O sol brilhava intensamente sobre a floresta amazônica, suas luzes dançando nas folhas verdes como se o próprio céu estivesse ciente do que estava por vir. A clareira escolhida para o duelo estava repleta de uma multidão de guerreiros do clã Nairóbi, ansiosos e silenciosos, todos concentrados no confronto iminente. O ar estava carregado de expectativa, e os cheiros de terra úmida e folhas recém-quebradas misturavam-se à adrenalina pulsante que permeava o ambiente.
Hakim respirou fundo, sentindo a tensão em seus músculos. A luta contra Duncan não era apenas uma questão de força física, mas também uma prova de seu valor como líder. Ele se lembrava dos ensinamentos do xamã, que sempre dizia que a verdadeira força estava na mente e no coração, e não apenas nas armas. Agora, ele precisava reunir tudo o que aprendera em sua jornada.
Duncan, seu rival, estava de pé do outro lado da clareira, uma figura imponente com uma espada robusta na mão e um sorriso desdenhoso nos lábios. A arrogância do jovem guerreiro o tornava mais perigoso, e Hakim sabia que subestimá-lo seria um erro fatal. O olhar desafiador de Duncan parecia gritar que ele acreditava que a vitória era certa, uma confiança que Hakim estava determinado a derrubar.
— Está pronto para perder, Hakim? — provocou Duncan, seu tom impregnado de desprezo, enquanto os guerreiros ao redor começavam a murmurar, alimentando a tensão.
Hakim não respondeu, concentrando-se em sua respiração e na batida do seu coração. Ele se lembrou das palavras de sua mãe, que sempre acreditou que a vitória não estava apenas em derrotar o oponente, mas em superar a si mesmo. O duque da floresta exigiria mais do que força; exigiria estratégia, astúcia e controle.
O sinal para o início do duelo ecoou na clareira, e ambos os guerreiros avançaram, como flechas disparadas. A espada de Duncan cortou o ar com um som agudo, mas Hakim se esquivou, sentindo a pressão do ataque ao seu lado. Ele estava atento aos movimentos de Duncan, observando como um predador que estuda sua presa antes de atacar.
Duncan investiu novamente, sua lâmina refletindo a luz do sol enquanto tentava desferir um golpe mortal. Hakim se lançou para o lado, a adrenalina pulsando em suas veias, e, em um movimento fluido, utilizou sua lança para tentar desviar o ataque. O impacto da espada contra a lança reverberou por seus braços, mas ele não se deixou abalar. O duelo era uma dança, e Hakim precisava se adaptar a cada passo.
Os gritos da multidão eram como ecos distantes, e o mundo ao redor deles desapareceu enquanto eles se concentravam um no outro. A clareira, com suas árvores majestosas, servia como um palco para o confronto, e a vida na floresta parecia silenciar, como se aguardasse o desfecho daquela batalha.
Hakim começou a usar o ambiente a seu favor. Ele se movia entre as árvores, fazendo com que Duncan o seguisse, criando um jogo de gato e rato. A fúria e a raiva do oponente tornavam-se sua força, e ele esperava pacientemente pelo momento certo. A cada ataque de Duncan, Hakim desviava com agilidade, sentindo o vento em seu rosto enquanto a espada passava raspando.
— Você acha que pode me vencer com truques? — gritou Duncan, a frustração transparecendo em sua voz. Mas Hakim sabia que subestimar a inteligência seria um erro fatal.
Finalmente, quando a oportunidade se apresentou, Hakim saltou sobre uma raiz exposta e, com um movimento ágil, fez a lança deslizar pela perna de Duncan, causando um grito de dor e fazendo-o cair. A multidão ficou em silêncio, o choque em seus rostos evidente. O orgulho de Duncan se despedaçava ali mesmo, e Hakim sentiu a vitória se aproximar.
— Você pode ter força, mas a liderança exige mais do que músculos — disse Hakim, olhando para Duncan caído. A dor em seu olhar refletia o reconhecimento de que havia perdido mais do que uma batalha; havia perdido sua arrogância.
Duncan, respirando pesadamente, levantou a cabeça. A raiva que o consumia agora se transformava em uma mistura de respeito e relutância. A luta havia ensinado a ele uma lição valiosa, mesmo que ele ainda não estivesse pronto para aceitá-la completamente.
— Você é melhor do que eu pensei, Hakim. — suas palavras eram um sussurro, mas a sinceridade nelas era palpável.
Hakim estendeu a mão, não apenas para ajudar Duncan a se levantar, mas para simbolizar que o verdadeiro poder estava na união, não na rivalidade. A multidão começava a aplaudir, e o som crescia, ecoando pela clareira como um coro de aprovação.
— Juntos, somos mais fortes — Hakim disse, ajudando Duncan a se levantar. Ele sabia que ainda havia muito pela frente, desafios que exigiriam cada grama de coragem e sabedoria que eles pudessem reunir.
Enquanto os dois se erguiam, o clã Nairóbi começava a perceber que a verdadeira liderança não se baseava apenas na força de um guerreiro, mas na capacidade de um líder de unir seu povo. E assim, com um novo entendimento, Hakim se preparava para enfrentar a Onça Negra e os perigos que aguardavam na densa floresta, sua determinação renovada e seu espírito fortalecido pela experiência da luta.
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Atualizado até capítulo 63
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