...• Jack Palazinni •...
Acordei com meu celular tocando às seis e quinze da manhã. Peguei o telefone e atendi, me dirigindo ao closet para não acordar Nicole, que descansava entre os lençóis como uma verdadeira princesa. Nós acabamos dormindo juntos na noite anterior, após uma noite maravilhosa.
Era uma ligação do hospital; eu precisava estar lá antes das oito, pois uma cirurgia de emergência estava agendada para as oito e meia. Desliguei a chamada e fui para o banheiro, onde tomei um banho rápido, fiz minha higiene e segui para a cozinha preparar algo para a Nicky comer quando ela acordasse.
Coloquei o café na máquina e peguei o elevador até uma padaria na rua onde moro. Comprei croissant, torradas, geleia, iogurte natural e, é claro, a salada de frutas que não poderia faltar. Voltei correndo e organizei tudo em uma bandeja.
Não queria que ela acordasse tão cedo, considerando que tínhamos ido dormir tarde na véspera, e isso não era muito saudável para uma grávida. Ao reentrar no quarto, eu a encontrei saindo do banheiro, coberta por um roupão.
— Não precisava ter acordado agora.
— Esqueceu que eu também tenho trabalho? – ela respondeu, sem rispidez, mas num tom natural. – Hoje tenho uma audiência e preciso ir ao tribunal. Além do mais, a Yasmin me ligou, disse que está voltando para o Brasil. – fez uma pausa, suspirando.
— Voltando? Mas ela não ia se matricular na faculdade lá?
— É uma história longa. – disse ela, revirando os olhos. – Ela estava fazendo isso pelo pai, mas acabaram discutindo e ela decidiu desistir. Além disso, conseguiu um emprego na empresa onde o Felipe trabalha.
— E a Kethelen?
— Ela também vem. Aquelas duas nunca se separa.
Ela se dirigiu ao closet enquanto eu retornava à cozinha. Precisava sair em quinze minutos se quisesse evitar atrasos, mas antes queria ter certeza de que ela se alimentaria.
Três minutos depois, ela apareceu na cozinha e apontei para a bandeja de alimentos que estava na mesa de jantar. Ela concordou e agradeceu enquanto eu me despedia, pegando o elevador e seguindo para o hospital.
...[...]...
A cirurgia foi bem-sucedida, mas ainda precisaríamos aguardar o paciente acordar para confirmar que não haveria sequelas. No entanto, descartei essa possibilidade com certeza; pelo menos para mim, tenho confiança no meu trabalho e sei que é pouco provável que ele até se lembre da operação no crânio.
Desci para o restaurante do hospital e encontrei Karen com olheiras bem marcadas e uma expressão de cansaço. Ela realmente estava sobrecarregada, sendo cirurgiã cardiologista, realizando cerca de cinco procedimentos por dia.
— Nossa, você está péssima.
— Isso é o resultado de 11 horas de plantão, amigo.
— Você vai pra casa hoje, certo? — perguntei, e ela assentiu. — Que bom. Por que está se sobrecarregando tanto? Há outros médicos que podem fazer algumas cirurgias no seu lugar; a residência já foi bastante desgastante. Tente se desligar um pouco, pegue apenas os pacientes com horário marcado e algumas cirurgias de emergência quando necessário.
— Preciso mostrar que sou competente, Jack. — Ela respondeu, mordendo um sanduíche.
— Karen, você é incrível e não precisa se justificar para ninguém, e você tem plena consciência disso. Você é realmente excelente.
— Eu sei, Jack, mas você também sabe que não lidero nenhuma cirurgia; se já coordenei duas, foi muito. Todo o mérito vai para a Fabi e o Rafael.
Ela suspirou. Karen sempre teve essa tendência a se exigir demais; estava sempre em busca de dar o seu melhor em tudo, e isso era admirável. Acredito que durante sua época de estudante faltaram-lhe muitas palavras de encorajamento. O pai dela nunca apoiou sua escolha por medicina, preferindo que ela seguisse psicologia.
Por essa razão, sua irmã e eu sempre nos esforçamos para motivá-la a nunca desistir de seus sonhos. Nicole sempre foi uma irmã maravilhosa para Karen, e eu tive a oportunidade de ver isso quando, aos 13 anos, Nicole enfrentou os pais por causa da irmã mais velha. Da mesma forma que Karen também fez várias vezes por ela.
— Vá para casa e descanse. Se surgir algum paciente, encaminhe para outro médico.
— Mas...
— Sem “mas”, você me promete que não vai se sobrecarregar, certo?
— Tudo bem.
— Eu só quero que você fique bem, não quero ter que te tratar para a Síndrome de Burnout.
Ela soltou uma risadinha e se levantou. Beijei sua testa e me despedi. Eu chegaria um pouco mais tarde, então enviei uma mensagem para a Nicky avisando. Ela respondeu que à tarde iria buscar as amigas no aeroporto.
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Atualizado até capítulo 33
Comments
Fatima Maria
É UMA HISTÓRIA EXCELENTE E UMA GRAVIDEZ 🤰 DE UMA GRANDE FESTA.
2024-12-10
1
Denise Gonzalez
estou adorando a história
2024-11-25
1
Adriana Mentoring de Mulheres
Que linda história autora parabéns 👏🏻👏🏻👏🏻
2024-09-05
6