Dor

A van balançava violentamente a cada curva que fazia, sacudindo nossos corpos contra as laterais. Eu podia ouvir a respiração ofegante de Anna ao meu lado, nossas mãos amarradas, e o medo estampado em cada movimento que fazíamos. Não conseguíamos enxergar nada; nossos olhos estavam vendados, e nossas bocas, amordaçadas. O pavor apertava meu peito, e eu tentava, em vão, controlar o desespero que subia como uma onda dentro de mim.

Senti algo úmido escorrer pelo meu rosto, talvez fosse suor, ou talvez lágrimas que eu nem percebi que estavam ali. Mas o que mais me apavorava era o cheiro. Um cheiro acre, de álcool, misturado com um hálito podre que se aproximava de mim a cada vez que um dos homens chegava perto. Era como se o horror se materializasse em torno de nós.

A van parou abruptamente, e de repente, mãos ásperas me agarraram. Fui erguida com força, como se eu fosse um saco de lixo, sem nenhum cuidado ou consideração. Meu corpo balançava no ar, sem rumo, até que senti a superfície fria e dura de um ombro, o de um dos homens, provavelmente. Cada movimento dele era brusco e cruel, e eu sentia meu estômago revirar com o balanço.

Em questão de segundos, fui arremessada para frente. Meu corpo atingiu algo macio, afundando de repente, como se tivesse caído em um colchão. Por um momento, houve silêncio, exceto pelo som da minha respiração rápida e descompassada, e o eco abafado dos passos dos homens ao redor. Anna estava em algum lugar próximo, mas eu não conseguia vê-la nem ouvir sua voz.

Não demorou muito para que os homens começassem a se comunicar entre si, suas vozes ásperas quebrando o silêncio sufocante.

—Pode ligar a câmera. — A voz veio de um deles, fria e meticulosa.

—Câmera ligada — respondeu o outro, com uma calma assustadora, como se aquilo fosse parte de uma rotina.

—Ok, vamos começar, eu estou louco para foder esse rabo...— disse o primeiro homem, sua voz carregada de algo que me fez estremecer. Senti uma ardência em minha nádega direita, o que me fez pular em susto.

Senti suas mãos ásperas se aproximarem, e então, em um movimento brusco e cruel, ele rasgou minhas roupas. O som do tecido se partindo encheu o ar, e o pavor tomou conta de mim de uma forma que nunca havia experimentado. Meu corpo inteiro tremia, mas eu estava impotente, amordaçada e vendada, incapaz de gritar ou resistir, apenas murmurava gritando com a minha traquéia, o som era abafado pela mordaça.

A escuridão ao redor de meus olhos parecia me engolir, mas o que mais me assustava era o silêncio ameaçador que se seguiu, enquanto os homens se preparavam para algo que eu não conseguia prever. O peso da câmera ligada tornava tudo ainda mais aterrorizante, como se cada segundo fosse eternizado em uma gravação macabra.

Ele cuspiu em minha bunda, e em seguida senti algo duro sendo precionado contra o meu traseiro, me fazendo ter uma dor absurda, me remexi ao começar a sentir mais dor, me debati, ouvia Anna gritar, um grito doloroso escapou de minha garganta a fazendo doer.

Eu mastigava a mordaça com força tando me distrair com alguma coisa. Os soluços de Anna eram altos, ele estava a machucando, mas eu não sabia qual deles.

A amarra de minha boca se compeu, e eu gritei, mas uma dor escruciante assolou a minha coxa, ele havia cravado algo em mim. Sinto a pele de minha perna se abrir.

—AAAH !

—M-Ma.. —Ouvi Anna tentar falar.

Dói tanto...

Sentia minha vagina ser dilacerada, eu só conseguia gritar e implorar por misericórdia.

—Porfavor... Porfavor... —Digo em suspiros, sentindo minhas forças se esvairem. Acabei desmaiando, mas logo acordei sentindo dor em meu rosto, havíamos sido desamarradas, porém fracas para lutar.

Rolei meu olhos para Anna e logo os fechei, Anna estava machucada, ela se recusava a olhar para mim também, Anna tinha seus peitos cortados, além de marcas de mordidas por toda sua pele.

Ela estava quieta, tremia.

Rolei meus olhos para a minha vagina, eu não entendia o que estava acontecendo, era normal essa bolsa de carne para fora ?

A dor era insuportável, eu mal conseguia me manter de pé.

Eu estava fedendo, ao nosso redor havia fezes e sangue, muito sangue.

Anna recebeu um soco sem aviso, em seguida perdeu a consciência.

Não demorou muito para que eu desmaisse.

Porque? Por que nós?

[...]

Acordei com o solavanco da van, as portas se abriram e fomos jogadas para fora, exatamente onde fomos capturadas.

Nuas e machucadas, apoiamos uma na outra e caminhamos com dificuldades, eu mancava de pernas abertas, pois havia uma bolsa de carne pendurada para fora de minha vagina, e doía muito.

Aguente firme, só mais um pouco, só mais um pouco... Mais um passo, só mais um...

Repeti em minha cabeça tás palavras como um mantra.

—Eu não consigo... —Sussurrou Anna enquanto segurava seus seios abertos ao meio, sua carne estava exposta.

—Já estamos chegando... —Estava dolorida, machucada, destruída e mesmo assim precisava dar força a Anna.

Já em frente a nossas casas, dei uma última olhada em Anna, que direcionou a mãos na maçaneta da porta e abriu, ouvi um grito e logo sua mãe correu até ela, antes que ela pudesse me ver, entrei em minha casa.

Estava tudo escuro.

—Boa noite Maya. —A voz grossa de meu irmão me assusta.— Eu vou moer os seus ossos, onde você estava essa noite?

Disse Shuji levantando da poltrona caminhando para o interruptor de luz.

—Não acenda as luzes por favor... —Murmurei.

—Que cheiro horrível é esse ? —Disse acendendo as luzes. Seu olhar ficou em mim, e ele se calou. Seu olhar de espanto logo se transformou em um olhar frio, Shuji tencionou o maxilar, me olhando em silêncio.

—Shuji... —Minha voz saiu enbarganhada, a dor que eu sentia era além da dor física.—  d-dói tanto...

Shuji caminhou em passo firmes até mim, me carregando no colo até o banheiro, me colocando na banheira cheia.

Em silêncio ele me lavou, a água da banheira estava escura em tons avermelhados, o cheiro das fezes ainda se mostrava presente, mas Shuji não parecia se importar.

Cada toque com a esponja doía, então, eu gemia.

—Grrn...

—Eu sei... Eu sei... —Sussurrou ele encostando a testa no topo da minha cabeça.

Eu precisava de um médico, e Shuji sabia disso, mas primeiro queria me deixar pelo menos limpa, para evitar qualquer tipo de infecção, Shuji parecia entender o que estava acontecendo, mas por outro lado, eu não entendia nem um terço do que aconteceu, eu não entendo porque dói, eu não entendo porque fizeram.

Shuji ainda não havia visto aquela bolsa abaixo da minha perna, não até levar a mão, no local para me lavar, e viu e se afastou abruptamente.

-PORRA ! —Shuji socou o espelho, vi lágrimas correr por seu rosto. Vê-lo chorar me destruía, mais do que eu estava agora. Doía mais do que a dor intensa que estou sentindo agora.

Sinto a adrenalina de meu corpo se esvair, e a dor começar a ficar cada vez mais insuportável.

-Shuji... —Acabei desmaiando.

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