Na manhã seguinte ao beijo que parecia ter mudado tudo, Marina acordou com o coração leve, um sorriso discreto no rosto. A lembrança do momento que compartilhou com Alice ainda pulsava em sua mente, como uma promessa de que algo novo e belo estava começando a se construir entre elas.
Ela encontrou Alice na pequena varanda da pousada, aproveitando o sol matinal enquanto tomava seu café. Marina aproximou-se com o coração acelerado e, após um breve "bom dia" que parecia carregar mais significado do que de costume, sentou-se ao lado dela.
Depois de alguns minutos em silêncio confortável, Marina finalmente tomou coragem e perguntou, de um jeito meio hesitante:
— Alice… o que acha de jantarmos juntas hoje? — Ela fez uma pausa, tentando encontrar as palavras certas. — Digo… um jantar especial, sabe? Algo romântico, à luz de velas.
Alice parou por um segundo, a xícara de café parada a caminho da boca, e então sorriu, um sorriso doce que fez o coração de Marina disparar ainda mais.
— Um jantar romântico? — Alice repetiu, com um brilho travesso nos olhos. — Eu adoraria.
Marina suspirou aliviada, um sorriso iluminando seu rosto. Elas passaram o dia com a leveza de quem aguardava ansiosamente por algo especial, e a expectativa trouxe uma alegria discreta e intensa a cada troca de olhares.
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Quando a noite finalmente chegou, Marina escolheu um restaurante aconchegante à beira-mar, conhecido pelas luzes baixas e pelo ambiente íntimo e acolhedor. Ela chegou antes de Alice, nervosa, organizando tudo para que o ambiente estivesse perfeito. As velas acesas sobre a mesa pequena iluminavam suavemente o lugar, criando uma atmosfera mágica. Tudo parecia estar em harmonia com o momento que ela tanto ansiava.
Alice chegou alguns minutos depois, e ao vê-la entrando, Marina sentiu o coração pular. Alice estava linda, com um vestido simples, mas que parecia feito para ela, e seus olhos brilhavam ao ver a preparação que Marina tinha feito.
— Isso está... maravilhoso, Marina. — Alice disse, com um sorriso encantado ao olhar para a mesa decorada com as velas e algumas pétalas de rosa espalhadas delicadamente.
Marina sorriu, sentindo as bochechas esquentarem, feliz por ter conseguido criar o momento que imaginou para elas.
— Queria que essa noite fosse especial. — respondeu, ainda com um pouco de timidez.
Alice pegou a mão de Marina por sobre a mesa, entrelaçando seus dedos com delicadeza, e olhou-a com um carinho tão profundo que parecia capaz de derreter todas as inseguranças que restavam.
— E já é especial, só por estar aqui com você — Alice respondeu, sua voz baixa e serena.
Elas passaram os próximos minutos conversando, o clima entre elas oscilando entre risadas e momentos de silêncio confortável. Marina sentiu-se livre para contar sobre seus medos, suas dúvidas, e até mesmo sobre como, até conhecer Alice, ela nunca imaginou que um romance assim poderia acontecer em sua vida.
Alice, por sua vez, compartilhava histórias sobre suas aventuras pelo mundo, sobre como sempre acreditou em se deixar levar pela vida e como acreditava que as melhores coisas acontecem quando menos planejamos.
— Sabe, eu sempre senti que meu trabalho era minha verdadeira paixão — confessou Marina, olhando para a vela que tremeluzia suavemente. — Mas desde que te conheci, comecei a questionar se talvez eu esteja deixando muita coisa importante passar despercebida.
Alice apertou sua mão com carinho, olhando-a com seriedade e compreensão.
— Acho que o trabalho pode nos preencher, mas o amor… o amor nos transforma. Nos ensina sobre nós mesmos de formas que nem sempre conseguimos entender. E o mais bonito é que você não precisa escolher. Você pode ter ambos, Marina. E eu quero ser parte disso, se você me permitir.
As palavras de Alice tocaram fundo em Marina, que sentiu uma mistura de felicidade e coragem crescendo dentro de si. A incerteza ainda existia, mas, ao mesmo tempo, havia uma certeza: ela queria viver aquilo, queria estar ao lado de Alice, construir algo real.
O jantar continuou leve e alegre, e quando o restaurante já estava quase vazio, Alice olhou para Marina com um sorriso travesso.
— Está preparada para viver tudo isso? — Alice perguntou suavemente, uma provocação suave em seu tom.
Marina, com o coração cheio de coragem e certa de seus sentimentos, se inclinou e beijou Alice. Ali, na intimidade daquele restaurante à luz de velas, elas se permitiram viver plenamente o que estavam sentindo, sem medo ou hesitação.
E naquele beijo, a promessa silenciosa de uma história verdadeira — uma história que, naquela noite, começou a ser escrita com a luz das velas e a força do sentimento que unia suas almas.
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Atualizado até capítulo 44
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