— O encontro está marcado para as cinco da tarde — anunciou Christian enquanto almoçavam num pequeno restaurante, após saírem do hospital. Alonzo ainda se sentia um pouco fraco, então decidiram parar para comer algo antes de continuarem com o dia. — Vou enviar-lhe o endereço e todas as informações necessárias — acrescentou Christian, bebendo um gole do seu suco.
Alonzo assentiu com a cabeça, embora a sua mente estivesse ocupada com um detalhe que o incomodava.
— Por que tão tarde? — perguntou enquanto olhava para a hora no seu relógio. — É uma hora de carro até lá.
Christian encolheu os ombros com um ligeiro sorriso antes de responder:
— Bem, o cliente não tem outro horário disponível. Além disso, preferiu não enviar um dos seus funcionários. Você sabe como essas pessoas são, tão... especiais.
Alonzo soltou um suspiro, resignado. Sabia muito bem ao que Christian se referia. Durante o tempo em que era seu assistente, tinha lidado com um sem-número de pessoas desagradáveis, muitas das quais sofriam de um marcado complexo de superioridade. Cada encontro era um teste de paciência.
Horas mais tarde, Alonzo encontrava-se estacionado em frente a uma imponente mansão situada nos arredores da cidade. Observou as informações que Christian lhe havia enviado e depois ergueu o olhar para contemplar a construção. Era majestosa, com terrenos extensos que incluíam parte da montanha em que se encontrava. A entrada ficava a um quilômetro de distância da estrada principal, e todo o conjunto irradiava opulência. Era surpreendente como algumas pessoas eram capazes de gastar tanto dinheiro em suas propriedades.
O som de uma buzina tirou-o dos seus pensamentos. Virou a cabeça e viu uma SUV preta com vidros escuros estacionar ao lado do seu carro. O veículo, claramente caro e luxuoso, indicava que o cliente era alguém importante. Nervoso, Alonzo ajeitou a gravata e lançou um olhar rápido ao seu reflexo no retrovisor, certificando-se de que sua aparência era impecável. Satisfeito, saiu do carro e preparou-se para encontrar o homem.
O cliente era alto e vestia-se completamente de preto: desde as suas calças sociais até à gravata, passando pela sua camisa perfeitamente passada. Usava óculos escuros, embora o sol já estivesse a desaparecer atrás das montanhas. A sua presença impunha uma sensação de autoridade e uma certa incomodidade no ambiente. Talvez fosse a sua imaginação, mas Alonzo sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo, como se a temperatura tivesse baixado repentinamente.
— Senhor Vega, muito prazer. Sou o assistente do Senhor Rylan — disse Alonzo, estendendo a mão num gesto profissional. No entanto, o homem simplesmente inclinou a cabeça em sinal de reconhecimento, sem fazer menção de apertar a mão que Alonzo lhe oferecera.
O desconforto aumentou, mas quando Alonzo estava prestes a retirar a mão, o homem agarrou-a com firmeza, apertando-a brevemente antes de a soltar.
— Muito prazer, Alonzo — respondeu o homem com uma voz grave e profunda, desprovida de calor ou cortesia.
O cliente tirou os óculos escuros, revelando uns olhos escuros e frios que olharam para Alonzo com uma intensidade perturbadora. Aquele olhar penetrante fê-lo sentir-se pequeno, insignificante, e por um momento, Alonzo desejou estar em qualquer outro lugar.
— Acompanhe-me, vou mostrar-lhe a propriedade — ordenou o homem, sem esperar resposta. Vega passou por ele com seriedade e elegância repleta de frieza.
Alonzo, tentando manter a compostura, esboçou um sorriso profissional e começou a caminhar atrás dele. À medida que avançavam, reparou numa enorme fonte no centro do jardim que adicionava um toque de elegância ao local. A paisagem era espetacular, mas a presença intimidante do homem tornava difícil apreciá-la.
— A construção principal tem dois mil metros quadrados — começou Alonzo, tentando soar calmo —, e o terreno abrange um hectare completo. Atrás da casa principal há uma casa de hóspedes e, mais além, uma casa de serviço. Este lugar é ideal para uma escapadela de fim de semana ou para oferecer à sua família um lugar tranquilo longe da agitação da cidade.
— Não sou casado, nem tenho filhos — respondeu o cliente, cortante.
— Ah, entendo. Bem, nesse caso, pode ser um lugar perfeito para desfrutar da tranquilidade e privacidade — respondeu Alonzo, tentando corrigir-se enquanto continuavam em direção à entrada principal.
O nervosismo começou a apoderar-se de Alonzo quando se aproximaram da porta. As suas mãos tremiam ligeiramente enquanto tentava digitar o código de acesso. Embora não conseguisse vê-lo, sentia o olhar do cliente cravado nas suas costas, o que lhe causava uma sensação crescente de desconforto.
— Os pisos são de mármore da melhor qualidade, com acabamentos em granito nas paredes. Os tetos são de pé duplo para dar maior amplitude à sala e à sala de jantar — explicou Alonzo enquanto lhe mostrava a espaçosa sala de estar.
O homem caminhava lentamente pela divisão, os seus sapatos a ecoar a cada passo que dava. Passou os dedos pelos móveis finos e depois dirigiu-se à cozinha, inspecionando cada canto com um ar de indiferença. Finalmente, virou-se para olhar para Alonzo.
— Vais continuar a fingir que não sabes quem eu sou? — perguntou o homem de repente, o seu tom seco e desafiador.
A pergunta apanhou Alonzo de surpresa. As suas sobrancelhas franziram-se num gesto de confusão enquanto tentava recordar-se se alguma vez tinha visto aquele homem antes, mas não conseguiu encontrar nenhuma memória que o ligasse a ele.
— Devia conhecê-lo? — perguntou após alguns segundos de reflexão.
O homem começou a caminhar lentamente na direção de Alonzo, e o som dos seus passos fez com que um arrepio lhe percorresse a espinha. Alonzo recuou alguns passos, tentando manter a compostura.
— Estás a tomar-me por estúpido? — vociferou o cliente, aproximando-se perigosamente.
— Não, senhor, simplesmente não o reconheço. Nunca o vi na minha vida — respondeu Alonzo, mantendo o seu tom profissional, embora o medo começasse a apoderar-se dele.
— Sempre pensei que vocês todos fossem uns inúteis — resmungou o homem —, mas nunca imaginei que enviassem o mais incompetente para fazer o trabalho.
A raiva substituiu rapidamente o medo que Alonzo estivera a sentir.
— Não sei quem é o senhor, mas não vou permitir que me fale dessa maneira. Talvez tenha muito dinheiro, mas isso não lhe dá o direito de me tratar como lixo.
Um sorriso torto formou-se nos lábios do homem.
— Pelo menos tens caráter. Serias demasiado aborrecido se, além de incompetente, também fosses cobarde.
— Pode ir-se embora já e nunca mais nos contactar — retorquiu Alonzo, virando-se para sair. Mas antes que pudesse dar mais do que um passo, o homem agarrou-o com força pelo braço, impedindo-o de avançar.
— Diz-me, quantos dos teus homens estão à minha espera lá fora? — o homem apertou o seu aperto, fazendo com que Alonzo soltasse um gemido de dor.
— Está drogado ou bêbado? — Alonzo tentou soltar-se, mas os dedos do homem cravaram-se mais na sua carne, obrigando-o a vergar-se de dor.
— Vais vir comigo, porco da Interpol — sussurrou o homem ao ouvido de Alonzo.
Antes que pudesse reagir, Alonzo sentiu um golpe forte na nuca que o deixou inconsciente.
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Atualizado até capítulo 92
Comments
Anny
não entendi como ele tirou a conclusão qu que ele era da interpol
2025-03-16
0
Nyasha Mahando
mas sabe, como ele pode ser da Interpol
2025-03-03
1
Josiane Matheus Matheus
ele é um mafioso ele sabe de tudo 😎
2025-04-07
0