O Alerta

Eles correram em direção à casa, a adrenalina correndo em suas veias. Ao chegarem, Miguel trancou a porta e eles tentaram recuperar o fôlego.

— O que foi aquilo? — Isabela ofegava, sentindo o coração ainda acelerado.

— Não sei, mas precisamos descobrir mais sobre essa lenda. Isso não é apenas uma história — Miguel respondeu, a preocupação evidente em seu tom.

Naquela noite, decidiram investigar mais sobre o passado da árvore e as pessoas que desapareceram. Passaram horas na biblioteca, lendo registros antigos, notícias e relatos de moradores.

Conforme as histórias se desenrolavam, Isabela começou a ver um padrão. Cada desaparecimento coincidia com uma noite de lua cheia, e todos os envolvidos tinham um vínculo com o cedro.

— Isso não pode ser uma coincidência — disse Miguel, olhando fixamente para a página que detalhava os desaparecimentos. — Precisamos ser cautelosos.

Isabela sentiu um frio na barriga. E se ela estivesse próxima de um destino semelhante? O pensamento a atormentava.

Despertar de Temores

À medida que a lua cheia se aproximava, Isabela sentia sua ansiedade crescer. Ela e Miguel tentaram manter a normalidade, mas a pressão era inegável. As noites eram longas e repletas de sussurros, e os pesadelos continuavam a assombrá-la.

Uma tarde, enquanto caminhavam pelo campo, Isabela começou a se sentir estranha. A pressão no peito voltou, e ela teve a sensação de que algo estava prestes a acontecer. Miguel percebeu e a puxou para mais perto.

— Está tudo bem? — ele perguntou, a preocupação evidente em seu olhar.

— Não sei. Tenho a sensação de que estamos sendo observados — respondeu Isabela, sentindo a pele arrepiar.

Naquela noite, a tensão aumentou. Ao se preparar para dormir, Isabela ouviu um barulho vindo do jardim. Ela se levantou, mas Miguel a puxou de volta.

— Não, fique aqui. Deixe-me verificar.

Isabela hesitou, mas confiou nele. Enquanto esperava, a ansiedade crescia. Então, Miguel entrou novamente, pálido.

— O que aconteceu? — ela perguntou, alarmada.

— Havia algo lá fora... uma sombra. Eu não consegui ver direito, mas tinha certeza de que não era um animal. Precisamos ficar atentos.

A Noite do Eclipse

A noite do eclipse lunar chegou, e com ela, a sensação de que algo sombrio estava prestes a acontecer. Isabela não conseguia dormir, então decidiu ficar acordada. Miguel, cansado, adormeceu, mas ela não conseguia relaxar.

À medida que a lua começava a cobrir-se, a atmosfera se tornava cada vez mais pesada. Os sussurros começaram a se intensificar, e a sensação de que alguém estava observando a consumiu. Finalmente, ela decidiu que não podia mais ficar ali.

Ao sair, a escuridão parecia viva, e a luz da lua criava sombras dançantes. Isabela caminhou em direção ao cedro, atraída como um ímã. Quando chegou, a árvore parecia pulsar, e os sussurros eram ensurdecedores.

— Isabela... venha...

Ela estava paralisada, incapaz de se mover. O medo se transformou em curiosidade, e um impulso incontrolável a forçou a se aproximar da árvore.

O Encontro

Assim que Isabela tocou a árvore, uma onda de energia percorreu seu corpo. A sombra que ela havia visto antes materializou-se diante dela. Uma figura envolta em trevas, mas com traços reconhecíveis.

— Você finalmente veio — disse a sombra, a voz ressoando na escuridão.

— Quem é você? — Isabela gritou, tentando se manter firme.

— Sou o eco das almas que partiram. A árvore guarda seus segredos, e agora, você é parte deles.

Ela sentiu um frio intenso, como se a vida estivesse sendo drenada dela. Miguel apareceu, correndo, e ao ver Isabela, gritou.

— Isabela! Não!

Mas era tarde demais. A sombra envolveu Isabela, e a visão dela começou a escurecer.

O Sacrifício

Enquanto a escuridão a envolvia, Isabela lutava contra a sensação de perda. Miguel avançou, tentando puxá-la de volta.

— Eu não vou deixar você ir! — ele gritou, a determinação transparecendo em cada palavra.

A sombra olhou para Miguel, como se estivesse ponderando sobre sua coragem. — Você não entende, garoto. O ciclo deve ser mantido. Um deve ser sacrificado para que outro possa viver.

Isabela sentiu a luta dentro dela. O que estava em jogo era mais do que apenas sua vida. Era o futuro do bebê que estava por vir. O amor que sentia por Miguel e pela nova vida a impulsionou a resistir.

— Não! — gritou Isabela, lutando contra a influência da sombra. — Eu escolho viver!

A árvore começou a tremer, e os sussurros tornaram-se gritos. A sombra hesitou, mas estava determinada. Miguel se aproximou ainda mais, seus olhos fixos na figura sombria.

— Se você levar Isabela, eu vou com ela! — ele desafiou, um desespero e uma bravura inabaláveis em sua voz.

A sombra olhou para ele, e por um momento, a escuridão pareceu vacilar. Isabela aproveitou a oportunidade e, com toda a força que tinha, gritou:

— Nós não somos suas vítimas! Somos mais fortes do que você pensa!

A árvore começou a brilhar com uma luz intensa, e a sombra soltou um grito agonizante. A energia que a cercava começou a se dissipar, e Isabela sentiu que estava se libertando.

As sombras recuaram, e Miguel agarrou a mão de Isabela. Juntos, eles correram em direção à luz, deixando para trás a escuridão e os sussurros que os atormentavam.

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Sandra Regina

Sandra Regina

Credo meu deu até arrepio aonde não passa nem agulha

2024-10-09

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