Capítulo 4

...Capítulo 4...

Na manhã seguinte Isabelle acordou preguiçosa e a primeira coisa que fez foi dar uma olhada no seu celular, já se passava das oito e pouco da manhã. Mas nunca que ela acordava aquela hora se estivesse em casa, pois se levantava cedo para ir trabalhar todos os dias.

Tomou banho ouvindo música no seu celular, e saiu cantando enquanto se vestia dançava alegremente. Aquilo poderia ser uma ótima férias que nunca havia tirado na vida. Estava feliz por ver que pela primeira vez na sua vida ela poderia fazer algo sem que ninguém a chateasse ou mandava nela. Só depois daquela conversa com sua amiga e com o bonitão que ela se dará conta de que precisava mesmo viver um pouco a vida.

Demétrio havia dito que ela tinha conquistado a mãe dele e não sabia o que ela vira nela de tão diferente assim. Mas ficava feliz por saber que alguém pelo menos gostava dela, e a confissão dele também é que a deixou mais confusa.

E só então perceberá que precisava aproveitar aquele dia da melhor forma possível, já que estava ali mesmo.

Estava terminando de se arrumar quando seu celular tocou interrompendo a música que escutava. Era sua mãe querendo saber como estava, contou que estava sendo bem tratada e que já tinha ido conhecer o centro da cidade o que deixou sua mãe muito curiosa por ver que ela estava num lugar muito maravilhoso.

Só que não. Ela ainda não havia visto nada de interessante além de ruínas e histórias para contar aos seus filhos de como irá parar num lugar daquele. Conversou mais um pouco e se despediu de sua mãe pedindo para mandar um beijo para todos.

Triste por ver que todos estavam felizes em Londres, enquanto ela estava ali num lugar pré-história.

Terminou de pentear o cabelo deixando ele solto e saiu do quarto. Quando se aproximou da sala de jantar, notou que não havia ninguém lá. Talvez já tivessem tomado o café, estava dando meia volta quando se deu de cara com Demétrio.

- Bom dia!

- Bom dia! – ele respondeu. – Dormiu bem?

- Ah claro, e muito bem.

- Que bom. Quer tomar café?

- Se não for nenhum incômodo... eu quero sim.

Ela tomou o café na cozinha, mesmo com ele dizendo que não precisava e a meio que a cozinheira ficou ali a observando e vendo o patrão na cozinha. Afinal não havia necessidade de fazer a empregada montar uma mesa só para ela tomar o café.

- Pode ir arrumar suas coisas, eu já que termino aqui...ok.

Ele hesitou e assentiu antes de sair.

- Trabalha muito tempo aqui? – Ela perguntou a cozinheira.

- Sim.

- Meu pai tem uma padaria e eu gosto muito de estar numa cozinha... é diferente dessa porque costumo mexer com a confeitaria. – Contou toda animada e levando sua xícara para a pia. – Já sinto falta de lá.

- Pode deixar aí... que eu lavo isso, senhorita.

Isabelle fez careta e negou já lavando sua xícara.

- Sem problema. Já estou acostumada a fazer isso... não estou acostumada com regalias.

- Sou paga para isso, senhorita.

- Eu sei. Mas não me importo em lavar uma xícara que sujei... – sorriu ao terminar e secou as mãos num guardanapo e disse. – Obrigada pelo café e a omelete... Estava maravilhoso.

Isabelle saiu da cozinha e encontrou com a sra. Lincoln na entrada da casa com uma bolsa e usava roupas bem leve e ficou sem graça por ver que não estava tão bem vestida para um passeio. Naquele dia havia optado por um short e blusinha, já que naquele lugar era quente demais que poderia fritar os miolos.

- Bom dia, Izzie.

- Bom dia.

- Você não vai levar nada?

Isabelle franziu as sobrancelhas, confusa.

- Levar o quê?

Miranda fez careta e deu um suspiro.

- Demétrio não lhe disse que iremos dar um passeio e voltaremos só na terça-feira.

- Como? Achei que fosse apenas um passeio... eu não posso ficar aqui...

- Querida... aproveita o passeio. Você vai chegar a tempo para o casamento não se preocupe. – Bufou a mulher. – Agora suba e pegue suas roupas, pois já estamos atrasados.

Isabelle confusa com aquele assunto todo, subiu para o seu quarto e ficou pensando para onde eles iriam levá-la para ficarem por três dias. Toda pensativa arrumou as únicas coisas que tinha dentro de sua bolsa e saiu do quarto. Miranda e Demétrio estavam conversando, pareciam tão preocupados que nem perceberam que ela estava ali, precisou fingir que não estivera ouvindo nada e se aproximou mostrando se presente.

- Estou pronta.

Ambos a olharam e sorriram.

- Ótimo.  Já estamos atrasados...

Ela não disse nada no caminho todo. Não estava muito a fim de conversa já que a Sra. Lincoln e o casal de velhos estavam presentes, e pelo que soube Cassandra já havia voltado para a casa dela o que para ela era um alívio pelo menos não iria escutar aquela mulher lhe insultar em outra língua.

Passou o tempo todo olhando para fora da janela da limusine, enquanto os demais conversavam. Não estava se sentindo muito bem, daria tudo para cair fora dali, mas sem dinheiro era complicado de resolver as coisas. Deu uma olhada para Demétrio que mexia no celular, parecia tão ocupado, depois olhou para o casal de idoso que pareciam não tirar os olhos de cima dela e a Sra. Lincoln também mexia no celular as vezes e sorria para ela com muita admiração.

O que fizera para aquela mulher se encantar por ela?

- Gosta de velejar, Izzie?

- Ah nunca velejei.

- Por quê?

Izzie deu de ombros e respondeu.

- Porque é caro fazer esse tipo de coisa lá em Nova York.

- É sim. E seus pais se dão bem?

- Sim. Se dão muito bem, até demais.

- Isso é muito bom. O pai de Demétrio viaja muito há trabalho e só vem para cá às vezes.

- A senhora não sente falta?

- Sim.

- Por que não viaja com ele?

- Não consigo ficar longe de casa.

Izzie sorriu.

- Faz sentido. Nada melhor do que a nossa casa.

Demétrio deu um suspiro e entrou no meio da conversa.

- Papai disse que voltaria esse mês.

- Ele sempre diz isso. – A Sra. Lincoln disse asséptica. – Ei, acho que já chegamos.

Isabelle estranhou o comportamento da Sra. Lincoln com o filho e ao descerem da limusine estranhou por estarem num porto e ao olhar para Demétrio ele apenas sorriu.

Tentou ficar calma. Agora entenderá a pergunta da Sra. Lincoln sobre velejar. Eles iam velejar e ficou surpresa por isso, não queria fazer esse tipo de passeio. Queria ir para Londres onde sua família estava.

O lugar estava cheio e conforme foram chegando perto de onde os barcos estavam, ficou tremendo da cabeça aos pés quando viu que Demétrio naquele dia estava diferente dos dias anteriores. Ele usava bermuda sarja verde musgo e camiseta branca com estampa na frente, tênis e os óculos escuros.

- Nós não íamos dar um passeio? – Ela sussurrou ao andarem lado a lado.

- E nós vamos... minha mãe tem costume de ir até Creta nos fins de semana. – Ele contou. – Meus pais têm uma maisonete na ilha de Creta. Ela acha que você anda tensa e precisa relaxar.

Izzie franziu o cenho emburrada.

- Eu estou preocupada por não conseguir ir ao casamento. – Ela disse. – Eu quero ver meu irmão casar-se com a minha melhor amiga... sou a única que consegue acalmar ela nesse dia tão especial, pois sei que ela vai surtar.

- Está vendo... você tem que relaxar. – Ele falou e parou ao ver a mãe dele parar e dizer algo há ele em grego. – Bem, chegamos a tempo... Quer uma ajuda com a bolsa?

- Não obrigada.

Demétrio a encarou por alguns minutos, para só então a ajudar entrar dentro do barco. Ficou surpresa por terem que ir de barco há ilha de Creta.  Sempre ouvirá histórias sobre a ilha ser maravilhosa e nunca imaginara que iria conhecer ela de perto.

Assim que entrou ficou meio que nervosa por ver que era a única que nunca havia entrado num barco antes, ficou com medo por acabar sentido enjoos e eles começarem a falarem mal dela e não poder saber. Demétrio mostrou há ela tudo, o interior do barco tem duas cabines amplas e confortáveis, com excelente pé-direito, sala, cozinha completa e um dos maiores banheiros da categoria. Já no cockpit, é possível passar momentos agradáveis no espaço gourmet, com minicozinha e sofá para até seis pessoas. A mesa pode ser dobrada e rebaixada, formando um solário adicional ao já existente na proa. Além disso, a C40 possui um moderno hard top com abertura elétrica, que permite sentir a brisa marítima durante a navegação. Todos os ambientes têm acabamento feitos com materiais premium, incluindo elementos em madeira, em estilo italiano, e uma nova opção de interior decorado em tons mais claros. Outro destaque é o aproveitamento da luz natural, que se estende por toda extensão do barco através de painéis de vidro de grandes dimensões.

O barco era lindo e sem saber o que fazer acabou sentando-se no sofá. Não queria atrapalhar ninguém e pelo jeito havia um piloto ali. Será que aquela viajem seria cara? Pois se fosse porque eles não davam dinheiro para ela cair fora dali ao invés de pagarem por coisas que não precisava.

Só de lembrar que talvez não pudesse chegar a tempo para o casamento a deixou chateada. Não precisava relaxar e muito menos de um passeio longe. Pelo que soube a viajem levava mais ou menos duas horas e ficou pensando para que aquilo tudo.

Quase uma hora depois de já terem partido e ver que ninguém estava a fim de falar com ela, e a Sra. Lincoln resolveu falar ao telefone com o marido no quarto, ela aproveitou para ver o mar do lado de fora. Sentiu-se livre ao vento que batia em seu rosto e seu cabelo solto esvoaçando contra o vento.

Sorriu de olhos fechado feliz só de poder sentir o ar puro lhe deixou uma felicidade enorme. Aproveitou que estava com o celular e tirou umas fotos, ainda dava para ver a cidade de longe, tirou várias fotos até dela mesma com a parte do barco atrás e só para deixar sua amiga sentir o que ela estava sentindo mandou sua foto, e pelo jeito a área ali não pegava muito bem.

- Se divertindo?

Ela se assustou ao ver Demétrio se aproximar sem que ela percebesse. Constrangida e nervosa pela presença dele tão próxima há ela apenas sorriu assentindo.

- Sim. Estava só tirando umas fotos...

- Está se sentindo bem, se estiver enjoada é só dizer que temos remédio. – Ele disse.

- Eu estou bem.

- Sei que não é isso que queria fazer, mas gostaria de que você conhecesse um pouco mais a cidade antes de partir. – disse sem jeito. – E posso garantir que aqui é melhor que Londres para passar as férias.

- Eu não estou de férias.

- Eu sei.

Ele há encarava tanto que a deixava nervosa, sentiu suas mãos suarem e esperava que ele não notasse. Não estava acostumada com aquele tipo de contato visual e muito menos com a proximidade de homens que não fossem seus irmãos.

- Seu pai faz o quê?

- Ele... é um empreendedor. Está para inaugurar seu oitavo hotel lá no Brasil, por isso ele vivi viajando, mas não deixa de ligar para a minha mãe nenhum dia.

Isabelle sorriu.

- Que amor.

- Ela costuma vir nos fins de semana para cá por causa dele... foi aonde se conheceram... meu pai é americano como você.

- Jura!?

Ele riu.

- Sim.

- Deve ter sido uma história em tanto. Mas... a minha ganha de idiotice do ano.

- Bem, isso acontece.

- Ah se está brincando, até meu pai disse que foi uma idiotice das grandes. Sabe foi com muito custo que consegui comprar minha passagem de ida e volta para Londres e olha aonde estou... Atenas.

- Pensa por um outro lado, veio para cá pagando mais barato.

Isabelle hesitou e só então entendeu com que ele quis dizer e riu concordando.

- Mas não quero perder o casamento.

- Eu sei e você não vai perder.

- Sr. Lincoln.

Foram interrompidos pelo cara que controlava o barco e Demétrio apenas sorriu para ela e disse.

- Aproveita o passeio.

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