Victor está andando pela casa com a intenção de falar com Jayce. Ele olha para a porta e começa a se aproximar na intenção de ir até a casa de Jayce, mas é interrompido por Ambessa, que o observa de longe com um olhar preocupado.
Ambessa:
Victor... você não pode ir até ele agora.
Victor (surpreso, parando de imediato):
Ambessa? O que... o que você está falando?
Ambessa (aproximando-se com um tom sério):
Eu sei o que você está tentando fazer. Mas se você falar com Jayce agora, você pode acabar se machucando ainda mais. Ele... ele não está em um bom momento, e você também não.
Victor (angustiado, olhando para a porta)
Mas eu... preciso falar com ele, Ambessa. Não posso ficar assim, sem saber o que ele está sentindo.
Ambessa (com um suspiro pesado):
Eu sei o quanto você se importa com ele, Victor. Mas não é hora. Vocês dois precisam de espaço para processar tudo o que aconteceu. Se você for agora, pode ser pior para ambos. Eu... não quero ver você se ferir mais do que já está.
Victor (em silêncio por um momento, a dor visível em seu rosto):
Eu não posso... não posso mais ficar aqui sem fazer nada. Isso está me consumindo. Não consigo parar de pensar nele.
Ambessa (aproximando-se de Victor, tocando seu ombro suavemente):
Eu sei que está difícil. Mas às vezes, a melhor coisa que podemos fazer por quem amamos é dar tempo e respeitar os limites deles. Isso não significa que você não se importa... é só que... o tempo precisa fazer o trabalho dele.
Victor olha para a porta mais uma vez, a hesitação evidente em seus olhos. Ele fecha os olhos e respira fundo, tentando controlar a dor que parece consumir seu peito.
Victor (com voz trêmula):
Eu só... queria poder saber se ele ainda se importa comigo. Não sei como lidar com isso, Ambessa. Não sei como lidar com a saudade dele.
Ele começa a caminhar lentamente em direção ao seu quarto, com os ombros caídos, derrotado. Ao chegar em sua cama, se joga nela, cobrindo o rosto com as mãos enquanto as lágrimas começam a escorrer.
Ambessa (observando, com pesar no olhar):
Eu sei, Victor... Eu sei. Mas o tempo vai trazer as respostas que você precisa. Só não deixe que a dor te consuma por completo.
Ambessa sai do quarto, deixando Victor sozinho. Ele se deita, a mente cheia de pensamentos, mas Jayce está em todos eles. As lágrimas continuam a cair, sem que ele consiga controlar, enquanto o peso da saudade e da dúvida o sufoca.
Victor (em um sussurro, quase para si mesmo):
Jayce... o que eu fiz de errado? Por que você não está aqui?
Com Jayce
Jayce está em uma sala isolada, com uma garrafa de bebida forte em suas mãos, bebendo sem parar. Seus olhos estão vazios e ele parece perdido em pensamentos. Mel entra, olhando-o com preocupação, mas logo se irrita ao vê-lo em tal estado.
Mel (irritada, cruzando os braços):
Jayce, o que você está fazendo? Já é o que, a terceira garrafa? Isso não vai resolver nada!
Jayce (sorrindo sem entusiasmo, com a voz arrastada):
Ah, Mel... não me enche. Eu tô bem, só tô... só tentando esquecer um pouco das coisas.
Mel (se aproximando, tentando tirar a garrafa de sua mão):
Você não está "bem"! Tá se afundando em álcool, Jayce! Isso só vai piorar tudo. Você não pode continuar assim, se perdendo dessa forma.
Jayce (a segurando de forma firme, mas não agressiva, o olhar turvo):
Você não entende, Mel. Ninguém entende. Eu só... só queria que fosse diferente. Mas tá tudo errado, sabe? Nada faz sentido.
Mel (com raiva, mas tentando manter a calma):
Eu entendo sim! Eu sei que está difícil, mas essa não é a solução. Você acha que afogar suas mágoas em álcool vai fazer a dor passar? Vai fazer o quê, se esquecer do que aconteceu? Vai fazer tudo voltar ao normal? Não vai!
Jayce (tirando a garrafa de volta, rindo sem graça):
Normal? O que é normal, Mel? Você viu o que aconteceu? Eu... eu destruí tudo. Não tem volta. Não tem solução. Então, deixa eu fazer o que eu quiser. Me deixa em paz.
Mel (tentando manter a firmeza, mas com a voz trêmula):
Jayce, por favor... Eu não sei o que você está sentindo, mas ver você se afundando assim está me matando. Eu me importo com você. Isso não é você. Isso é só a dor falando mais alto. Não é assim que você resolve as coisas. Eu não quero te perder.
Jayce (olhando para Mel, seus olhos ficando mais embotados pela bebida):
Você não vai me perder, Mel... Não tem mais nada que eu possa perder. Nada que eu... que eu ainda queira. Eu... não sou o mesmo de antes.
Mel, sentindo a frustração de não conseguir alcançar Jayce, dá um passo para trás. Ela está visivelmente abatida, mas também determinada.
Mel (com lágrimas nos olhos, tentando controlar a voz):
Eu não quero ver você se destruir, Jayce. Eu não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas não é assim que você vai seguir em frente. Bebendo, se afundando em tristeza... Isso não vai te trazer de volta ao que você era. Você não é só essa dor, Jayce. Você tem mais dentro de si, mais do que isso.
Jayce (olhando para ela, um semblante de cansaço no rosto):
Talvez... talvez você esteja certa. Mas não sei mais como lutar, Mel. Eu estou cansado.
Mel se aproxima dele, com o coração apertado, mas sabendo que precisa ajudar de alguma forma.
Mel (mais suavemente, tocando seu braço):
Eu sei que está cansado. E tudo bem. Você não precisa lutar sozinho. Mas você não pode deixar o álcool tomar conta de você. Vamos dar um passo de cada vez, Jayce. Eu vou estar aqui, ao seu lado. Só... por favor, pare de beber.
Jayce encara Mel por um momento, seus olhos cheios de conflito interno. Ele olha para a garrafa em suas mãos, hesita, e depois a larga lentamente no chão, deixando-a ali. Uma expressão de cansaço toma conta de seu rosto, e ele se deixa cair no sofá, com as mãos na cabeça, lutando para conter a tristeza e a dor.
Jayce (em um suspiro, quase inaudível):
Eu... não sei como fazer isso, Mel. Não sei como continuar.
Mel (sentando-se ao seu lado, colocando uma mão no seu ombro):
A gente vai descobrir isso juntos, ok? Um passo de cada vez. Eu estou aqui. Você não está sozinho.
Jayce, ainda com o olhar turvo e embriagado, se afasta um pouco de Mel e começa a balançar a cabeça, como se estivesse tentando afastar pensamentos confusos. Ele começa a falar em voz baixa, quase como se estivesse delirando.
Jayce (com a voz trêmula e arrastada):
Victor... Victor... onde você está? Eu preciso de você, Victor...
Mel observa, um misto de dor e frustração tomando conta de seu peito. Ela tenta manter a calma, mas a cada palavra de Jayce, algo em seu interior começa a se romper.
Mel (tentando manter a compostura, mas com a voz firme):
Jayce... eu estou aqui, não ele. Você está vendo coisas. Ele não vai aparecer.
Jayce (olhando para ela com um sorriso torto, mas sem realmente vê-la):
Eu sei... Eu sei que você está aqui, Mel... Mas eu só... ele... ele... não devia ter ido embora. Ele... ele prometeu, ele... ele me deixou sozinho.
Mel (a raiva começando a tomar conta de sua voz):
Basta, Jayce! Chega de ficar se afundando nessa porra de bebida e chamando o nome dele! Você vai acabar se destruindo ainda mais! Não adianta procurar quem não está mais aqui!
Jayce parece perdido, com os olhos vidrados, e não percebe a intensidade crescente da raiva em Mel. Ele continua murmurando o nome de Victor, sem ligar para as palavras dela.
Jayce (com a voz mais baixa, quase um sussurro):
Victor... Por que você foi embora... eu só queria...
Mel sente o calor da raiva invadir seu corpo, sua respiração se acelerando. Ela olha para Jayce, que está completamente tomado pelo álcool, e a frustração explode dentro dela.
Mel (gritando, furiosa):
Ele não foi embora, Jayce! Ele não foi embora! Você foi o idiota que afastou ele! Você que destruiu tudo! Ele tentou te ajudar, mas você... você sempre se afasta de tudo que tenta te salvar! Eu estou aqui, tentando fazer você acordar dessa ilusão, e você só chama o nome dele como se fosse a solução!
Jayce, agora confuso, parece não entender o que Mel está dizendo. Ele olha para ela com um olhar de vazio, incapaz de processar as palavras.
Jayce (quase chorando, falando como se estivesse em transe):
Eu não queria... não queria magoar ele... Eu... eu só... não sei o que fazer sem ele.
Mel (com ódio, mas com uma ponta de dor na voz):
Eu sou sua amiga, Jayce! Eu sou sua amiga! Mas você só me vê como um fantasma, enquanto se afunda nesse álcool e fica esperando o Victor aparecer como se ele fosse a resposta para tudo. Você não vê o que está perdendo aqui? Você não vê que tem gente que se importa com você agora? Que não precisa ficar se destruindo por causa de alguém que já se foi!
Jayce começa a chorar, a dor finalmente aparecendo em seu rosto. Ele se afasta de Mel, a mão segurando a cabeça, tentando entender o que está acontecendo. Ele tenta falar, mas as palavras não saem direito.
Jayce (gaguejando):
Eu... eu não... eu não sei mais quem eu sou, Mel... não sei mais o que fazer...
Mel (respirando pesadamente, sentindo um misto de raiva e compaixão, mas ainda com a voz firme):
Você é Jayce, um cara que tem muito a oferecer, mas só vai ver isso quando parar de se afogar nessa merda toda. Você não precisa dele, Jayce. Você precisa de você mesmo. Você só precisa parar de se esconder dessa dor e enfrentar as coisas. Eu não posso fazer isso por você, mas... eu estou aqui. Se você quiser, eu estou aqui. Mas você tem que querer também.
Jayce, sem forças, se afunda no sofá, ainda chorando, com o corpo cansado e os olhos vazios. Mel olha para ele, com um olhar de desgosto, mas também de preocupação, sabendo que ele precisa de mais do que ela pode oferecer naquele momento. Ela se vira e começa a sair, mas antes de ir, ela olha para ele pela última vez.
Mel (em um tom mais suave, quase como um sussurro):
Eu só queria que você visse o que eu vejo, Jayce... Que ainda há algo em você que vale a pena lutar.
Ela sai da sala, deixando Jayce sozinho com seus pensamentos, enquanto ele se perde mais uma vez na escuridão de sua dor e confusão.
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Atualizado até capítulo 62
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