Semanas depois, tudo estava um caos, a fúria era insuportável, ele jogava tudo; tinham pedido milhões, Nicolle não podia voltar; faltava pouco para que o contrato que lhe fizeram acabasse.
— Ei, Ira, você vai embora em breve, e nem pense em me esquecer; se eu tivesse te mandado para o Tártaro, aquilo não teria acontecido — diz Fúria, irritado e com um copo de uísque na mão...
— Ninguém esperava aquele golpe, mas ele vai se recuperar em breve; você consegue — o encoraja Nicolle.
— Eu sei, por enquanto você vai com os rapazes cobrar minhas dívidas, eu preciso de dinheiro e temos que conseguir de onde for — Nicolle assente e vai embora. Eles iam de negócio em negócio cobrando e matando quem não pagasse; durante o tempo que lhe restou, foi só isso que ela fez.
— Vim pelo pagamento do Fúria — diz ela, cortante, e eles fazem o pagamento. Daquele aspecto doce não resta nada, já que o disfarce que ela carrega é assustador. Todos têm medo dela. Não há quem lhe resista.
— Aqui está tudo — dizem eles, nervosos, e eles vão embora.
As companheiras de Nicolle foram mandadas de volta para suas casas depois de terem feito um último trabalho. As mulheres tiveram que participar do sequestro de novas vítimas, pois, se não o fizessem, levantariam suspeitas.
Camaleão e Víbora tinham voltado junto com os garotos que estavam como atiradores, mas ainda faltava sua líder, a bela Nicolle. A jovem estava tranquila porque tudo havia saído como planejado e, como não estaria?, se tudo estava sendo tratado exclusivamente com sua equipe, ninguém de fora sabia de nada.
Faltava cada vez menos para seu retorno; ela só fazia trabalhos pequenos como cobrar, assustar pessoas que não pagavam e escoltar Fúria para todos os lugares.
Certa manhã, ela acorda e desce para tomar café. Ela encontra o mafioso comemorando e seus alertas disparam.
— Minha querida Ira, como você está hoje? — Nicolle o observa e franze a testa.
— Não tão bem quanto você, ao que parece — o homem sorri.
— Sente-se, querida, hoje celebramos algo grande, três caminhões cheios de mercadoria, o Tártaro está de volta. — Nicolle sorri, mas não consegue acreditar no que ouve; isso significa que mais vítimas estão chegando, até quando essas pessoas vão continuar fazendo isso? — Sim, minha estimada Ira, uma amiga muito querida, me enviou carne fresquinha, Antonella nunca decepciona; mas que merda está acontecendo, essa mulher continua agindo por conta própria, e agora mais do que nunca eu preciso sair daqui e descobrir o que aconteceu. Talvez seja um plano da elite; é assim que eles agem quando querem capturar algum mafioso. É isso que passa pela cabeça de Nicolle.
Nicolle sorri e brinda com o homem à sua frente. Na cabeça da jovem, passam milhões de cenários onde ela não entende o que pode ter acontecido.
Depois do café da manhã, o telefone do homem toca e ele atende com um grande sorriso.
— Estava esperando sua ligação, você já preparou a droga? — a pergunta inquieta Nicolle.
— Perfeito, traga-a aqui; quero vê-la funcionar imediatamente e aí decidirei se compro ou não de você — o homem desliga a ligação e se levanta da mesa, faz um sinal para Nicolle ir com ele e se dirige a um grande galpão. Nele há homens amordaçados e muito espancados; o lugar cheira horrivelmente; os fluidos e excrementos desses homens estão no ar.
Nicolle os observa e eles estão em um estado deplorável; o homem apelidado de Fúria demonstra o porquê de seu apelido e com um taco com pontas acerta as costas de um deles.
Uma e outra vez até que fica tudo salpicado e ele ri; isso lhe dá muito prazer e satisfação.
— Observe, minha querida e linda Ira; esses restos humanos ousaram me roubar e isso é traição — ele sorri como um maníaco. — Mostre-me sua lealdade e acabe com aquele ali, mas sem armas — diz ele, e trazem um homem amarrado; ele não está espancado, é alto e robusto, com cabelos negros e pele bronzeada.
Um círculo de homens armados os rodeia, ela e o homem que acabaram de trazer; eles a libertam e Nicolle larga a arma; Fúria se senta e sorri.
— Isso vai ser divertido — ele murmura e o homem a observa, depois olha para ele.
— O que significa isso, Fúria? Não vamos lutar, vamos conversar. — Ele tenta protestar.
— Você foi meu braço direito por muitos anos, você é do meu sangue e ainda assim você me traiu — ele cospe com raiva. — O acordo é o seguinte: como você é meu primo, vou deixar você lutar com ela; se você matá-la, você está livre — Nicolle ouve e não se intimida; ela continua olhando para o homem com quem vai lutar.
— Que fique claro que você disse isso — o homem rosna e se lança sobre Nicolle; ela o desvia e o homem lhe dá vários golpes. A jovem apenas o observa e se esquiva para trás.
Seu oponente a derruba e ela bate a cabeça no chão; o homem sobe em cima dela e a estrangula, mas ela o joga para longe, tirando-o de cima dela, e crava sua bota em seu peito. A mulher sobe em cima dele com golpes rápidos e certeiros, depois vai para suas costelas e o faz se curvar de dor com a saraivada de golpes que ela lhe dá.
A risada do mafioso é ouvida atrás dela; ele está curtindo o momento; o homem a atinge no estômago e ela se protege e lhe dá um chute nos pés.
Seu oponente cai no chão e ela o atinge repetidamente sem lhe dar trégua. Nicolle foi treinada desde muito jovem por duas grandes guerreiras e depois recebeu um treinamento ainda mais pesado no acampamento para cadetes. A jovem sabe matar, sabe bater. Não é ter força, é ser rápido e golpear em pontos-chave.
A mulher o atinge no pescoço repetidamente, e quando o deixa tonto, pega sua cabeça e a esmaga várias vezes contra o chão... As roupas e o rosto da jovem ficam cobertos pelo sangue do homem; ela só para quando vê sua cabeça aberta e destruída.
— Perfeito, maravilhoso — diz o mafioso em tom cantado.
— Eu sabia que você era boa, mas não sabia que você era perfeita. Você vai me servir muito mais tarde, minha rainha. — Fúria está feliz, seu primo está morto no chão e ele descobriu um diamante.
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Atualizado até capítulo 91
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