Sofia estava nadando em seus pensamentos que nem percebeu a aproximação de sua mãe, Jéssica.
—(Jéssica): Bom dia querida! — Você parece longe hoje. Algo em que eu possa ajudar?
Sofia ergueu os olhos, surpresa e um pouco envergonhada. Mesmo que tentasse disfarçar, sua mãe parecia sempre notar quando algo a incomodava. Ela hesitou, mas acabou soltando um sorriso cansado.
—(Sofia): Só... pensando na vida,— Ainda me acostumando com tudo por aqui, sabe?
Jéssica assentiu, compreendendo. Ela conhecia bem o peso de uma mudança e sabia que Sofia precisava de tempo.
—(Jéssica): Que tal passarmos o dia juntas? — Talvez possa te ajudar a clarear a mente.
Sofia assentiu, sentindo um conforto inesperado no convite. Apesar de todos os pensamentos que a estavam distraindo, a ideia de ter um dia leve com a mãe lhe pareceu uma pausa bem-vinda.
AINDA DURANTE O CAFÉ DA MANHÃ
Enquanto preparavam um café mais demorado, Jéssica aproveitou a chance para puxar conversa, falando sobre suas primeiras experiências em Los Angeles e as coisas que ainda a deixavam nostálgica do Brasil. Sofia ouviu, surpresa com o quanto sua mãe se abria. Era raro vê-la falar sobre suas dificuldades. Esse momento de vulnerabilidade entre as duas as aproximou ainda mais.
—(Jéssica): Às vezes, parece que uma parte da gente sempre fica presa ao lugar de onde viemos , Mas a vida segue, né? E aos poucos, a gente encontra o próprio caminho.
Sofia sorriu, inspirada pelas palavras da mãe, mas ainda sentindo o peso de sua própria confusão interna. Talvez o problema fosse que ela ainda não sabia qual era o seu caminho em Los Angeles.
Após o café da manhã Jéssica sugeriu que elas fossem passear em alguns de seus lugares favoritos da cidade. elas foram até um parque um pouco afastado do centro da cidade e lá passaram o resto da manhã.
NA HORA DO ALMOÇO.
Elas vão até o restaurante que Jéssica mais gosta, onde pedem pratos leves.
-(Jéssica): “Então, minha filha, como estão as coisas por aí? Já fez novos amigos na escola?”
-(Sofia): “Eu tenho tentado mas, não sei, acho que é mais difícil do que eu pensei. As pessoas aqui são diferentes, e eu me sinto meio deslocada, sabe? Como se estivesse tentando me encaixar em algo que não é bem ‘eu’.”
-(Jéssica): “Eu entendo. Mudanças como essa não são fáceis. Los Angeles é uma cidade cheia de possibilidades, mas também pode ser um pouco solitária se a gente não se encontra por aqui.”
-(Sofia): “Sim, é. Eu conheci algumas pessoas, mas... tem uma coisa com o Erick, mãe. É complicado. Ele tem sido distante e... eu não sei o que pensar sobre isso. Eu só sinto que as coisas estão... diferentes.”
-(Jéssica):“O Erick, né? Eu percebi que ele tem sido importante para você. O que aconteceu?”
-(Sofia): “Eu... eu não sei, mãe. Tive uma conversa com ele depois da festa, e desde então ele parece... sei lá, meio afastado. Como se algo tivesse mudado. Eu só não entendo o que é, ou o que ele realmente quer de mim. Acho que eu mesma não sei o que quero.”
-(Jéssica): “Sofia, eu sei que é difícil entender esses sentimentos, ainda mais quando a gente está num lugar novo, tentando se encaixar. Mas, uma coisa que aprendi com o tempo é que, às vezes, a gente precisa parar e olhar para dentro de si mesma antes de entender o que a gente realmente quer de outras pessoas. Se o Erick está se afastando, talvez seja um sinal de que você precisa se focar em você mesma primeiro, ao invés de tentar entender tudo ao redor.”
PENSAMENTOS DE ERICK
Erick estava deitado na cama, com a mente a mil. A briga com Sofia ainda estava ecoando em sua cabeça. Ele sabia que tinha sido duro demais com ela. A forma como ele reagiu, sem pensar, parecia impulsiva, como se ele tivesse dado a ela a impressão de que não se importava. E, na verdade, ele se importava mais do que qualquer coisa.
Eu fui um idiota... Pensou, Por que eu não simplesmente falei o que estava sentindo?
Aquela briga na noite da festa parecia ter sido a gota d'água. Ele tinha gritado com ela, e não pensou nas palavras. Ele sabia que Sofia já estava passando por tantas coisas com a mudança para Los Angeles, e ele simplesmente... empurrou ela mais para longe. Ele queria ter tido mais paciência, queria ter falado com ela de outra forma, ter tentado entender a situação antes de ficar tão irritado.
Por que eu não simplesmente perguntei? Ele se senta na cama, ainda irritado com a própria atitude. Eu poderia ter falado com ela com calma. Agora, tudo está mais difícil.
A cada pensamento, o peso do arrependimento parecia aumentar. O que restava agora era tentar consertar.
Eu preciso falar com ela... Ele pensava, mas ao mesmo tempo se sentia inseguro. Mas será que ela vai querer falar comigo? Será que ela ainda confia em mim depois de tudo o que eu disse?
Erick pegou o celular, olhou para a tela, mas, antes de apertar "enviar", hesitou. Ele queria se desculpar, queria explicar tudo, mas o medo de ser rejeitado o paralisava. A dúvida o consumia.
Sofia e sua mãe decidem ir para uma livraria e ficar lá até o sol começar a se pôr. então decidiram voltar para casa. No caminho o silêncio não era constrangedor, Jéssica dirigia com calma para dar a Sofia um tempo para refletir.
-(Jéssica):Você parece mais tranquila agora!
-(Sofia):Acho que sim...
— (Jéssica):Se precisar conversar sobre qualquer coisa, Sofia, seja sobre Erick ou qualquer outra coisa, saiba que pode contar comigo. Eu sei que as coisas estão meio confusas agora, mas você não está sozinha.
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Atualizado até capítulo 48
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