"Quem é você?" Vitor perguntou, seus olhos penetrantes examinando-a com uma intensidade que fez Clara sentir o coração acelerar. "Clara", ela respondeu, tentando manter a compostura. A tensão no ar era palpável, como se o tempo tivesse parado apenas para eles. "O que você faz aqui?" A pergunta dele não era apenas curiosa; havia um tom de urgência em sua voz que a intrigava.
Clara hesitou, buscando as palavras que pudessem expressar a complexidade de suas intenções. "Eu estou procurando inspiração", murmurou, tentando parecer confiante, mesmo que suas mãos estivessem trêmulas. "Inspiração para o quê?" Victor insistiu, inclinando-se ligeiramente para frente, a curiosidade transparecendo em seu olhar intenso.
"Para minha arte", respondeu Clara, sentindo a centelha de conexão entre eles. "Para entender a dor e a beleza que habitam este lugar." A menção à arte parecia fazer os olhos de Victor brilharem com um interesse renovado, mas ele logo assumiu uma expressão mais cautelosa. "Você não deveria estar aqui", ele advertiu, sua preocupação clara. "A casa tem seus próprios segredos."
Clara não se deixou intimidar. "Talvez os segredos sejam a própria inspiração que estou buscando", disse, seu tom desafiador fazendo Victor franzir a testa. Havia algo na maneira como ele a observava que a fazia querer explicar-se ainda mais. "Acho que todos nós temos segredos", ela continuou. "Às vezes, são eles que nos definem e nos impulsionam a criar."
Victor respirou fundo, parecendo ponderar suas palavras. "Você não entende", ele disse finalmente, a seriedade de sua expressão fazendo Clara se sentir um tanto vulnerável. "Os segredos desta casa não são apenas histórias. Eles têm consequências. Muitos que vieram aqui antes de você não saíram da mesma forma que entraram."
A frase o deixou ecoando na mente de Clara, mas, em vez de recuar, ela sentiu um impulso irresistível de se aprofundar na conversa. "E você? O que faz aqui?" perguntou, mudando o foco. "Você conhece os segredos da casa?" Victor hesitou, como se a pergunta o pegasse de surpresa. Ele olhou para o chão por um momento, como se estivesse refletindo sobre algo profundo.
"Sim", ele finalmente respondeu, a voz mais baixa. "Eu sou um dos poucos que ainda se atreve a entrar. O que eu vi aqui, o que vivi... não posso simplesmente esquecer." Clara notou a vulnerabilidade em sua voz, e a curiosidade a consumiu. "Você pode me contar?" Sua insistência foi genuína, e Victor a observou, avaliando a determinação em seu olhar.
"Não sei se é uma boa ideia", ele disse, mas Clara percebeu que a barreira estava começando a se desfazer. "Esta casa tem uma maneira de revelar o que está oculto, e nem todos estão prontos para isso."
"Eu estou pronta", afirmou Clara, convencida. "A arte é sobre a verdade, não é? Eu preciso entender as verdades que existem aqui." Victor a encarou por um momento que pareceu durar uma eternidade, e ela se perguntou se ele via em seus olhos o mesmo desejo ardente que pulsava em seu coração.
Finalmente, ele assentiu lentamente, como se estivesse tomando uma decisão. "Muito bem. Mas não diga que não avisei." A tensão entre eles parecia se transformar em algo palpável, um convite para explorar não apenas a casa, mas também as camadas de suas próprias almas. "Vamos lá", ele disse, apontando para as sombras profundas que se estendiam atrás dele.
Clara deu um passo à frente, o medo misturado com a excitação, e, juntos, eles começaram a adentrar os mistérios da mansão. Enquanto caminhavam, ela sentiu que estava não apenas em busca de inspiração, mas também de uma conexão que poderia transformar sua vida. Victor, com seu ar enigmático e o peso de seus segredos, poderia ser a chave para essa transformação.
A cada passo, Clara percebeu que estava prestes a descobrir não apenas os segredos da casa, mas também algo muito mais profundo dentro de si mesma. O primeiro encontro tinha se tornado um ponto de partida para uma jornada que desafiaria suas percepções sobre amor, dor e a busca incessante pela verdade. E, talvez, ao lado de Victor, ela pudesse finalmente encontrar as respostas que tanto procurava.
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Atualizado até capítulo 22
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