Um Grito em Silêncio.

O sol ainda nem havia surgido no horizonte quando Laura ouviu o som estridente do despertador. Mas não era o dela. Era o de sua mãe, que, como sempre, deixava o aparelho apitando até que Laura, no quarto ao lado, se levantasse para desligá-lo. Era quase um ritual diário: o barulho do relógio era a primeira ordem do dia.

Ao entrar no quarto dos pais, Laura sentiu o cheiro forte de café velho e roupas amassadas. O despertador ainda berrava na cabeceira, ao lado de uma garrafa de cerveja esquecida.

— Já ia levantar, diaba! Não precisava invadir meu quarto — reclamou a mãe, com a voz rouca e irritada, antes de se virar para o outro lado da cama.

Laura desligou o despertador sem dizer nada e voltou para a cozinha. O dia mal havia começado, mas o peso da rotina já a esmagava. Ela se apressou em preparar o café da manhã novamente, sabendo que, se algo saísse errado, o castigo seria pior do que as palavras cruéis.

Os irmãos chegaram à mesa enquanto Laura ainda terminava de fritar os ovos.

— Que demora, incompetente! — Marcelo resmungou, chutando a cadeira. — Parece até que faz de propósito!

Henrique pegou um pedaço de pão e jogou na direção dela.

— Anda logo, ou vou contar pra mamãe que você tá se arrastando! — ameaçou.

Laura entregou os pratos com pressa, evitando o contato visual. Seu coração batia acelerado; não importava o quanto ela tentasse, a tensão parecia inevitável.

O pai entrou na cozinha com passos pesados. Ele não disse nada, mas o olhar frio que lançou para Laura foi suficiente para fazê-la encolher os ombros.

— Que merda é essa? — ele finalmente falou, segurando o prato. — Ovo queimado? Você acha que eu sou mendigo pra comer isso?

— Não tá queimado... — Laura respondeu baixinho, sem conseguir se segurar.

— O quê? — Ele largou o prato com um estrondo, o som ecoando pela pequena cozinha.

Laura percebeu que tinha cometido um erro.

— Repete, sua idiota! Você tá me chamando de mentiroso? — O pai deu um passo na direção dela, e Laura recuou instintivamente, batendo as costas contra o balcão.

— N-não... Desculpa... — gaguejou, sentindo as lágrimas queimarem seus olhos.

— Cala a boca e faz outra porcaria de ovo, antes que eu perca a paciência!

Os irmãos riram, satisfeitos com o espetáculo. A mãe chegou logo depois, murmurando algo sobre como Laura "gostava de se fazer de vítima".

Depois do café, Laura subiu as escadas com pressa. Sua tarefa seguinte era limpar os quartos, mas ela precisava de um momento para respirar. Fechou a porta do banheiro e sentou-se no chão frio, tentando controlar o choro.

"Por que isso acontece comigo?" Ela se fazia essa pergunta todos os dias. Mas não havia resposta. Pelo menos, nenhuma que ela conseguisse encontrar naquele ambiente sufocante.

Enquanto passava o pano no chão do quarto dos irmãos, encontrou algo estranho debaixo da cama de Henrique: uma pilha de revistas escondidas. Ela pegou uma delas e congelou ao ver o conteúdo.

"Ele guarda... isso?" Laura pensou, surpresa. As revistas eram proibidas em casa, uma regra imposta pelos próprios pais.

— Ei! O que você tá fazendo com isso? — Henrique apareceu na porta, sua expressão se transformando em raiva ao vê-la com a revista nas mãos.

— Eu só... — Laura tentou explicar, mas ele já avançava na sua direção.

— Sua intrometida de merda! Quem você acha que é pra mexer nas minhas coisas? — Ele puxou a revista de suas mãos e empurrou Laura com força, fazendo-a cair sentada no chão.

O barulho chamou a atenção do pai, que subiu as escadas aos berros.

— Que bagunça é essa?

Henrique foi rápido em se defender.

— Essa vaca tava fuçando minhas coisas! Disse que ia contar pra vocês!

— É mentira! Eu só... — Laura tentou explicar, mas o pai a interrompeu com um tapa forte no rosto.

— Eu já tô cansado de você! Quer arrumar confusão agora, é? Vai pro seu quarto e fica lá até eu decidir o que fazer com você!

Laura subiu para seu quarto, trancando-se por dentro. A dor no rosto era suportável, mas o que mais doía era o peso das acusações injustas. Enquanto os sons da casa continuavam, ela olhou pela janela mais uma vez, sentindo o coração apertado.

Foi quando viu algo novo. Uma pequena borboleta pousou no vidro, as asas vibrando delicadamente. Laura observou o inseto, como se fosse um sinal.

"Talvez eu ainda possa sair daqui", ela pensou, pela primeira vez sentindo uma fagulha de esperança em meio à escuridão.

Lentamente, a borboleta voou para longe, desaparecendo no céu. E Laura decidiu, ali mesmo, que precisava encontrar uma saída. Ela ainda não sabia como, mas o desejo de escapar se tornou mais forte do que nunca.

Capítulos
1 O Peso do Silêncio.
2 Um Grito em Silêncio.
3 A Primeira Faísca.
4 O Limite da Tolerância.
5 A Ultima Gota.
6 O Peso da Liberdade.
7 A Surpresa.
8 O Contrato de Dor.
9 O Caminho Sem Retorno.
10 O Peso da Pressa.
11 O Último Suspiro de Liberdade.
12 A Última Tentativa.
13 A Noite que Nunca Chegou.
14 O Peso da Liberdade.
15 O Amanhã Que Nunca Chegou.
16 O Pedido Silencioso.
17 O Primo Inesperado.
18 O Encontro de Olhares.
19 O Confronto.
20 O Pedido de Liberdade.
21 A Surpreendente Decisão de José.
22 O Pedido de Refúgio.
23 O Encontro Decisivo.
24 Novos Horizontes.
25 O Primeiro Passo.
26 O Ciúmes Silencioso.
27 Uma Noite Surpreendente.
28 O Desconforto do Acaso.
29 Uma Tarde no Cinema
30 A Confrontação.
31 Aproximação Inapropriada.
32 Entre Risos e Confissões.
33 Uma Festa Importante.
34 Rival Chegando.
35 Ciúmes Explosivos.
36 Revelações Sob o Luar.
37 Confissões à Luz de Velas.
38 A Verdade no Jardim.
39 Portões Abertos e Corações Entrelaçados.
40 Confissões à Luz da Lua.
41 O Reconhecimento do Amor.
42 Pedido Especial.
43 Primeiros Momentos como namorados.
44 Primeiro Dia no Trabalho Como Namorados.
45 Entrega e Conexão.
46 Reflexões ao Amanhecer.
47 Conexões Profundas.
48 Olhares e Conexões.
49 O Almoço com as Famílias.
50 Confissões Sob o Luar.
Capítulos

Atualizado até capítulo 50

1
O Peso do Silêncio.
2
Um Grito em Silêncio.
3
A Primeira Faísca.
4
O Limite da Tolerância.
5
A Ultima Gota.
6
O Peso da Liberdade.
7
A Surpresa.
8
O Contrato de Dor.
9
O Caminho Sem Retorno.
10
O Peso da Pressa.
11
O Último Suspiro de Liberdade.
12
A Última Tentativa.
13
A Noite que Nunca Chegou.
14
O Peso da Liberdade.
15
O Amanhã Que Nunca Chegou.
16
O Pedido Silencioso.
17
O Primo Inesperado.
18
O Encontro de Olhares.
19
O Confronto.
20
O Pedido de Liberdade.
21
A Surpreendente Decisão de José.
22
O Pedido de Refúgio.
23
O Encontro Decisivo.
24
Novos Horizontes.
25
O Primeiro Passo.
26
O Ciúmes Silencioso.
27
Uma Noite Surpreendente.
28
O Desconforto do Acaso.
29
Uma Tarde no Cinema
30
A Confrontação.
31
Aproximação Inapropriada.
32
Entre Risos e Confissões.
33
Uma Festa Importante.
34
Rival Chegando.
35
Ciúmes Explosivos.
36
Revelações Sob o Luar.
37
Confissões à Luz de Velas.
38
A Verdade no Jardim.
39
Portões Abertos e Corações Entrelaçados.
40
Confissões à Luz da Lua.
41
O Reconhecimento do Amor.
42
Pedido Especial.
43
Primeiros Momentos como namorados.
44
Primeiro Dia no Trabalho Como Namorados.
45
Entrega e Conexão.
46
Reflexões ao Amanhecer.
47
Conexões Profundas.
48
Olhares e Conexões.
49
O Almoço com as Famílias.
50
Confissões Sob o Luar.

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