Capítulo 11 - Vamos ficar bem?

As horas foram passando, e do nada começou a cair uma chuva imensa, apanhando todos na pousada de surpresa.

Já era final de tarde e nenhum sinal de Win e Sun.

James estava no bar da pousada, sentado numa das mesas, com Dean, Bob e Pete, já mostrando sinais de preocupação:

"- Eles já deveriam ter voltado, daqui a pouco é de noite..." - Começa James a dizer, e, antes de sequer continuar a frase, ou de Dean conseguir responder, Jake entra pelo bar a dentro, em fúria, acusando James:

"- Eu não te disse que não achava boa ideia eles terem ido sózinhos? Nada de aparecerem, e com esta chuva lá fora!!O que pretendes fazer agora??"- Quase lhe grita.

James levanta-se, preparando-se para retaliar, quando Dean fáz o mesmo e os interrompe:

" - Meninos, párem por favor!! Ouçam... O Win conheçe esta ilha e cada canto dela até de olhos fechados. E com esta chuva ele não vai arriscar-se com a canôa, portanto, provavelmente já encontrou um sitio para se abrigarem até terem condições para voltar. Win deu-me todas as indicações de onde estaria, antes de ir, e sei que eles vão ficar bem. Podem confiar, prometo que ambos vão chegar assim que a chuva deixar e, mesmo que não deixe, Win vai arranjar um lugar seguro para passarem a noite, caso seja necessário. Nada de alarmismo, confiem em mim, por favor. Confiem no Win."

" - Tens a certeza disso Dean?"- Pergunta ainda James.

" - Tenho tanta certeza como estar aqui vivo agora, diante de ti. Confio no Win, com a minha vida."

" - Certo. Não nos resta nada a fazer a não ser esperar." - Conclui James.

"- Espero que saibas o que estás a fazer James. Ou terás muito que explicar à Dª Alda, caso o pior aconteça." - Atira Jake saindo de novo dali, em fúria.

Na gruta, Win e Sun acabaram por adormecer, nos braços um do outro sem perceberem as horas passar e a noite fazer-se dia...

Win acorda com o sol a entrar na gruta e percebe que Sun dorme ainda, no seu peito.

Aquilo aconteceu mesmo? Não foi um sonho, ou tampouco imaginação dele? O que se iria passar agora? Qual seria a reação de Sun quando acordasse? Estas perguntas pairavam na mente de Win, quando sentiu que Sun se começava a mexer...

Sun abriu os olhos, tentando acostumar-se com a luz, antes de perceber onde estava, e com quem. Quando despertou, sentou-se de um salto, tapando o peito com a camisa, sobressaltando Win, que se sentou também, virando-se para ele e tocando-lhe suavemente no braço:

"- Calma... Estás bem?"

Sun estava de olhar fixo nas paredes à sua frente, sem coragem de encarar Win.

" - O que é que aconteceu? O que é que nós fizemos?" - perguntou, tapando a cara.

"- Bem... Acho que não preciso relembrar-te o que fizemos..." - respondeu Win sorrindo, tentando alijeirar o momento.

" - Não aconteceu nada! Vamos esquecer a noite passada... Simplesmente não aconteceu!!!" - Afirma de imediato Sun.

"- O quê? O que é que estás a dizer?" - Pergunta Win, incrédulo.

" - Foi o que ouviste. A noite passada choveu, tivemos que passar aqui a noite... e dormimos... Foi isso!! Apenas isso!!"

" - Sun.... A  sério que vais fazer isto? Vais negar o que se passou entre nós ontem? Vais negar que sentiste tanto como eu?"

" - Quê? Senti o quê? Não... Não aconteceu nada, nada!! Não me faças querer desaparecer ainda hoje da tua pousada. Vamos apagar da memória a noite passada, por favor!!"

"- Podes eplicar-me que raio se passa? Sabes, eu estive lá... Eu sei o que sentiste... Sei que foi tão intenso para ti como foi para mim, aquilo não foi mentira e aconteceu sim!! Não vou simplesmente virar as costas a isso."

Pela primeira vez desde que despertou... Sun olhou para Win, pegou nas mão dele e implorou:

" - Por favor Win... Peço-te de verdade. Vamos apenas fingir que não aconteceu... E, por favor, não penses sequer em contar a alguém... Apaga esta noite da tua mente, por favor... Eu vou fazer o mesmo!!"

" AH... Certo... Já percebi... Tens vergonha  que as pessoas saibam que dormiste com o dono de uma pousada insignificante... " - Atira-lhe Win, com cara de indiferença, mas com mágoa no olhar. Aquelas palavras pareceram agulhas no peito de Sun, mas ele tinha que se manter firme e disse, baixinho, fechando os olhos, para não ver no rosto de Win a dor que as suas palavras lhe causariam:

" - Sim... É extamente isso! Agora, leva-me de volta para a pousada... Por favor".

Win estava em choque. Como é que ele poderia dizer aquilo, depois do que tinham vivido ali? Ele não podia estar enganado. Ele sabia que Sun tinha sentido tudo tão intensamente como ele... Porque é que ele de repente estava a agir assim? Win estava tão confuso, como magoado.

Sem saber como agir, levantou-se, arrumou as coisas e disse apenas:

" Certo. Como queiras!"

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