capítulo 4: portais ocultos

Gente o que será que acontecerá com Alice?

Bem continue lendo para mais beijocas da autora.

Alice começa a se aprofundar mais na verdade sobre a câmera e seu poder, ao mesmo tempo que os eventos ao seu redor se tornam mais intensos e ameaçadores.

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O arquivo municipal havia oferecido apenas um vislumbre da vida de Elisa Winter, mas já era o suficiente para deixar Alice inquieta. Ela sabia que, a cada passo em direção à verdade, estava se aproximando de algo desconhecido, algo que poderia mudar sua compreensão da realidade. A foto de Elisa com a câmera antiga ficou gravada em sua mente como uma cicatriz indelével. Era a mesma câmera. Não havia dúvida.

Alice saiu do arquivo ao entardecer, os últimos raios do sol iluminando as ruas de Porto Azul. O céu estava tingido de laranja e púrpura, um contraste bonito com a escuridão crescente que parecia perseguir seus pensamentos. Enquanto caminhava de volta para o estúdio, Alice sentia o peso da câmera em sua bolsa, como se ela tivesse vida própria.

Ao chegar em casa, ela se jogou no sofá e ficou ali por alguns minutos, absorvendo tudo o que havia descoberto. A tempestade da noite anterior havia deixado o ar mais frio, e o som distante de ondas batendo contra a costa parecia aumentar a tensão que Alice sentia por dentro. Ela olhou para a câmera, repousando na mesa de centro, e sabia que, embora as respostas estivessem começando a se revelar, a verdadeira profundidade do mistério ainda permanecia nas sombras.

Decidida a descobrir mais, Alice pegou a câmera e decidiu testar algo que a vinha incomodando desde o momento em que a figura começara a aparecer nas fotos: e se ela tirasse uma foto de si mesma?

Era uma ideia que lhe causava medo, mas ela sentia uma necessidade crescente de descobrir se aquela presença fantasmagórica a cercava diretamente. Seria a figura apenas uma entidade que rondava os lugares em que Alice estivesse, ou estava ligada a ela de uma maneira mais pessoal e profunda?

Segurando a câmera com firmeza, Alice ajustou o temporizador e colocou-a em um tripé improvisado, apontando a lente para si mesma. Ela se sentou no chão de frente para o sofá, a poucos metros da câmera, sentindo o coração disparar enquanto o clique soava. O barulho ecoou no silêncio da sala, e por um momento tudo ficou quieto, como se o próprio ar houvesse parado de se mover.

Alice se levantou lentamente e pegou a câmera. Ela estava hesitante em revelar a foto imediatamente, temendo o que poderia encontrar, mas sua curiosidade – ou talvez uma sensação de dever – era mais forte. Precisava saber a verdade.

No laboratório escuro, Alice seguiu o procedimento com mãos trêmulas, mas firmes. À medida que a imagem começava a se formar no papel fotográfico, seu estômago se revirava. Inicialmente, viu apenas seu próprio rosto, seus olhos parecendo mais escuros do que o normal, e uma expressão cansada e nervosa gravada em suas feições. No entanto, conforme a imagem ganhava nitidez, Alice viu algo que fez seu sangue gelar.

Atrás dela, uma sombra indistinta estava novamente presente. Desta vez, a figura estava muito mais próxima, quase como se estivesse saindo da parede diretamente atrás de Alice. Seu contorno era escuro, borrado, mas havia uma estranha definição em sua forma. Parecia humano, mas ao mesmo tempo, havia algo intrinsecamente errado. Era como se o ser estivesse preso entre dois mundos, à beira de romper a barreira entre o visível e o invisível.

Alice recuou, seu coração disparando enquanto tentava processar o que via. A figura estava quase ao seu lado, como se estivesse a apenas um passo de distância dela. Mas na realidade, quando tirou a foto, não havia absolutamente nada ali.

O pânico tomou conta dela. Ela sentiu o impulso de jogar a câmera contra a parede, de se livrar daquele artefato amaldiçoado, mas algo a impediu. Sabia que havia mais coisas a descobrir, que essa entidade – seja o que fosse – estava tentando revelar algo a ela. E mais do que isso, sabia que a câmera estava de alguma forma conectada à sua própria vida agora, uma espécie de elo inquebrável entre o presente e o passado.

Ela precisava falar com a velha senhora da loja de antiguidades novamente.

No dia seguinte, com a mente pesada e sem ter dormido quase nada, Alice foi até a loja. Ao entrar, foi imediatamente envolvida pelo cheiro familiar de incenso e o ar pesado de mistério que preenchia o ambiente. A velha mulher estava lá, como se estivesse esperando por ela, com o mesmo sorriso enigmático de sempre.

"Eu imaginei que você voltaria", disse a mulher em voz baixa, seus olhos brilhando com uma sabedoria que parecia ultrapassar o tempo. "Você fez a pergunta errada, minha querida. A questão não é o que a câmera está revelando... mas por que ela escolheu você."

Alice sentiu um arrepio percorrer sua espinha. "Eu não entendo", disse, tentando manter a calma. "O que isso significa? Por que essa câmera me escolheu?"

A mulher se aproximou lentamente, sua expressão se suavizando em algo quase maternal. "Essa câmera não pertence apenas a este mundo. Ela é um portal, uma conexão entre o presente e o passado, entre o visível e o invisível. E você, Alice... você foi escolhida porque tem uma ligação com o que ela carrega."

"Uma ligação?" Alice repetiu, sentindo um nó se formar em sua garganta. "Com o quê? Com quem?"

A senhora respirou fundo antes de responder. "Elisa Winter. Ela não desapareceu por acaso. Ela foi tragada pelas sombras que capturou em suas fotos. E agora... elas estão de olho em você."

Alice deu um passo para trás, o coração disparado. "Então Elisa está... morta?"

"Não exatamente", disse a mulher, sua voz quase sussurrante. "Elisa está presa. Presa em um lugar entre este mundo e o próximo, um reflexo distorcido da realidade. E você... você está sendo puxada para o mesmo destino."

Alice sentiu o chão sob seus pés vacilar. Tudo estava indo longe demais. Ela pensou em se livrar da câmera, abandonar o mistério, mas sabia que não seria tão simples. As sombras a cercavam agora, a espreitavam em cada canto, em cada foto. E mais do que isso, ela sabia que estava envolvida em algo muito maior do que imaginava.

A senhora estendeu a mão e tocou a de Alice suavemente. "Há uma maneira de salvar Elisa... e de salvar a si mesma. Mas você precisará ser corajosa, minha querida. As sombras não são fáceis de derrotar, e elas vão resistir. Mas se você conseguir chegar ao fundo desse mistério... talvez haja uma saída."

Alice olhou nos olhos da mulher, sentindo um estranho misto de medo e esperança. Ela sabia que não poderia mais fugir. Estava em um caminho do qual não havia volta.

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A história está avançando em direção a um confronto com as forças que controlam a câmera e o destino de Elisa Winter. Caso queira mais detalhes continue lendo meus leitores/leitoras.

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Comments

Nixney.ie

Nixney.ie

Amei, simplesmente amei! ❤️

2024-09-09

1

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