Capítulo 2

— Vomitando de novo? — Chris deu umas palmadinhas suaves nas costas de Alonzo, que acabava de sair do banheiro. Sua boca estava amarga, e sua aparência deixava muito a desejar. Ele odiava ficar doente, embora não sentisse nenhum outro desconforto além das constantes tonturas e da dificuldade em reter alimentos.

— Porra, isso é incrivelmente frustrante — resmungou Alonzo enquanto enxaguava a boca e secava os lábios. Ao levantar o olhar, encontrou o olhar preocupado de seu amigo.

— Vamos ao médico agora. Não podemos esperar até chegar a Los Angeles. Ainda temos um mês aqui por causa dos negócios — sentenciou Chris com firmeza.

— Não quero ir — respondeu Alonzo mal-humorado. Ele não era fã de hospitais; eles lhe traziam muitas lembranças ruins, e ele os odiava com toda a sua alma.

— Não é uma sugestão — respondeu Chris em tom autoritário, segurando sua mão e praticamente arrastando-o para o carro.

Apesar de sua relutância, Alonzo sabia, no fundo, que algo não estava bem. Ele sempre teve boa saúde, era raro ele ficar doente. Nem mesmo a exposição a situações extremas, como frio ou chuva, o afetava. Agora, com o medo crescendo em seu peito, sua mente começou a divagar. E se a pessoa com quem ele tinha feito sexo o tivesse contagiado com alguma coisa? A culpa o invadiu por ter bebido tanto e por ter se entregado a um estranho sem pensar nas consequências.

— A propósito, depois da consulta, você poderia me fazer um favor? Preciso que você vá a um compromisso para mostrar a mansão a um cliente. É importante, mas tenho outro compromisso inadiável — comentou Chris enquanto ligava o motor.

— De acordo, apenas envie-me as informações do cliente — respondeu Alonzo, olhando pela janela.

Chris assentiu e dirigiu em silêncio, deixando Alonzo perdido em pensamentos. Enquanto observava os altos edifícios e os transeuntes que caminhavam imersos em suas próprias vidas, sua mente o transportou para lembranças mais felizes. Em um semáforo, ele viu dois jovens estudantes rindo enquanto compartilhavam um sorvete, o que o lembrou de si mesmo e Elio em seus anos de juventude.

Ele nunca imaginou que sofreria tanto por seu amigo. Muito menos pensou que se apaixonaria por ele. A vida, sem dúvida, estava cheia de surpresas. Agora Elio estava casado, e ele havia ficado em segundo lugar, como sempre. Com Elio, ele havia compartilhado grande parte de sua vida, construindo memórias inesquecíveis, e no fundo, ele se perguntava se, se tivesse sido mais corajoso, teria conquistado seu amor. Talvez em outro mundo fosse ele quem seguraria seu braço e o chamaria de "marido" com ternura.

— Chegamos — a voz de Chris o trouxe abruptamente de volta à sua dura realidade.

Alonzo soltou o cinto de segurança e saiu do carro, respirando fundo antes de cruzar as portas do hospital. Aquele lugar lhe dava arrepios, não apenas pelo cheiro de desinfetante, mas pelas dolorosas lembranças que evocava de sua adolescência. O medo de agulhas e dor física sempre o acompanhou.

— Vamos, estarei com você o tempo todo — disse Chris, dando-lhe um aperto reconfortante no ombro. Alonzo esboçou um sorriso fraco e seguiu seu amigo até a recepção.

Depois de trocar algumas palavras com a recepcionista, Chris voltou.

— O médico está nos esperando.

Eles caminharam pelos corredores imaculadamente brancos, subiram as escadas e continuaram por outro longo corredor quase vazio. O nervosismo de Alonzo aumentava a cada passo. Suas mãos tremiam, e um suor frio escorria por suas costas. Ele odiava hospitais, e muito mais as lembranças que eles lhe traziam.

— É aqui — anunciou Chris, parando em frente a uma porta. Vendo o rosto ansioso de seu amigo, ele apertou suavemente seu ombro novamente em apoio.

Alonzo assentiu e bateu na porta algumas vezes. Ao ouvir o "entre" do interior, ele girou a maçaneta com nervosismo e entrou. Um homem de meia-idade, vestido com um jaleco branco e um estetoscópio pendurado no pescoço, os recebeu.

— Bom dia, Alonzo. Sou o Dr. Piras, mas você pode me chamar de Dario — disse o médico com um sorriso amigável enquanto estendia a mão. Alonzo a apertou e, junto com Chris, sentou-se em frente à mesa. — Christian me disse que você não tem se sentido bem ultimamente.

— Tenho sentido tonturas constantes, náuseas e muito cansaço — Alonzo começou a explicar, sentindo seus nervos se acalmarem lentamente. — Sempre tive boa saúde e faço check-ups a cada seis meses, então não entendo o que está acontecendo com meu corpo.

O médico assentiu, tomando notas.

— Desde quando você se sente assim?

— Há cerca de um mês e meio.

— Você teve febre ou dores de cabeça?

— Não, nada disso — Alonzo balançou a cabeça.

— Você sente dor de estômago? Ou você notou alguma mudança no seu apetite?

— Meu apetite melhorou, mas algumas coisas que eu costumava gostar agora me parecem repulsivas. Além disso, parece que meu olfato se tornou muito mais sensível — ele acrescentou, com uma careta de desconforto.

O médico tomou nota com atenção.

— Vamos descartar uma possível infecção, mas precisaremos fazer alguns exames de sangue — informou o médico enquanto pegava um esfigmomanômetro para medir a pressão arterial de Alonzo.

— Não há outra maneira? — perguntou Alonzo com a voz trêmula, revelando seu medo de agulhas.

— É a maneira mais precisa de obter resultados. Não se preocupe, será rápido e praticamente indolor.

Alonzo não se sentiu particularmente confortado por essas palavras, mas assentiu relutantemente.

— Sua pressão arterial está normal — disse o médico, deixando o esfigmomanômetro de lado. — Esperem aqui, vou buscar o que é necessário para a coleta de sangue.

Assim que o médico saiu, Alonzo se levantou de seu assento, determinado a fugir. Mas Chris, com um olhar firme e cheio de avisos, o forçou a se sentar novamente.

— Nem pense nisso. Você vai ficar — disse Chris em tom severo.

Resignado, Alonzo permaneceu sentado, xingando internamente. Ele detestava ir ao médico por razões como esta.

Dario voltou não apenas com os instrumentos necessários para a coleta de sangue, mas também acompanhado por uma enfermeira. Alonzo sentiu uma pontada de desconforto ao perceber que mais alguém testemunharia seu óbvio medo. Ele odiava se sentir vulnerável na frente dos outros, muito menos quando estava em pânico.

Quando o médico pediu seu braço para prosseguir com a coleta, seu instinto imediato foi se levantar e sair correndo daquele lugar. No entanto, algo mais forte – talvez a mão firme de Christian em seu ombro ou o simples fato de saber que precisava de respostas – o manteve no lugar.

Como ele temia, a dor que sentiu ao ser picado foi quase insuportável. Alonzo cerrou os dentes com força, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas que ele se recusou a deixar cair. A vermelhidão em seu olhar revelava a intensidade de seu esforço para contê-las, mas ele se recusou a sucumbir ao choro.

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Comments

Malu

Malu

estou grávida e tbm estou assim 🤮

2025-03-09

0

Erica Diniz

Erica Diniz

Uma possível gravidez. Será?

2025-03-10

0

☆Ana~beatriz☆

☆Ana~beatriz☆

lá vem nosso bebê 💞💞

2025-03-09

0

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