CONFLITO INTERNO

"Se algo der errado…" Victor começou, sua voz hesitante refletindo a preocupação que o consumia. Mas Clara não o deixou terminar. "Nada dará errado, se estivermos juntos." Ela se aproximou, segurando suas mãos com firmeza, determinada a transmitir sua confiança. Victor olhou nos olhos dela, buscando a coragem que queria encontrar, mas que sentia ameaçada pela dúvida.

"Isso pode ser um sacrifício, Clara", ele disse, a gravidade de suas palavras preenchendo o ar ao redor deles. O peso da conversa parecia se intensificar, como se cada palavra tivesse o poder de moldar seus destinos. Clara respirou fundo, decidida a não se deixar abalar. "Se eu tiver que sacrificar algo por você, eu farei. O amor é um sacrifício, e estou pronta para isso."

Enquanto falava, ela se lembrou das dores que sempre carregara consigo, do vazio que parecia uma sombra em sua vida. Aquela luta interna, a batalha contra a solidão, a busca por algo mais significativo, tudo isso a levou até ali. "Você me deu esperança, Victor. E isso é mais do que eu poderia pedir." Sua voz soou firme, embora a vulnerabilidade estivesse presente.

Victor a observou, tocado por suas palavras. O brilho em seus olhos era um reflexo da conexão profunda que compartilhavam, e, ao mesmo tempo, um lembrete do que estava em jogo. "Não quero que você se machuque por causa da minha maldição", ele respondeu, a preocupação misturada com a admiração.

Clara sentiu uma onda de emoção. "E eu não posso viver sabendo que você está preso aqui." As palavras saíram com um peso significativo, um compromisso que ela estava disposta a assumir. "Lutarei por nós." A determinação em sua voz fez o coração de Victor acelerar. Ele sabia que Clara era diferente; ela não apenas falava sobre amor, mas também sobre ação. A ideia de vê-la se arriscar por ele era ao mesmo tempo inspiradora e aterrorizante.

"Mas você não sabe o que isso pode significar", ele insistiu, a insegurança transparecendo. "A maldição de Isabella é mais poderosa do que parece. Pode nos consumir." Ele sentia um medo visceral, um receio de que seu amor pudesse se transformar em uma prisão para Clara, assim como se tornara para ele.

"Eu não me importo com os riscos", Clara respondeu, a paixão iluminando seu rosto. "O que importa é que temos a chance de mudar isso. Não posso ficar parada enquanto você sofre. Preciso fazer algo." A força de suas palavras calou a hesitação que ainda restava em Victor.

Ela se lembrou de cada momento de solidão, de cada lágrima derramada por amores perdidos e oportunidades desperdiçadas. "Se não lutarmos, estaremos apenas vivendo à sombra da dor. E eu não quero isso para nós." Clara se aproximou ainda mais, os olhos fixos nos de Victor, que brilhavam com um misto de desespero e esperança.

"Você é incrível, Clara", Victor disse, sua voz baixa. "Mas o que você está propondo é arriscado. O amor não deve ser uma batalha." Ele hesitou, procurando as palavras certas. "Deveria ser um abrigo, um lugar seguro."

"Eu concordo", ela respondeu, "mas às vezes, o amor exige que lutemos. Não estou dizendo que não quero a segurança que você oferece. Eu quero, mas também quero a liberdade para amar e ser amada plenamente. E isso inclui enfrentar nossos demônios." Ela soltou as mãos dele por um momento, dando um passo para trás, refletindo sobre a profundidade de suas próprias emoções.

Victor sentiu seu coração apertar. A luta interna dele se intensificou; a ideia de perder Clara para o que poderia ser um destino sombrio era insuportável. Mas ao mesmo tempo, a força dela o inspirava. "E se eu não puder garantir sua segurança?", ele perguntou, a vulnerabilidade transparecendo em seu olhar.

"Então eu estarei aqui para enfrentar isso com você", Clara respondeu, a certeza em sua voz inabalável. "A vida é cheia de incertezas, mas eu não posso permitir que o medo nos mantenha afastados. O que temos é raro e precioso, e eu não quero abrir mão disso." Ela se aproximou novamente, colocando a mão sobre o coração dele. "Juntos, podemos enfrentar qualquer coisa."

A intensidade da conversa parecia aquecer o ar entre eles, transformando o medo em determinação. Victor olhou para Clara, percebendo que sua força não vinha apenas da coragem, mas também da esperança que ela trazia consigo. Ele podia sentir a conexão entre eles se aprofundando, e, mesmo em meio à incerteza, havia algo reconfortante na maneira como Clara o desafiava a acreditar.

"Se você está disposta a isso, então eu também estou", ele finalmente concordou, uma nova determinação em sua voz. "Vamos lutar juntos, não só por nós, mas por Isabella e por todos os que vieram antes de nós." Clara sorriu, sentindo a emoção transbordar.

Assim, com o peso de suas decisões pairando sobre eles, Clara e Victor se prepararam para enfrentar o desconhecido, determinados a escrever sua própria história, repleta de amor, sacrifício e esperança.

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