O dia passou com a leveza de uma brisa de verão, e a cidade de Paraty, com suas ruas de pedra e casas coloridas, parecia ser o cenário perfeito para a nova história que Marina e Alice estavam escrevendo juntas. No final da tarde, enquanto o sol se punha no horizonte, tingindo o céu de laranja e rosa, as duas decidiram parar em uma pequena praia para relaxar e desfrutar da beleza ao redor.
Sentadas na areia, lado a lado, elas observavam as ondas suaves quebrando na costa. Marina se virou para Alice, sentindo um impulso de compartilhar algo mais profundo.
— Alice, eu tenho pensado muito sobre nós… sobre como tudo começou e o que isso significa para mim. — disse Marina, nervosa, mas determinada.
Alice olhou para ela com atenção, seus olhos brilhando com curiosidade e carinho.
— O que você está pensando? — perguntou, encorajando Marina a continuar.
Marina respirou fundo, recolhendo suas ideias.
— Eu realmente sinto que o que temos é especial, e não quero que seja apenas uma fase ou algo temporário. Mas… — Ela hesitou, escolhendo as palavras com cuidado. — Estou preocupada com como meus amigos e minha família vão reagir quando souberem sobre nós.
Alice a olhou com compreensão, sabendo que essa era uma preocupação válida. Ela se lembrou de como sua própria trajetória de aceitação foi cheia de altos e baixos.
— Eu entendo. — Alice disse suavemente. — Mas pense assim: se eles realmente se importam com você, vão querer sua felicidade, não importa com quem você esteja.
Marina assentiu, mas a insegurança ainda pairava no ar.
— Eu sei, mas e se não aceitarem? E se isso criar distância entre nós? — questionou, sua voz tremendo levemente.
Alice pegou a mão de Marina e entrelaçou seus dedos, criando uma conexão que parecia dissipar a ansiedade.
— Nós podemos enfrentar isso juntas, não importa o que acontecer. E quanto mais cedo você falar com eles, mais fácil será para você. — Alice sugeriu, olhando diretamente nos olhos de Marina, como se quisesse transmitir toda a sua força e apoio.
Marina sentiu um calor se espalhar em seu peito. Alice sempre teve esse jeito de fazê-la se sentir mais segura, mais confiante.
— Você tem razão. Eu só… só preciso encontrar o momento certo. — Marina respondeu, um leve sorriso se formando em seu rosto.
As duas continuaram a observar o pôr do sol, e o silêncio entre elas era confortável, cheio de promessas e esperanças. Aquele momento parecia a culminação de algo que havia começado a florescer entre elas, e Marina se sentiu grata por ter Alice ao seu lado.
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Naquela noite, após retornarem para a pousada, Marina decidiu que precisava se preparar para a conversa que se aproximava. Ela pegou seu celular e enviou uma mensagem para sua melhor amiga, Luísa.
“Oi, Lu! Podemos nos encontrar amanhã? Preciso conversar sobre algo importante.”
A resposta de Luísa veio quase que instantaneamente: “Claro! Estou livre pela manhã. O que está acontecendo?”
Marina hesitou um pouco, mas sentiu que deveria ser honesta.
“Vou te contar amanhã. Espero que não fique brava.”
Luísa respondeu rapidamente, “Nunca ficaria brava com você! Te vejo amanhã!”
Marina desligou o celular e sentiu uma mistura de nervosismo e alívio. Agora que tinha se decidido, o passo seguinte seria mais fácil. Ela se virou para Alice, que estava sentada em sua cama, olhando um livro de fotografias de Paraty.
— Eu conversei com Luísa e marquei para nos encontrarmos amanhã. — disse Marina, tentando esconder a ansiedade em sua voz.
— Ótimo! Como você se sente sobre isso? — perguntou Alice, olhando-a com preocupação.
— Nervosa, mas também aliviada por finalmente ter tomado essa decisão. — Marina respondeu, mordendo o lábio inferior, um gesto que Alice conhecia bem.
— É completamente normal sentir isso. Lembre-se, independentemente de como ela reagir, você é quem importa. E eu estarei aqui, não importa o que aconteça. — Alice disse com uma firmeza reconfortante.
Marina sorriu, sentindo-se um pouco mais forte. Ela se aproximou de Alice e as duas se abraçaram, aquele contato sendo um lembrete constante de que não estavam sozinhas nessa jornada.
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Na manhã seguinte, Marina acordou cedo, o estômago repleto de borboletas. Ela se arrumou cuidadosamente, vestindo uma blusa que lhe deixava confortável e jeans que a faziam sentir-se confiante. Ao olhar-se no espelho, ela respirou fundo, tentando se encorajar.
— Eu consigo. — disse para si mesma, determinada.
Quando chegou ao café da manhã, encontrou Alice já acordada, tomando um café enquanto folheava uma revista. Ao vê-la, o coração de Marina se aqueceu, e por um momento, todas as suas preocupações pareceram dissipar.
— Você está linda. — Alice comentou, levantando o olhar da revista e sorrindo.
— Obrigada. — Marina respondeu, sentindo as bochechas corarem. — Estou prestes a me encontrar com Luísa.
— Está pronta? — perguntou Alice, a expressão de preocupação se misturando à confiança.
Marina respirou fundo e sorriu.
— Sim, eu acho que estou.
Alice se levantou e a puxou para um abraço apertado.
— Lembre-se, você é incrível e merece ser feliz. Vou estar aqui esperando por você, independentemente do que acontecer. — disse Alice, com uma sinceridade que fez o coração de Marina se aquecer.
Após o abraço, Marina saiu de casa e foi até o café onde havia combinado de se encontrar com Luísa. Ao entrar, ela viu a amiga já sentada em uma mesa, olhando para o celular. Quando Luísa a avistou, levantou-se e acenou.
— Oi! — disse Luísa, com um sorriso animado. — O que está pegando?
Marina se sentou e olhou para Luísa, tentando reunir suas palavras.
— Eu… eu conheci alguém. — começou, hesitante, e viu a expressão de Luísa mudar para interesse.
— Sério? Quem é? — Luísa perguntou, a curiosidade evidente em seu olhar.
Marina respirou fundo novamente, sentindo que este era o momento de ser honesta.
— O nome dela é Alice. — disse Marina, e ao pronunciar o nome, sentiu um frio na barriga.
Luísa a encarou por um momento, processando a informação.
— Alice… você está falando da Alice que conhecemos na festa da praia? — perguntou Luísa, a expressão de surpresa e curiosidade tomando conta de seu rosto.
Marina assentiu, um sorriso involuntário brotando.
— Sim! Nós começamos a nos aproximar e… aconteceu algo entre nós. E eu realmente gosto dela.
O silêncio se instalou por um momento, e Marina prendeu a respiração, insegura sobre como Luísa reagiria.
— Uau! Isso é incrível! — Luísa finalmente exclamou, um sorriso radiante se formando em seu rosto. — Estou tão feliz por você!
O alívio tomou conta de Marina, e ela sentiu um peso enorme sair de seus ombros.
— Sério? Você não está brava? — perguntou, ainda um pouco atordoada.
— Não, de jeito nenhum! — Luísa respondeu, pegando a mão de Marina. — Se você está feliz, isso é tudo o que importa.
As palavras de Luísa foram como um bálsamo para a alma de Marina, e ela percebeu que sua amiga a apoiaria, independentemente de tudo.
— Obrigada, Lu! Você não sabe como isso significa para mim. — Marina disse, com lágrimas de gratidão nos olhos.
— É claro! Agora me conte tudo sobre a Alice. Como foi o primeiro beijo? O que você gosta nela? — Luísa começou a bombardear Marina com perguntas, e a conversa fluiu naturalmente.
Enquanto Marina compartilhava suas experiências e sentimentos, percebeu que, apesar das incertezas que ainda enfrentava, o apoio de Luísa a tornava mais forte. E, acima de tudo, sabia que tinha alguém ao seu lado para enfrentar qualquer desafio que surgisse em seu caminho.
E assim, a conversa continuou, e com cada palavra trocada, Marina se sentia mais confiante e animada para viver esse novo amor que florescia, sabendo que, independentemente das dificuldades, ela não estava sozinha nessa jornada.
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Atualizado até capítulo 44
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