André acordou com a sensação de que algo havia mudado dentro de si, mas não conseguia definir o quê. A conversa com Bianca ainda estava fresca em sua mente. Pela primeira vez, ele sentia que havia alguém disposto a ouvi-lo sem julgamentos, alguém que o compreendia de forma silenciosa. Mas, apesar disso, as feridas do passado continuavam lá, difíceis de ignorar.
Depois de um café simples em casa, ele decidiu sair para caminhar, tentando não pensar muito nas complicações que ainda o assombravam. Foi então que se deparou com a cafeteria, o aroma de café o chamando de volta àquele pequeno refúgio. Mas, ao entrar, ele avistou Geovana sentada em uma mesa, olhando-o com um olhar carregado de saudade.
Ela se levantou e foi em direção a ele, com uma hesitação visível.
— André, precisamos conversar — disse ela, sua voz cheia de arrependimento.
André respirou fundo. O que ela poderia dizer que não soubesse já? Ele ainda sentia a dor da traição, uma ferida que, embora estivesse começando a cicatrizar, ainda estava sensível. Mesmo assim, uma parte de seu coração, que ele tentava reprimir, ainda sentia algo por ela. Mas ele sabia o que precisava fazer.
— Eu não sei o que você quer ouvir, Geovana. Você me traiu. Não há palavras que possam mudar isso. — A dor de falar aquelas palavras era grande, mas ele sentia que precisava ser firme.
Geovana o olhou com olhos marejados, como se procurasse alguma reação dele que a fizesse acreditar que ele ainda poderia perdoá-la.
— Eu sei que fiz um erro terrível. Não posso mudar o que aconteceu, mas... quero tentar de novo. Sei que te magoei, mas ainda te amo. E... quero que me dê outra chance.
André olhou para ela, sentindo uma onda de frustração e tristeza. Ele queria acreditar nela, mas a confiança que existia antes estava irremediavelmente quebrada.
— Eu... não posso, Geovana. Eu não consigo voltar atrás. Eu decidi que não quero mais me relacionar com ninguém. Não agora. Não nunca mais. — Ele deu um passo atrás, afastando-se emocionalmente. — Eu preciso de tempo para mim, para me reconstruir. Não posso dar o que você precisa.
Antes que ela respondesse, a porta da cafeteria se abriu e Bianca entrou, sua presença tranquila contrastando com a tensão no ar. Ao perceber a situação, ela fez uma pausa e, com um leve sorriso, caminhou até a mesa de André.
— Oi, André. Acho que não estou interrompendo, não é? — disse ela, com uma calma que parecia aliviar a tensão do momento.
André olhou para Bianca, sentindo um misto de alívio e confusão. Ela não era parte do conflito, mas estava ali, e ele a apreciava por sua amizade sincera.
— Não está interrompendo, Bianca — respondeu, tentando controlar as emoções. Ele então se voltou para Geovana. — Eu já falei o que tinha a dizer. Acho que essa conversa já terminou.
Geovana, silenciosa e derrotada, olhou para ele por um momento, mas não disse mais nada. Apenas abaixou a cabeça e, com passos lentos, se afastou.
Bianca, percebendo que André precisava de espaço, não insistiu em mais palavras. Ela apenas se sentou ao lado dele, em um silêncio confortável, como se soubesse que ele precisava de tempo para processar tudo o que estava acontecendo.
— Está tudo bem, André? — perguntou Bianca com suavidade.
Ele olhou para ela, sentindo uma gratidão imensa pela amizade que ela lhe oferecia. Não havia promessas de um futuro juntos, mas, naquele momento, ele sabia que poderia contar com ela. E talvez fosse isso o que ele mais precisava.
— Acho que sim — respondeu ele, com um leve sorriso. — Está melhor do que antes.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
amanda🌹
é isso aí Bia 👏🏻🥳🥳
2024-12-29
2