Londres por causa dos pais de Violet que não podiam viajar. E como sua família eram muitos aventureiros decidiram viajar uma semana antes do casamento para conhecer a família da noiva.
No começo havia gostado da ideia de poder viajar, mas agora estava simplesmente perdida. Ela não costumava viajar e muito menos sozinha, e agora estava completamente sozinha num lugar desconhecido.
Naquela manhã havia uma confusão no aeroporto. Todos haviam se atrasado e tinham pouco tempo para chegar ao aeroporto. Ela tinha sido teimosa por ter ficado lendo o seu livro, enquanto todos estavam preocupados em chegar no embarque.
Havia agido como uma idiota. Ficou empolgada com o livro e quando se deu conta teve que correr atrás do pessoal todo. Escutara a sua mãe dizendo para parar de ler e prestar atenção aonde andava, e só se deu conta disso quando ouviu seu irmão mais velho gritar que o avião estava para sair.
Foi quando ela esbarrou numa moça na frente do embarque e viu que sua passagem havia se juntado com as demais.
- Sinto muito, mas tenho que entrar nesse avião, minha família acabou de entrar e... – Ela começou a contar o que aconteceu, enquanto ajudava a moça.
- Está com a sua passagem, senhorita?
- Sim, quero dizer que estava com ela..., mas deve estar aí no meio.
A moça olhou para ela confusa, por fim disse:
- Ok. Mas tem certeza de que é esse o seu voo?
- Sim.
A funcionária sorriu e conseguiu levá-la para o avião, arrumou um lugar para se sentar e agradeceu a moça.
- Obrigada.
- Não quer colocar sua mochila...
- Não, obrigada. Vou ficar com ela. – Sorriu e assim que a moça se afastou, olhou para o corredor, então pegou os fones de ouvido do seu celular e ficou escutando música.
Durante a viagem ficará quieta, mas conforme as horas foram passando, ficou enjoada e cansada. Pois não imaginava que a viagem fosse longa e resolveria dormir. Acordara quando a aeromoça anunciará que iriam aterrissar, rapidamente e ansiosa para descer e encontrar sua família, pegou sua mochila e colocou sua coisas dentro. Claro que tivera uma parada rápida, já que ela nem se importou com aquilo pois sabia que a viagem era longa. Mas não achou que seria tanta.
Quando finalmente saiu do avião e entrou no aeroporto, estranhou o local, não que nunca tivesse viajado antes e não vira outros aeroportos, porém ficou confusa ao ver que ao sair do avião não vira seus familiares por ali.
Assustada, correu para o balcão de informações e perguntou se há uma moça.
- Com licença, onde estou?
- Em Atenas, senhorita.
Oh meu Deus! Era isso que dava em não prestar atenção aonde andava, deveria ter prestado mais atenção e esquecido o livro de lado. Ao ouvir que estava em Atenas e não em Londres, fez uns cálculos.
Onde é que fica Atenas, mesmo?
Oh claro, na Grécia. Grécia é a cidade da história da mitologia. Odiava aquele lugar, ficava no fim do mundo, na verdade nunca gostará muito de história e filosofia quando estava no colégio e agora que estava ali passaria a odiar mais, ou odiar a si mesma por ser tão burra.
Durante os seus vinte e dois anos, aquela foi a pior burrice que já fizera na vida. Como fora tola ao errar o avião, por que colocará os fones de ouvido a viagem toda.
Caminhou devagar pelo aeroporto, estava cansada demais para procurar por ajuda, mas tinha que achar um telefone para ligar, seu celular havia descarregado. Há essa hora seus pais já teriam notado a sua ausência.
Desesperada para achar um telefone público, quando viu um saiu correndo, mas para sua tristeza precisava de moedas gregas.
Maravilha!
Era só o que lhe faltava? Só tinha dinheiro americano e não podia nem pensar em gastar ali. Coçando a cabeça desanimada foi até a central de informação, já que era os únicos que entendia o seu idioma.
- Será que poderia me ajudar?
- Sim.
- Como posso arrumar dinheiro daqui... eu sou americana. E necessito usar o telefone urgente.
A moça apenas sorriu.
- Olha, tem o banco que a senhorita pode trocar o seu dinheiro.
- Obrigada. Como posso chegar até o Banco?
- Sinto muito, mas a senhorita vai ter que se informar... espere um minuto. – A moça saiu e voltou segundos depois com um folheto. – Isso pode ajudar, mas pode ficar tranquila que o povo daqui gosta de ajudar os turistas.
Isabelle quis gritar para a moça que ela não era uma turista, só estava ali por engano, um engano pela burrice dela. Não era assim que havia sonhado viajar, e com certeza também não queria estar sozinha.
Sorriu para a moça e agradeceu. Deu uma olhada no folheto e não tinha nada de interessante, só tinha nomes de hotéis, museus, restaurantes e um pequeno mapa que não dava nem para ver nada.
Que porra de folheto era aquele?
Isabelle deu uma risadinha ao lembrar que não tinha ninguém da sua família ali para repreendê-la por xingar. Aliviada por isso, começou a olhar em volta à procura de um relógio, parecia ser tarde da noite e não sabia que horas seria naquele lugar para começar a procurar um lugar onde ficar.
- Como sou ridícula e estúpida. Deveria ter pegado o voo da Austrália, França ou México, mas para Grécia. – Ela resmungou sozinha, já que ninguém entendia o seu idioma. – Aí, como eu gostaria de voltar no tempo. Esse lugar é... pré-histórica, o que vou fazer... ninguém fala a minha língua nesse lugar.
- Eu entendo.
Isabelle parou de falar assim que ouviu uma voz atrás dela. Se apavorou ao lembrar que poderia ser um lunático ou estuprador, então ignorou e começou a andar sem olhar para trás, mas pareceu que o sujeito continuou a ir atrás dela, foi quando ela conseguiu encarar o homem de frente e se deparou com um moreno, alto e muito bonito.
Ele simplesmente sorriu ao ver que ela parara para encará-lo.
- O senhor me entendeu?
- Sim.
- Ficou me vigiando?
- Não.
Ela hesitou.
- Será que... poderia me... ajudar?
- Sim.
- Tem certeza de que entendi o que falo?
Ele sorriu meio que de lado e assentiu.
- Sim. A não ser que você não queira minha ajuda. – Ele disse fazendo a ficar sem graça. – Demétrio Lincoln e a senhorita?
- Isabelle Herrera.
- Veio de onde?
- Nova York.
Demétrio arregalou os olhos surpreso.
- Está bem longe de casa. Acabei de chegar da Itália, mas sou daqui mesmo.
Isabelle fez cara de pouco caso, e mordeu o lábio inferior quando se deu conta que os dois estavam chegando na frente do aeroporto. Ele lhe contou que o aeroporto era um pouco longe do centro da cidade e que poderia usar o metrô para ir até lá ou para onde quisesse.
- Será que você poderia me dizer que horas são?
- Agora são quase sete horas da noite.
- Mas que MERDA! – Ela havia se segurado para não dizer aquilo em voz alta, mas soltou mesmo assim. – Não era para ser uma viagem tão longa...
- É, desculpa em interromper a sua... conversa mental. Mas se quiser, posso lhe dar uma carona até o centro. – Ele ofereceu.
Ela sorriu sem graça ao ver que ele estava debochando dela.
- Seria ótimo, mas não tenho como pagar uma corrida com você até lá. – Ela disse. – Você aceita dólares em troca de... euro?
Ele sorriu.
- Sinto muito, mas não posso fazer isso. Mas lhe dou carona. – disse parando em frente a um Sedan preto impecável. – A não ser que queira pegar um metrô.
- O problema não é isso... você é um desconhecido. Você pode ser um estuprador ou maníaco, sei lá.
Demétrio sorriu.
- Ok. Só para lhe deixar mais tranquila, não sou nenhum maníaco e nem estuprador. – Contou, e acrescentou. – Posso lhe dar carona até onde você quiser...
Isabelle havia pensado se realmente tivesse feito a escolha certa em aceita carona de um completo estranho. Bem, se não fizera agora já era tarde. Estava sentada no banco de trás com aquele homem. Sem que ele percebesse, notou que o homem ao seu lado tinha um rosto marcante, olhos cor de mel, o cabelo curto e preto, o nariz era perfeito e os lábios eram finos e sensuais, capazes de enlouquecer qualquer mulher. Os trajes dele era muito social e podiam jurar que eram feitos sobre medida, pois modelava os ombros largos e fortes.
Nunca imaginaria que um homem grego poderia ser irresistível a ponto de fazê-la mudar de ideia sobre aquele lugar. Mas não poderia esquecer que não estava ali para passeios e sim por engano. Precisava de um telefone e um lugar para ficar o mais rápido possível.
- Espero que goste daqui todos que vem ficam fascinados que acabam voltando.
- Ah, eu não estou aqui... quero dizer que não sou turista.
Ele olhou-a de relance, confuso.
- O que veio fazer aqui, então?
Isabelle forçou um sorriso e começou a contar o que realmente aconteceu por ela ter parado ali e percebeu que aquele homem se segurou para não rir ao ver o seu problema.
- Isso soa muito ruim.
- Eu sei. Preciso de um telefone... preciso ligar para os meus pais e dizer o que aconteceu, eles devem estar preocupados com a minha ausência.
Ele assentiu ao dar uma olhada na janela.
- Posso arrumar um telefone para você. Mas tem certeza de que não vai querer dar uma olhada na cidade?
- Não. Desculpa lhe dizer isso, mas não gosto desse lugar.
- É uma pena.
Isabelle sorriu.
- Não quis ofender. Mas eu só quero voltar para onde eu deveria estar.
- Quantos anos você tem?
- Vinte e dois.
- Acho estranho alguém da sua idade precisar da ajuda de seus pais para sair daqui.
- Não vou discutir isso com um desconhecido.
Demétrio balançou a cabeça, e falou algo para o motorista em grego. E achou aquilo tão sexy.
- O que disse a ele?
- Bem, você quer um telefone e vou levá-la até um. – Pausou. – Só mais uma coisa, o que vai fazer depois que ligar para os seus pais?
Isabelle franziu o cenho, confusa. Nem havia pensado nisso, mas se arranjasse se conseguisse trocar um pouco de seu dinheiro, poderia ficar num hotel até que seus pais lhe mandassem uma passagem para Londres.
- Eu... me arranjarei.
- Sei.
Ela abriu a boca para protestar, mas preferiu virar o rosto e olhar para o lado de fora da janela. Era estranho ter encontrado alguém que estava disposto a ajudá-la, mesmo que não tivesse intenção de ficar ali na cidade. Ela não odiava o lugar, só não gostaria de estar ali naquele momento. Não tinha nada ali, nem roupas, calçados e nem ao menos sua família. Estava tão solitária quanto a sua insensatez.
Estava tão cansada que encostou a cabeça no banco e acabou adormecendo. Acordou assustada ao sentir uma mão em seu ombro e viu que era Demétrio.
- Desculpa acordá-la. Mas já chegamos... – ele avisou e a ajudou sair do carro.
Isabelle levou um susto ao ver que não estavam no centro da cidade. Imediatamente olhou para o homem que apenas sorriu.
- Onde estamos, Sr. Lincoln?
- Na minha casa. Espero que não se importe.
- Oh não vou me importar. – Ironizou ela, furiosa.
Ele sorriu.
Não era uma casa simples pelo que viu. Era um casarão antigo, como o resto da cidade. Mas o que lhe impressionou não foi a casa, e sim o dono.
Demétrio podia ser irresistível, mas era muito arrogante e autoritário. Isso incomodava muito, não gostava de pessoas assim e esperava que ele só quisesse ajudá-la. Depois de Demétrio se despedir do motorista e pegar suas malas e a mochila dela, entraram por um portão grande de ferro e na entrada da casa um mordomo os atendeu. Demétrio deu ordens ao mordomo que levasse a mala para cima e a levou para a sala.
Ela apenas observou o lugar, estava impressionada, pois a casa podia ter a construção antiga, mas dentro a maioria dos móveis eram todos de boa qualidade e novos, nada antigos.
Mal entraram na sala de estar, quando uma mulher muito elegante se levantou do sofá e o abraçou com carinho. Pena não poder ouvir o que falavam, até que a mulher com muita curiosidade a notou.
- Quem é a moça?
- Ah, essa é Isabelle Herrera. E Isabelle essa é minha mãe Miranda Lincoln.
A Sra. Lincoln sorriu.
- Muito prazer em conhecê-la Isabelle.
- Ah... o prazer é todo meu. – Ela tentou não fazer careta pelo constrangimento por aquela apresentação nada comum.
A Sra. Lincoln sorriu, olhou para o filho e disse em grego. Em segundos Demétrio riu balançando a cabeça, concordando.
- Já comeram alguma coisa, querido? – a mãe dele perguntou sem tirar os olhos de cima dela. – Posso pedir para preparar alguma coisa para vocês dois.
- Claro. Seria ótimo, mãe.
- Eu não vou jantar. Eu só quero usar o telefone, por favor. – Ela interrompeu. – Só quero fazer uma ligação.
- Bobagem. Depois de comer você usa o telefone, pode ser. – ele disse puxando-a pelo braço. – Será um prazer tê-la aqui em casa.
Como assim, será um prazer tê-la em casa? Nem a conhecia direito para falar daquele jeito com ela. Sem saber o que dizer, afinal estava na casa de um desconhecido e longe de casa, então teve que deixar ser levada, e para falar a verdade ela estava morrendo de fome.
Demétrio a levou para o andar de cima e deixou-a num quarto de hóspedes.
- Por que está fazendo isso? – indagou assim que a deixou no quarto.
- Você me pediu ajuda, estou lhe ajudando.
- Eu só queria o telefone e nada mais.
Ele cruzou os braços fortes e a encarou.
- Eu sei. Mas e depois de usar o telefone, o que vai fazer... dormi na rua?
Isabelle engoliu em seco sem saber o que responder.
- Foi o que pensei. Sei que você está desesperada por estar num lugar que não deveria estar, mas estou tentando lhe ajudar. – Ele sorriu. – Então, se quer mesmo sair daqui, aceite ficar aqui essa noite e amanhã podemos resolver o seu... problema.
Ela hesitou e assentiu.
- Ok.
- Certo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 20
Comments
Adriane Alvarenga
Começando 26/01/2025....já é a terceira história que leio sua autora. ❤❤❤❤❤
2025-01-27
1
Adriane Alvarenga
Começando 26/01/2025....já é a terceira história que leio sua autora. ❤❤❤❤❤💖💖💖💖
2025-01-27
0
amor por leitura 📚
Estou gostando.
2024-12-09
0