Quando Sofi revelou aos pecados que havia localizado a consciência de Mike, todos ficaram em alerta. Ela explicou que poderia conjurar um feitiço de comunicação, mas o tempo seria limitado a apenas 40 segundos. Sem perder um instante, Sofi lançou o feitiço, e uma aura intensa os envolveu enquanto a imagem de Mike aparecia, ainda preso em uma escuridão profunda.
Sofi resumiu rapidamente os acontecimentos recentes: a traição dos mandamentos, o controle dos ceifeiros, e o caos crescente. Mike ouviu atentamente e, com uma expressão séria, respondeu: "Vocês precisam buscar os filhos de Nagi. Eles estão em uma dimensão secreta chamada Herança, criada pelo próprio Nagi para protegê-los. Mesmo os deuses mal conseguem localizá-la, mas acredito que vocês podem ter uma chance."
Antes que pudessem perguntar mais detalhes, a comunicação foi interrompida, e a imagem de Mike se dissipou. Os pecados ficaram em silêncio, processando o que acabaram de ouvir. Sofi, com um olhar tenso, foi a primeira a quebrar o silêncio: "Mike está preso... com alguém mais. E aparentemente esse alguém é o próprio Nagi, o primeiro deus." Os outros trocaram olhares incrédulos.
Barou, ainda com o peso da batalha recente, ponderou: "Então, Nagi tem filhos? E eles são nossa única esperança para libertar o Mike? Esse será nosso próximo desafio."
Determinados a libertar Mike e descobrir mais sobre esses misteriosos filhos de Nagi, os pecados decidiram traçar um novo plano.
Determinados a encontrar a dimensão Herança e os filhos de Nagi, os pecados se reuniram no interior de uma caverna, onde a atmosfera pesada refletia o peso da missão. Sofi, Barou, Lucy, e os outros estavam exaustos, mas sabiam que o caminho à frente exigiria muito mais. Cada um deles compreendia o quão importante era libertar Mike e, se possível, ganhar o poder dos descendentes de Nagi. A jornada não seria apenas longa e traiçoeira — ela beiraria o impossível.
O Primeiro Obstáculo: Decifrando a Lenda
A primeira pista surgiu através de um antigo pergaminho que Sofi descobriu em um dos livros de magia do castelo Lock. Ele mencionava uma lenda sobre a “Herança”, uma dimensão invisível ao olhar mortal e até mesmo divina. A única maneira de acessar essa dimensão seria atravessando um caminho espiritual, entrando em harmonia absoluta com as energias universais.
Sofi explicou: “Esse pergaminho diz que precisamos de um tipo de ‘bússola espiritual’ — um artefato tão raro quanto poderoso. Dizem que ele está localizado no Templo do Crepúsculo, um lugar onde luz e escuridão se encontram em equilíbrio perfeito.”
Eles decidiram que o templo seria o primeiro destino. Mas o que eles não sabiam é que Isaghi, o irmão de Mike, estava à espreita, observando seus passos. Isaghi era um mestre em manipulação e não planejava intervir imediatamente; ele queria ver até onde os pecados chegariam.
O Templo do Crepúsculo: O Desafio das Sombras
Ao chegar ao Templo do Crepúsculo, o grupo se deparou com uma arquitetura grandiosa e sombria, feita de pedras negras que pareciam absorver qualquer luz que as tocava. A entrada era guardada por duas estátuas colossais, que representavam a luz e a escuridão, ambas em eterna disputa.
Conforme entravam no templo, um silêncio profundo e uma escuridão opressiva os envolviam. Subitamente, uma voz ecoou pelo ambiente: “Somente os dignos encontrarão o caminho.” A estrutura começou a se alterar; paredes se moviam, revelando corredores que se estendiam para lados opostos, um iluminado e outro mergulhado em trevas.
Lucy, o Pecado do Eclipse, percebeu que deveriam se dividir: “Eu irei pelo corredor da escuridão. Minha afinidade com as sombras é mais forte durante a noite. Sofi, você e os outros sigam pelo caminho da luz. Vamos nos encontrar no centro.”
A jornada pelas trevas testou Lucy de forma implacável. Ela foi atormentada por ilusões de suas piores lembranças e falhas, visões tão vívidas que ela mal conseguia distinguir a realidade. Apenas sua determinação de encontrar Mike e a força dos pecados a mantiveram avançando. Do outro lado, Sofi e os demais enfrentavam um labirinto de luzes que os cegavam e desorientavam.
Finalmente, ambos os grupos chegaram ao centro, onde encontraram um altar antigo com um pequeno orbe flutuante. Ao tocá-lo, ele se transformou em uma bússola etérea que flutuava em direção à saída do templo, apontando para o próximo destino.
A Busca Infindável: O Deserto da Ilusão
Seguindo a bússola espiritual, os pecados foram levados ao Deserto da Ilusão, um vasto mar de areia onde miragens e ilusões confundiam a mente e desviavam o coração. Era uma região famosa por deixar até os guerreiros mais experientes sem rumo e presos em laços de ilusões infinitas.
Barou e Lucy começaram a questionar o quão longe deveriam ir. Mas Sofi, percebendo que as ilusões eram mais intensas quando duvidavam, os motivou a focar nos próprios sentimentos de determinação e companheirismo. Quando aceitaram as memórias, as ilusões cessaram, revelando uma passagem secreta ao fim do deserto.
O que eles não sabiam é que, a cada passo que davam, Isaghi observava, manipulando as ilusões para testar os limites do grupo.
O Guardião dos Portões
Ao sair do deserto, a bússola os levou a um portal no topo de uma montanha, guardado por uma criatura colossal, um ser entre dragão e demônio, conhecido como o “Guardião dos Portões”. Com escamas negras e olhos dourados flamejantes, ele representava um desafio que só poderia ser vencido pela união dos pecados.
A batalha foi feroz: o Guardião cuspia chamas negras e usava suas garras afiadas com precisão letal. Sofi usava feitiços de barreira para proteger o grupo, enquanto Barou atacava com rajadas poderosas de energia solar. Lucy controlava a luz e a escuridão para distrair a criatura, enquanto os outros pecados atacavam sem trégua.
Por fim, trabalhando em perfeita sincronia, eles conseguiram derrubar o Guardião e destrancar o portal. A bússola os conduziu através dele, mas eles sabiam que a jornada ainda estava longe de terminar.
A Dimensão Herança
Depois de incontáveis desafios e provações, eles finalmente chegaram à dimensão Herança. Era um lugar de beleza surreal, onde florestas de árvores prateadas se estendiam por campos de luzes vibrantes. No centro, havia uma ilha flutuante, onde uma grande construção brilhava com a energia pura de Nagi. Eles sabiam que era ali que os filhos de Nagi, Naini e Evaini, estavam escondidos.
Sofi e os pecados, exaustos e feridos, começaram a atravessar a ponte de luz em direção à ilha. Mas antes que pudessem chegar ao fim, uma figura conhecida apareceu: Isaghi. Ele bloqueava o caminho com um sorriso enigmático.
“Vocês realmente chegaram longe,” ele disse, sua voz ecoando. “Mas não pensem que será tão simples assim. Os filhos de Nagi são parte do meu plano também.”
Barou o encarou com fúria. “Você já tirou Mike de nós, e agora quer nos impedir de completar nossa missão? Não deixaremos isso acontecer!”
Isaghi, com um olhar impassível, respondeu: “Vocês acham que entenderam algo, mas estão apenas jogando dentro do meu plano.” Ele então invocou uma aura negra, que envolveu a dimensão inteira.
O confronto parecia inevitável, e os pecados, mesmo exaustos, se prepararam para lutar. Mas, nesse instante, a própria dimensão de Herança reagiu. Uma luz intensa brilhou, e uma voz ecoou por toda parte. “Nenhum conflito será permitido neste lugar. Aqueles que carregam a essência do Criador não serão manchados pelo ódio.”
Assim, Naini e Evaini surgiram, observando tudo com olhos que irradiavam a sabedoria de milênios e o poder inato de sua linhagem. Eles acalmaram a tensão e, com uma força desconhecida, obrigaram Isaghi a recuar momentaneamente, deixando claro que a Herança estava sob a proteção absoluta dos descendentes de Nagi.
Os pecados sabiam que esse era apenas o começo, mas estavam finalmente um passo mais próximos de resgatar Mike e encerrar o ciclo de manipulações de Isaghi.
Quando Naini e Evaini, os filhos de Nagi, revelaram que apenas aquele com o coração mais puro poderia atravessar a ponte e acessar o verdadeiro poder da dimensão Herança, um silêncio se abateu sobre o grupo. Os pecados e até mesmo Isaghi, com suas intenções ocultas, olharam a ponte com ambição, mas também com certa hesitação. Cada um deles, com suas batalhas internas e pecados passados, sabia que o teste era rigoroso.
Isaghi, sempre confiante e calculista, deu o primeiro passo. No entanto, ao tocar a ponte, uma força invisível o empurrou para trás, lançando-o de volta com um impacto devastador. Ele se levantou com raiva nos olhos, frustrado por ser repelido tão facilmente.
Em seguida, Barou tentou. Com seu semblante sempre calmo, ele fechou os olhos, deixando seu coração guiar os passos. No entanto, a ponte reagiu de forma semelhante, repelindo-o com uma leveza que parecia uma advertência gentil. Lucy, Sofi, e os demais tentaram, mas todos enfrentaram o mesmo destino. A dimensão, em sua sabedoria ancestral, via as intenções e conflitos internos de cada um deles, barrando o caminho.
Foi então que Júlia, observando a cena em silêncio, se aproximou. Ainda confusa sobre seu passado, mas carregando um coração imaculado, ela deu um passo hesitante na ponte, sem grandes expectativas. Para surpresa de todos, a ponte a acolheu. Nenhuma força a repeliu; ao contrário, parecia que cada passo que dava iluminava o caminho à frente.
Os pecados e até mesmo Isaghi observavam com espanto e reverência. Júlia, a menos experiente do grupo, mas com uma pureza e compaixão inigualáveis, era a única digna de avançar. Enquanto caminhava, um sentimento de paz e conexão com o lugar a envolvia. Ela sentia a energia de Nagi e a essência dos filhos do Criador, como se estivesse em harmonia com a própria dimensão.
Ao chegar ao centro da ilha flutuante, Naini e Evaini a esperavam com olhares serenos e um leve sorriso. “Júlia,” disseram em uníssono, “você demonstrou possuir a verdadeira essência de Herança, um coração livre de ambições egoístas. É a primeira a receber nosso legado.”
Júlia olhou para eles, sem saber ao certo o que aquilo significava. “Mas... eu não fiz nada de especial,” murmurou.
Naini estendeu a mão, revelando um orbe que pulsava com uma luz divina. “É exatamente essa humildade que te torna digna. Leve esta essência. Com ela, você poderá guiar seus companheiros, protegê-los e, talvez, encontrar uma forma de libertar Mike e o primeiro deus.”
Enquanto Júlia aceitava o orbe, uma energia poderosa e pacífica a envolvia, unindo-se a ela. Sentia-se mais forte, mas também mais conectada aos outros. Com um último olhar para os filhos de Nagi, ela soube que tinha um novo propósito.
Quando voltou para o grupo, os pecados a olhavam com respeito renovado. Ela havia conseguido o que ninguém mais pôde, e agora carregava um fragmento do poder de Nagi. Isaghi, embora frustrado, não perdeu a compostura. Ele observava com atenção, já tramando uma nova estratégia.
Com Júlia liderando, os pecados estavam mais determinados do que nunca. A jornada para resgatar Mike continuava, mas agora com uma nova força e uma renovada esperança.
Ao aceitar o orbe dos filhos de Nagi, Júlia sentiu uma intensa onda de energia percorrer seu corpo. A luz do orbe brilhou em sua mão, irradiando um calor reconfortante que envolveu cada célula de seu ser. De repente, o orbe flutuou levemente e se desfez em uma luz cintilante, que se dispersou em torno de seu pulso, formando uma tatuagem em forma de círculo perfeito. A marca parecia viva, pulsando com uma energia suave, mas inegavelmente poderosa.
Os pecados observavam com curiosidade e admiração. Essa marca simbolizava a união entre Júlia e o poder que herdara, algo que não só era um vínculo com os filhos de Nagi, mas também uma fonte de poder quase inesgotável para qualquer situação que ela e o grupo enfrentassem.
No entanto, Naini e Evaini haviam sido claros: o verdadeiro propósito do orbe era libertar Mike e o próprio Nagi da prisão infinita. Quando chegasse o momento de quebrar o selo, toda a energia contida naquele símbolo seria usada, e o círculo desaparecería da pele de Júlia para sempre. Essa tatuagem, então, não era apenas um presente, mas também um sacrifício final para resgatar aqueles que estavam presos.
Enquanto explorava seu novo poder, Júlia notou que podia invocar habilidades divinas com uma facilidade desconcertante, sem gastar nenhuma energia pessoal. As barreiras que antes a limitavam estavam suspensas, e ela podia sentir cada aspecto das forças celestiais fluir por seu corpo. Sabia que tinha um grande papel a cumprir, e com isso também veio uma responsabilidade enorme.
Com essa força renovada, Júlia e os pecados se prepararam para continuar sua jornada. Isaghi, escondido nas sombras, observava cada movimento, com planos ainda mais elaborados em sua mente.
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Atualizado até capítulo 24
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