P.o.v -Maria
Horas mais tarde, já era noite quando parei na frente da casa de Bruno. A porta, para minha surpresa, estava destrancada, e entrei sem dificuldade. Caminhei diretamente até o quarto dele, pensando comigo mesma: "Nunca foi tão fácil entrar em uma casa."
Antes que eu pudesse sequer apreciar a minha vitória momentânea, senti um puxão forte nos cabelos, me fazendo girar bruscamente. Uma mulher estava atrás de mim, era Júlia, me encarando com fúria.
-O que faz aqui?!!! - gritou ela, claramente desesperada.
Senti o sangue fervendo nas minhas veias. Segurei a mão dela, torcendo-a com destreza até fazê-la me soltar. Num movimento rápido, empurrei-a para a cama, subindo em cima dela. Minha mão estalou contra seu peito com força.
-Nunca mais encosta em mim! - rosnei, olhando-a nos olhos com todo o desprezo que eu sentia.
Ela gritou, tentando me afastar, enquanto se debatia como uma louca.
-Sai, sua vadia louca! - retrucou ela, a voz esganiçada.
Segurei seu pescoço com força, apertando com cada vez mais intensidade. Sentia o poder que eu tinha sobre ela naquele momento e como seus olhos se arregalavam conforme o ar ia lhe faltando. Ela tentou desesperadamente segurar meu pulso, mas era inútil.
Foi então que ouvi um barulho. A porta se abriu bruscamente, e Bruno apareceu. Ele me puxou de cima dela, o que me fez me debater ainda mais.
-Parou com isso!!! - ordenou ele, firme.
Me debati contra ele, odiando ser interrompida.
-Me solta!!! - gritei, furiosa.
Quando finalmente me soltei, meu corpo perdeu o equilíbrio, e bati a testa na porta, sentindo uma dor aguda. Levei a mão ao local e senti o sangue escorrer.
-Merda!!! Olha o que você fez!!! - cuspi as palavras para Bruno, que olhou para mim com uma expressão confusa.
Júlia, ofegante, tentava recobrar o fôlego, agarrada ao pescoço. Bruno, por sua vez, parecia preocupado, talvez mais com as consequências do que comigo.
-Eu não fiz nada! Você está criando uma fantasia na sua cabeça! - disse ele, defensivo.
O toque do sangue na minha mão me fez sentir um misto de raiva e excitação. O olhar dele, assustado, só aumentava isso. Comecei a rir. Um riso que ecoava entre nós, frio e incontrolável.
Bruno olhou para mim com um olhar que misturava curiosidade e horror.
-Está rindo de quê? - perguntou, cauteloso.
Parei de rir tão rápido quanto comecei e me aproximei dele, minha voz se tornando um sussurro venenoso.
-Manda ela sair do quarto.
Bruno hesitou por um momento.
-Por que eu faria isso? Seu pai me ligou avisando que está vindo te buscar - mentiu ele, achando que poderia me manipular com isso.
-Não vai mandar? - o encarei, desafiadora.
Ele olhou para Júlia, desconfortável.
-Júlia, poderia sair, por favor? - pediu ele, claramente tenso.
Ela parecia incrédula.
-Mas Bruno... - tentou argumentar.
Enquanto ela hesitava, observei a troca entre eles, e algo dentro de mim se contorceu. "Por que ele é gentil com ela e comigo não?", pensei, amargamente.
Bruno, sem perder tempo, insistiu.
-Só faz o que eu estou te pedindo.
Júlia suspirou, derrotada.
-Ok - disse, saindo a contragosto.
Assim que a porta se fechou, Bruno se virou para mim, seus olhos fixos nos meus.
-O que você quer, Maria? - perguntou, impaciente.
Eu me aproximei mais ainda, um sorriso malicioso nos lábios.
-Você não comeu seu brigadeiro? - sussurrei.
Ele franziu a testa, confuso.
-Não sou muito de comer doce - respondeu.
Num movimento rápido, empurrei-o na cama. Ele sentou, surpreso, e eu montei em seu colo, mordendo meus lábios enquanto o encarava. Ele sorriu, meio sem jeito, então o beijei, sentindo sua hesitação derreter aos poucos.
Seus lábios encontraram os meus, e eu o segurei com força pelo rosto. O beijo se intensificou, e logo ele explorava meu corpo com as mãos, ofegante. Suas mãos subiam por debaixo da minha blusa, e o calor entre nós aumentava. Eu mordi seu pescoço, marcando-o, enquanto ele tirava minha blusa.
Quando ele me deitou na cama, tirando sua própria camisa, fiquei apenas com meu sutiã preto de renda. Estávamos totalmente imersos no momento, até que um som irritante ecoou pela sala: batidas na porta.
Bruno ignorou, mas logo a porta se abriu com tudo. Júlia estava lá, e, logo atrás dela, meu pai. Gustavo.
-Bruno!!! - gritou ela, sem acreditar.
Bruno se afastou de mim de imediato, em pânico, ao ver meu pai ali. Ele parecia suar frio, incapaz de agir.
Eu, sentada na cama, só conseguia rir, debochada, encarando Júlia. Mas Gustavo não estava para brincadeiras. Ele se aproximou de mim rapidamente, segurando meu braço com força e me arrastando para fora da cama.
-Vamos!!! - rugiu ele. -Vem aqui!!!
-Pai!!! Espera! Minha blusa! - protestei, mas ele não quis saber.
-Você vai assim, porra!!! - gritou ele, puxando-me para fora da casa.
No caminho, tentei me soltar.
-Me solta! Para de ser chato!!! - reclamei.
Do lado de dentro, ouvi Bruno dizendo algo para Júlia, tentando se explicar, mas já não me importava. Meu pai me enfiou no carro, e, minutos depois, chegamos em casa. Ele me arrastou para dentro, jogando-me no sofá com brutalidade.
-Já chega, Maria! - berrou ele.
Malu desceu as escadas, olhando a cena confusa.
-O que está acontecendo aqui? - perguntou, preocupada.
-Olha o que ela está fazendo! Tentando ficar com um cara que tem mulher! - Gustavo gritou, sem esconder a raiva. -Ele só vai te usar, Maria! Só vai te usar!!!
-Você não tem nenhum direito de falar nada pra mim! Você trai sua mulher também, então vai a merda! - respondi com raiva.
Antes que eu pudesse retrucar, ele levantou a mão e me acertou com um tapa que me fez cair no sofá. Senti o gosto de sangue na boca. Ana, que até então estava calada, gritou em protesto.
-Não, Gustavo! Para!!!
-Não precisa partir para a violência também! - Malu interveio, tentando manter a calma.
Levei a mão ao rosto, sentindo o sangue quente escorrer pelo canto da minha boca. O gosto metálico preencheu minha língua, mas eu não me importei. Na verdade, aquilo só me fez sentir mais viva. O tapa de meu pai ecoava em meus ouvidos, mas a dor já se dissipava, dando lugar a algo mais forte. Orgulho. Desafio. Então sorri.
Gustavo me olhou, com aquele olhar furioso que eu já conhecia tão bem. Ele se inclinou sobre mim, como se estivesse impondo sua autoridade mais uma vez.
-Dói, né? - disse ele, a voz cheia de raiva. -Isso é para aprender a não falar merda! E não quero que arranje mais problemas para o policial! Eu te proíbo de vê-lo novamente!
Eu segurei o olhar dele, sem desviar, sem piscar. Ele não me intimidava. Não mais. Gustavo saiu da sala com passos pesados, cada batida do seu sapato parecia marcar o chão. Minha mãe, como sempre, foi atrás dele, murmurando algo em voz baixa, tentando acalmá-lo.
Ana, no entanto, correu até mim. Puxou meu rosto com cuidado, o toque suave dela contrastando com a brutalidade de Gustavo.
-Ele te machucou, está doendo? - perguntou, a voz carregada de preocupação materna.
Eu olhei para ela, sentindo o carinho dela de um jeito distante, quase como se fosse outra pessoa vivendo aquilo. Mas não era. Eu estava ali, no meio daquele caos, e tudo parecia tão familiar, tão normal. Sorri para ela, sem me importar com o sangue nos meus dentes.
-Não mãe... - respondi.
Sorri de novo, mais largo dessa vez, sentindo o sangue secar no canto da minha boca.
-Eu tô bem... - completei, e dessa vez era verdade.
A dor física nunca me incomodou de verdade. O que realmente me incomodava era como ninguém aqui parecia entender o que eu queria. Eu não precisava de cuidado. Eu precisava de poder. E isso, nem Gustavo, nem Malu, nem ninguém conseguia me dar, talvez, somente Bruno.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Miguel Santos
nada a ver o cara trair a Júlia 🙄
2024-12-09
1
Emmy Yibo
Por que você é uma maluca minha filha.
2024-11-03
1