Capítulo 4

Quando Alonzo acordou, tentou se mexer, mas suas mãos estavam amarradas atrás das costas, seus pés igualmente imobilizados, sua boca amordaçada e seus olhos vendados. O pânico começou a dominá-lo, enquanto ele se debatia sem sucesso contra suas amarras. Tentou se levantar novamente, e foi então que sentiu o movimento: aparentemente, ele estava em um carro. Esticou as pernas e chutou a lateral do veículo, mas o barulho das sirenes das patrulhas abafava qualquer outro som, impossibilitando que alguém o ouvisse de fora da caminhonete.

Ele se esforçou para se soltar, mas seus movimentos foram em vão. Em uma curva brusca, seu corpo foi lançado contra a parte traseira da caminhonete, a dor percorreu todas as suas costas e o obrigou a apertar os lábios para não gritar.

—Anda logo, estão na minha cola! — ouviu a voz de seu captor no banco do motorista.

Alonzo parou de lutar e se encolheu em um canto ao ouvir os tiros e as balas atingindo a blindagem do veículo. Por sorte, a caminhonete estava protegida das rodas ao teto.

—Merda! — gritou o motorista, pisando fundo no acelerador —. Estou na quinta, no lado sul — Alonzo ouviu seu captor dizer, com evidente frustração.

"Indo para aí, chefe", respondeu outra voz através do que Alonzo reconheceu como um rádio de comunicação, o tom alterado daquele homem revelava a gravidade da situação.

O som dos tiros não cessava; na verdade, parecia se intensificar. Alonzo apertava as mãos com força, desejando que aquele pesadelo chegasse ao fim. De repente, o barulho de mais armas começou a soar, e o homem que o havia sequestrado soltou uma gargalhada enquanto tocava a buzina com entusiasmo. O tempo se tornou difuso para Alonzo, mas quando a perseguição mortal finalmente terminou, seu medo não desapareceu, apenas aumentou.

"Porco da Interpol", ele se lembrava de Vega ter dito. Mas como diabos o confundiram com um agente da Interpol? Ele estava completamente perplexo. Poderia ser um erro? Talvez sim, mas depois de ter sido sequestrado, o deixariam ir embora vivo? As perguntas giravam em sua mente, sem descanso.

Sentiu o carro parar bruscamente, e seu coração começou a bater freneticamente. Conteve a respiração, sem ousar se mover. Ouviu a porta do motorista abrir e fechar rapidamente. O silêncio que se seguiu o deixava ainda mais nervoso. Depois de alguns minutos, ouviu o som de outros veículos se aproximando e estacionando.

O silêncio dentro da caminhonete se tornava insuportável. A incerteza o corroía. Estavam planejando como se livrar de seu corpo? Jogá-lo em um rio ou abandoná-lo em uma floresta para que animais selvagens o devorassem? Os pensamentos o estremeceram, e seu corpo começou a tremer de medo. O suor frio lhe cobria a testa, enquanto as mãos tremiam incontrolavelmente.

Alguns minutos depois, o som de mais carros se afastando o deixou ainda mais apreensivo. Estava encolhido na parte traseira da caminhonete quando o súbito ruído da mala abrindo o assustou.

—É este o desgraçado. — ouviu Vega falar com uma voz que lhe causava terror.

—Quer que eu faça o mesmo que com os outros? — perguntou outra voz, tão fria quanto a anterior.

Ao ouvir aquilo, Alonzo entrou em pânico, movendo a cabeça freneticamente. Balbuciou palavras ininteligíveis devido à mordaça que o impedia de falar. Desesperado, tentou tirá-la, mas estava muito bem amarrada, dificultando até mesmo a respiração.

—Não. — respondeu Vega, e por um breve instante, Alonzo sentiu alívio. No entanto, as palavras seguintes o fizeram estremecer de terror. —Eu mesmo cuido dele.

—Certo.

A mala foi fechada com força, e a caminhonete foi colocada em movimento novamente. Ele não sabia quanto tempo passou naquela escuridão, poderiam ter sido horas ou apenas minutos. A noção do tempo lhe escapava, e o cansaço, junto com a fome e a sede, começavam a se tornar insuportáveis. Finalmente, o veículo parou, e ele sentiu seus pés sendo puxados bruscamente para fora.

—Vou tirar as amarras dos seus pés. Não tente correr ou meus homens vão enchê-lo de balas antes que você dê dois passos. — advertiu seu captor.

Alonzo assentiu rapidamente. Sabia que não era estúpido o suficiente para tentar escapar. Assim que as cordas foram retiradas de seus pés, ele quis se levantar, mas foi puxado imediatamente, caindo pesadamente contra o asfalto frio. Apesar da dor, não reclamou, simplesmente a suportou.

—Levantem ele. Vocês sabem para onde levá-lo.

Dois homens o arrastaram segurando-o pelos braços, e embora tropeçasse várias vezes, conseguiu acompanhá-los. Depois de caminhar vários metros, o sentaram em uma cadeira e amarraram suas mãos e pernas. Finalmente, removeram a venda de seus olhos. A luz de uma lâmpada diretamente sobre sua cabeça o cegou momentaneamente. Ele piscou várias vezes antes que sua visão se ajustasse, e então reconheceu o rosto do homem à sua frente: seu suposto cliente.

—Alonzo, é esse o seu nome? — perguntou o homem, levantando uma pistola e acariciando o metal frio com seus dedos.

Alonzo engoliu em seco ao ver a arma. Os olhos do homem cravaram-se nele, intimidantes e cheios de uma frieza mortal. Alonzo assentiu com medo.

—Você é o segundo maldito bastardo que os americanos enviam atrás de mim — disse o homem com voz ameaçadora.

Alonzo não entendia nada. Ele nem era americano, muito menos um agente especial. Era apenas um simples assistente, com problemas amorosos e de saúde.

—Vai cooperar e me dizer a verdade ou... vai morrer como o anterior? — ameaçou o homem.

Alonzo negou rapidamente com a cabeça. Quando o homem repetiu sua pergunta, Alonzo assentiu energicamente. Um gesto do captor, e um dos sequestradores removeu a mordaça com brusquidão.

O alívio momentâneo de poder mover a boca foi rapidamente substituído pelo medo. Seus lábios estavam ressecados e cada músculo do seu corpo doía.

—Vai me dizer tudo o que sabe, e vai fazer isso agora. — ordenou o homem. A pistola foi colocada sobre a mesa e arrastada para sua mão direita, o ruído do metal ecoando na sala como um aviso. Alonzo sentiu um arrepio percorrer sua espinha. —Se mentir ou tentar esconder alguma informação, cada parte do seu corpo vai provar o gosto da minha arma. Entendeu?

Alonzo, tremendo, assentiu sem hesitar. Não sabia o que ia dizer, ou se o homem acreditaria nele, mas sabia que sua única chance de sobreviver dependia do que dissesse nos próximos minutos.

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Comments

﹫.愛ѕαrαᅠѕαrαɪvα

﹫.愛ѕαrαᅠѕαrαɪvα

lendo e relendo eu n consigo entender o contexto dessa história.

2025-03-09

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