Espero que gostem do capítulo, estou ansiosa. Beijocas da autora.
Alice começa a tomar medidas para desvendar o mistério e enfrenta novas revelações sobre sua conexão com Elisa Winter e a natureza das sombras.
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O caminho de volta para casa parecia mais longo do que de costume, como se as ruas de Porto Azul tivessem se transformado em um labirinto interminável. A conversa com a velha senhora havia deixado Alice com mais perguntas do que respostas. A noção de que ela estava "ligada" à câmera, de que sua vida estava entrelaçada com a de Elisa Winter, era tão desconcertante quanto assustadora.
Ao entrar em seu apartamento, Alice sentiu o peso das sombras ao seu redor. Era como se algo invisível estivesse à espreita, observando cada movimento seu. A ideia de que Elisa estava presa em algum lugar entre os mundos não saía de sua cabeça. O que isso significava exatamente? Seria um destino que também a aguardava se continuasse com sua investigação?
Ela olhou para a câmera sobre a mesa de centro. A presença dela era como um lembrete constante de que sua realidade estava desmoronando, se distorcendo lentamente. Alice sabia que precisava de respostas mais concretas. Precisava entender a conexão entre ela, a câmera e Elisa Winter, e o que exatamente as sombras queriam. Mas, mais do que isso, ela sabia que precisava descobrir como salvar Elisa – e, por extensão, salvar a si mesma.
Alice se lembrou das palavras da velha senhora: *“Há uma maneira de salvar Elisa... e de salvar a si mesma.”* Mas o que isso significava exatamente? E onde começaria sua busca por essa "maneira"?
Determinada a não ser engolida pelas sombras, Alice pegou o telefone e ligou para Sophie, uma amiga de longa data que era pesquisadora e, ocasionalmente, uma investigadora de fenômenos paranormais. Sophie havia passado anos estudando mistérios inexplicáveis, de casos de assombrações a artefatos amaldiçoados. Alice não sabia se a amiga teria todas as respostas, mas sabia que ela poderia ao menos ajudar a encontrar um caminho.
Sophie atendeu no segundo toque. “Alice! Você está bem? Parece que não nos falamos há séculos.”
Alice respirou fundo. “Sophie, preciso da sua ajuda. Estou envolvida em algo... estranho. É difícil explicar pelo telefone. Podemos nos encontrar?”
O tom alegre de Sophie ficou mais sério. “Claro. Me diga onde e eu estarei lá.”
Alice e Sophie combinaram de se encontrar em uma cafeteria discreta no centro da cidade. Sophie era exatamente o tipo de pessoa que Alice precisava naquele momento: uma mente aberta, alguém que não afastaria suas preocupações como meras ilusões. Elas se encontraram em uma mesa nos fundos da cafeteria, longe de olhares curiosos. Sophie, com seus olhos curiosos e energia vibrante, estava pronta para mergulhar no mistério.
“Então, do que se trata?” perguntou Sophie, mexendo no café enquanto observava Alice com atenção.
Alice contou tudo: a loja de antiguidades, a câmera, as figuras nas fotos, e a história de Elisa Winter. Sophie ouviu com uma mistura de interesse e preocupação. Quando Alice terminou, Sophie ficou em silêncio por um momento, processando tudo.
“Isso é... fascinante,” Sophie finalmente disse, encostando-se na cadeira. “Assustador, sem dúvida, mas fascinante. Uma câmera que captura sombras... uma figura que parece estar te perseguindo. E a conexão com essa fotógrafa desaparecida? Alice, isso parece saído de um dos meus estudos de casos mais estranhos.”
Alice franziu a testa. “Eu sei que soa loucura, Sophie. Mas eu preciso de respostas. Eu sinto que estou correndo contra o tempo. Quanto mais eu uso a câmera, mais as coisas parecem ficar... distorcidas. Eu sinto que algo está me puxando, como se estivesse tentando me levar para o mesmo destino de Elisa.”
Sophie balançou a cabeça lentamente. “O que você está descrevendo soa como um objeto de vínculo espiritual. A câmera... pode ser que tenha sido imbuída com algum tipo de energia residual de Elisa. Talvez, quando ela desapareceu, ela deixou parte de si presa na câmera, e agora essa parte está tentando se reconectar com o mundo físico – usando você como canal.”
Alice ficou em silêncio, absorvendo as palavras de Sophie. A ideia de ser um “canal” para a alma perdida de Elisa Winter a enchia de pavor. “E as sombras? O que são elas?”
Sophie fez uma pausa antes de responder. “Sabe, em muitos casos de fenômenos paranormais, as sombras são consideradas manifestações de entidades que residem entre os mundos. Elas podem ser espíritos perdidos, energias negativas, ou até mesmo ecos de eventos passados. Mas essas sombras que você está vendo... elas parecem ser mais do que isso. Se elas estão se aproximando de você a cada foto, é possível que estejam tentando te levar para onde Elisa está.”
Alice estremeceu. “E onde Elisa está?”
“Se o que a senhora da loja disse for verdade, Elisa pode estar em um tipo de limbo. Um espaço entre a vida e a morte, entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Um lugar onde almas presas existem, incapazes de seguir em frente. E, Alice... você pode estar em risco de ser levada para lá também.”
Alice sentiu o peso das palavras de Sophie. “Então, o que eu faço?”
Sophie pensou por um momento antes de falar. “Precisamos descobrir mais sobre Elisa. A câmera está tentando te dizer algo, e quanto mais descobrirmos sobre o que aconteceu com Elisa, mais perto chegaremos de entender como desfazer isso.”
Alice assentiu. “Eu encontrei alguns artigos antigos sobre Elisa no arquivo municipal. Aparentemente, ela organizou uma exposição antes de desaparecer. As fotos dela mostravam sombras e figuras estranhas, assim como as minhas.”
Sophie se inclinou para frente, interessada. “Talvez as fotos da exposição ainda existam em algum lugar. Precisamos encontrá-las. Elas podem nos dar uma pista sobre o que realmente aconteceu com Elisa e como podemos interromper o ciclo antes que você seja arrastada para o mesmo destino.”
A ideia de investigar mais a fundo a exposição de Elisa deu a Alice uma sensação de propósito, mesmo que o medo estivesse sempre à espreita. “Você tem razão,” disse ela, com uma nova determinação. “Eu vou procurar por mais informações sobre a exposição. Talvez ainda haja registros ou até mesmo fotos preservadas em algum lugar.”
Sophie sorriu, tentando transmitir confiança. “Estamos nisso juntas, Alice. Você não está sozinha.”
Ao deixarem a cafeteria, o sol estava começando a se pôr, tingindo o céu de um vermelho profundo. Alice sentia-se um pouco mais segura com Sophie ao seu lado, mas sabia que o caminho à frente ainda seria perigoso. As sombras continuavam a persegui-la, e a cada novo clique da câmera, ela sentia que o abismo entre os mundos se estreitava.
Alice voltou para casa com a promessa de se encontrar com Sophie novamente no dia seguinte, mas a noite mal havia começado para ela. Quando entrou no apartamento, o ar estava gelado, e o silêncio era denso, como se o próprio espaço ao seu redor estivesse se comprimindo.
A câmera ainda estava sobre a mesa, mas algo estava diferente. Alice sabia que o tempo estava se esgotando. Se ela não descobrisse como salvar Elisa e a si mesma, poderia ser engolida pelo mesmo destino sombrio.
Com uma respiração profunda, ela decidiu enfrentar o que quer que estivesse à espreita nas sombras. Estava na hora de confrontar os ecos do passado, antes que eles a arrastassem para um futuro do qual não haveria escapatória.
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Alice agora começa a investigar mais profundamente o destino de Elisa e as ligações com as sombras, com a ajuda de sua amiga Sophie. A tensão continua a crescer à medida que o perigo se aproxima.
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Atualizado até capítulo 30
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