Revelações Sinistras

Isabela mal conseguiu dormir naquela noite. Os sussurros e a sombra do cedro a atormentavam. Na manhã seguinte, decidiu que precisava contar a Miguel sobre o que aconteceu. Ao encontrá-lo na cozinha, ela respirou fundo.

— Miguel, eu preciso te contar algo. Fui até o velho cedro ontem à noite — começou, mas antes que pudesse terminar, ele a interrompeu.

— Eu ouvi rumores sobre o cedro, Isabela. Você não deveria ir lá. As pessoas falam que é um lugar amaldiçoado.

Ela ficou perplexa. — Como assim? O que mais você sabe?

Miguel hesitou, olhando pela janela. — Dizem que aqueles que escutam os sussurros nunca mais são os mesmos. Pode ser uma lenda, mas não arrisque.

A ansiedade de Isabela aumentou, e ela decidiu que precisava saber mais. Mais tarde, encontrou um velho livro de história da cidade na biblioteca e começou a ler. As páginas revelavam histórias de tragédias e desaparecimentos que ocorreram ao redor do cedro.

Os relatos eram aterrorizantes. Um casal desapareceu na noite de seu casamento, e seus corpos nunca foram encontrados. A única coisa deixada para trás foi um colar que pertencia à noiva, encontrado sob as raízes do cedro.

Sombra do Passado

A curiosidade de Isabela foi superada pelo medo. Como ela poderia estar ligada a algo tão sombrio? À noite, enquanto tentava se distrair com filmes, os sussurros começaram novamente. Ela cobriu os ouvidos, mas a voz parecia mais clara do que nunca.

— Isabela... venha até nós...

Desesperada, ela acordou Miguel, que se levantou confuso.

— O que foi? Você está bem? — ele perguntou, preocupado.

— Os sussurros estão de novo! — ela exclamou, seus olhos arregalados.

Miguel a abraçou, tentando acalmá-la. — Pode ser apenas um sonho. Vamos dormir juntos.

Mas Isabela não conseguiu. Quando finalmente adormeceu, teve um pesadelo vívido. Sonhou que estava no velho cedro, e uma figura sombria se aproximava. Ela não conseguia ver o rosto, mas sabia que estava sendo chamada.

Ao acordar, estava em pânico. Decidiu que precisava voltar ao cedro, mas dessa vez, não iria sozinha. Ao amanhecer, contou a Miguel sobre o sonho e suas intenções.

— Nós vamos lá juntos — ele decidiu, determinado.

O Retorno ao Cedro

Isabela e Miguel se prepararam para a visita ao cedro. Com lanternas e coragem, caminharam pela propriedade. O ambiente era pesado, e a sombra da árvore parecia mais opressora do que nunca.

— Estou começando a pensar que isso foi uma má ideia — disse Isabela, hesitando.

— Não podemos deixar que o medo nos controle. Precisamos entender o que está acontecendo — Miguel respondeu, firme.

Quando chegaram ao cedro, o silêncio era ensurdecedor. Isabela sentiu um frio na espinha e, ao olhar para cima, percebeu que a árvore parecia mais imponente do que na última vez. Miguel começou a examinar o chão.

— Olha isso! — ele disse, apontando para algo brilhante entre as raízes.

Isabela se aproximou e viu um colar, igual ao que estava descrito no livro. A mão dela tremeu ao tocá-lo.

— O que isso significa? — perguntou, a voz falhando.

De repente, o vento aumentou, e os sussurros começaram novamente. Isabela sentiu uma pressão em seu peito. — Precisamos sair daqui.

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