A escuridão da floresta parecia engolir os últimos raios de sol, criando um manto de sombras que dançava ao redor dos guerreiros. Hakim e seus companheiros estavam parados em uma clareira, cada um respirando pesadamente enquanto o medo e a adrenalina se entrelaçavam em seus corações. O ar estava carregado de tensão, e a atmosfera ao redor deles se tornava cada vez mais opressiva.
“Precisamos ser rápidos”, disse Hakim, seu olhar fixo no horizonte escuro. “Yara não é uma presa comum. Se a deixarmos nos surpreender, não teremos chances.”
Duncan, ainda ardendo em competitividade, respondeu, “Se você tem medo, Hakim, eu irei em frente. Não vou esperar por você.” Um silêncio nervoso pairou sobre o grupo. Os olhares se cruzaram, e a rivalidade entre os dois jovens guerreiros intensificava o clima tenso.
Hakim sentiu uma frustração crescente. “Esse não é um jogo, Duncan! Se quisermos vencer, precisamos trabalhar juntos. Olhe ao seu redor.” Ele gesticulou para a vasta floresta, cujas árvores pareciam sussurrar advertências, como se soubessem o que estava por vir. “Devemos ser astutos e respeitar o território da fera.”
Duncan revirou os olhos, mas antes que pudesse responder, um rugido estrondoso cortou o silêncio da floresta, fazendo o chão tremer sob seus pés. A fera havia se manifestado. Yara, com sua pele escamosa e olhos brilhantes como lanternas no escuro, emergiu das sombras, uma imagem imponente e aterrorizante. O rugido ecoou como um aviso, ressoando nas árvores e nos corações dos guerreiros.
O grupo se preparou, as armas em punho, mas o medo era palpável. Hakim podia sentir a pressão crescente em seu peito. Sabia que a verdadeira batalha estava se aproximando. Yara não era apenas uma besta; ela era uma manifestação dos medos mais profundos que habitavam os corações dos guerreiros. Cada um deles lutava não apenas contra a fera, mas contra suas próprias dúvidas e inseguranças.
“Formação!” Hakim gritou, tentando manter a calma. “Mantenham-se juntos!” A adrenalina pulava em suas veias enquanto a fera avançava, suas garras afiadas reluzindo sob a luz escassa que filtrava entre as folhas.
A batalha começou. Hakim lançou uma armadilha que havia preparado — um laço de cipó camuflado entre as folhas — e viu a fera hesitar por um momento, mas logo sua agilidade a permitiu desviar. O rugido de Yara reverberou novamente, e o chão sob seus pés pareceu tremer com sua fúria.
Duncan, impetuoso, avançou com um grito de batalha, sua espada levantada. “Eu não vou deixar você me superar, Hakim!” gritou, correndo em direção à fera. Mas sua audácia rapidamente se transformou em desespero quando Yara se voltou para ele, suas garras reluzindo ameaçadoramente.
Hakim, percebendo o perigo, gritou: “Duncan, não!” Mas era tarde demais. A fera se lançou na direção dele, suas garras afiadas cortando o ar. Duncan tentou desviar, mas a força da criatura era avassaladora. Hakim viu seu amigo ser lançado para o lado como se fosse uma pena.
O choque percorreu o corpo de Hakim. “Não! Duncan!” Ele se lançou em direção à criatura, sua mente fervilhando com a necessidade de salvar seu amigo, mas também com a urgência de cumprir sua missão.
“Volte, Hakim!” Um dos guerreiros gritou, tentando segurá-lo. “É uma armadilha!”
Hakim hesitou por um segundo, mas a imagem de Duncan caindo o impulsionou a seguir em frente. Ele já havia perdido a chance de proteger o amigo e não podia deixar que a situação se deteriorasse ainda mais. Yara, agora em um estado de fúria, avançou novamente, sua forma majestosa e mortal uma visão que faria qualquer coração vacilar.
Com os instintos aguçados, Hakim se lembrou das técnicas que havia aprendido. Ele precisava ser astuto. Ele começou a lançar pequenas pedras em direção a Yara, tentando distraí-la enquanto buscava uma forma de contornar a fera. O rugido da criatura ecoava em seus ouvidos, mas a determinação crescia dentro dele.
“Em um movimento, atirem!” Hakim gritou para o grupo. Ele sabia que precisava de tempo. Com habilidade, ele armou outra armadilha, uma feita com troncos caídos e cipós, escondendo-a entre a vegetação.
A batalha continuou, e os guerreiros lutavam desesperadamente para não ceder ao pânico. A cada movimento, a fera os testava, e Hakim se sentia sendo puxado entre a necessidade de proteger seus amigos e a urgência de derrotar Yara. Mas a luta estava longe de ser fácil.
Finalmente, Hakim conseguiu atrair a atenção de Yara mais uma vez. Ele saltou para o lado, conduzindo a criatura diretamente em direção à armadilha que havia preparado. Com um estrondo, Yara ficou presa entre os troncos, momentaneamente paralisada.
“Agora!” Hakim gritou, sentindo que a sorte finalmente estava ao seu lado. Os guerreiros atacaram em uníssono, cada um usando suas habilidades e força para enfrentar a criatura.
Mas a vitória não veio facilmente. A fúria de Yara se intensificou, e ela lutava contra a armadilha com toda sua força, rugindo em agonia e raiva. Hakim percebeu que aquela luta era muito mais do que uma simples caçada — era um teste de sua capacidade de liderança.
“Unam-se! Precisamos de um golpe final!” ele ordenou, sua voz cheia de autoridade. Os guerreiros, agora galvanizados pela determinação de Hakim, se uniram. Um último ataque, e Yara, finalmente, desabou no chão, exausta e ferida.
Hakim caiu de joelhos, o suor escorrendo por seu rosto enquanto a adrenalina desaparecia lentamente. O silêncio tomou conta da floresta, e os guerreiros, ainda em choque, se entreolharam, um misto de alívio e terror em seus rostos.
A batalha estava ganha, mas o custo havia sido alto. Duncan, embora ferido, ainda estava vivo, e Hakim se aproximou dele, aliviado, mas consciente de que o caminho à frente seria repleto de desafios ainda maiores.
“Ainda estamos juntos, Hakim”, disse Duncan, forçando um sorriso mesmo enquanto se apoiava em um tronco. A rivalidade estava ali, mas também havia um respeito renovado.
“Sim, e precisamos aprender com isso”, Hakim respondeu, seu olhar se perdendo na floresta que agora parecia mais sombria. “Ainda temos muito a enfrentar. Essa foi apenas a primeira batalha.”
Com a queda de Yara, a jornada dos guerreiros estava apenas começando, e Hakim sabia que as lições aprendidas naquelas profundezas da floresta moldariam seu futuro e o futuro do clã Nairóbi. As sombras ao redor eram apenas o início do que estava por vir, e ele estava determinado a enfrentar cada desafio de cabeça erguida, preparado para se tornar o líder que seu povo precisava.
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Atualizado até capítulo 63
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