Capítulo 15

— Você está tão preocupado agora com minha fidelidade, porquê? Quem trai, acaba sendo traído também. Mas esse carma, graças a Deus eu não carrego. Só carrego um filho, que eu te prometo, James, ele nunca irá sentir falta de ter um pai imbecil como você! — Kate diz e James a ignora. Ele queria muito acreditar nela, mas o ciúmes não deixava, o ciúmes não deixava ele ver a verdade.

Ao chegar na garagem, James coloca Kate no chão e abre a porta para ela, mas ao invés de aceitar, Kate abre a porta de trás e entra.

James bate no vidro da janela, até ela abrir e diz:

— Você está pensando que eu sou seu motorista particular? Saia e sente-se no banco da frente!

— E não está se comportando como? Estamos a três anos juntos e não aprendeu nada sobre mim, aliás, nunca se interessou. Somos um casal de desconhecidos um para o outro. Essa é a verdade.

— Ok, eu sei que errei, não fui o melhor marido do mundo, mas isso não significa que nunca pensei em te conhecer melhor, nunca pensei em tornar tudo verdade. Kate, eu estou muito decepcionado com você, tem um nó na minha garganta que não sai! O meu peito está queimando de raiva e decepção…

— Não quero saber dos seus sentimentos, apenas dirija! — Kate diz e vira o rosto para ele.

James fica indignado com a frieza de Kate. Ele bate na porta, com raiva por ter começado a se abrir com ela e ela ter ignorado totalmente seus sentimentos.

Ele entrou no carro e colocou a mão no volante, olhou no espelho retrovisor e viu Kate ainda com o rosto virado, evitando olhar para ele.

— Você também nunca fez nada para as coisas darem certo, acho que só a minha mãe acreditou nessa mentira. Eu pelo menos fui sincero dizendo que existia Miranda… Se tivesse me falado sobre o Edward, eu nunca teria me apaixonado por você.

Por um segundo Kate olhou para o espelho retrovisor e por um segundo ela sentiu que deveriam esclarecer as coisas, mas logo desistiu, pensou que já ouviu demais de James, que se ele quisesse mesmo esclarecer algo, não continuaria jogando acusações.

Ela encostou a cabeça no vidro e continuou calada, olhando para fora, ignorando ele.

Desistindo, James deu a partida no carro, ele pensou que toda aquela situação estava o deixando fraco demais. Sua mãe faleceu e tudo o que ele queria agora era um colo para deitar sua cabeça, tudo o que ele queria era abraçar Kate e sentir o cheiro dela. Mas para isto, ele teria que passar por cima de seu orgulho…

Assim que chegaram na porta do hospital, Kate saiu sem se despedir. De surpresa foi abordada por Edward, que apareceu do nada.

— Kate! Você está bem? Me disseram que viram você saindo daqui, se arrastando. Kate, você tem que tomar cuidado, não só pelo bebê, mas por sua vida também!

Kate olha para James, com os olhos arregalados, ela não esperava que Edward aparecesse assim e começasse a falar do bebê do nada, a abraçando. Ela até estranhou, pois ele não costumava ser assim, tão dramático.

James rosnou, bateu no volante, pisou no acelerador e foi embora acelerando.

Kate olhou para Edward, ainda perdida e perguntou:

— Bebê? Como você sabe que eu estou grávida?

— Ah, bem… estava no seu prontuário.

— Não, não estava. Eu pedi a Tereza para não colocar no meu prontuário, pois eu não queria que essa notícia se espalhasse pelo hospital agora.

Kate se livra dos braços de Edward e se afasta.

— Ela deve ter esquecido e colocado.

— Certo! Então vou lá pegar esse prontuário! — Kate diz, se virando de costas e andando rápido em direção a porta do hospital.

— Kate, espera! — Edward grita e Kate se vira para ele. — Eu menti, não vi no prontuário. Vi o exame que carregava, quando você passou mal e eu te socorri.

Com as sobrancelhas unidas, Kate caminha devagar até Edward e parando em frente a ele, ela diz:

— Naquele dia você me disse que não sabia o que eu tinha.

— Ok, você me pegou. Menti novamente, porque não queria invadir sua privacidade…

— Mas você invadiu!

— Eu só queria saber o que você tinha, se tinha algo grave! Olha, meu pai é o seu tutor legal e ele me pediu para ficar de olho em você.

— Eu já sou maior de idade, então não preciso mais de tutor.

— Mas continuou deixando as suas responsabilidades com ele.

— Sim, verdade…mas logo isso irá mudar. — Kate se virou e foi embora, não esperando Edward.

Ela ficou um pouco desconfiada, ao descobrir que ele mentiu. Pensando sobre seu comportamento, pensou que ele andava se comportando de forma estranha ultimamente.

Mesmo sabendo que ele não tinha visto no prontuário a gravidez, ela conferiu o prontuário e realmente não estava escrito lá gravidez e apenas um mal estar por estresse.

Kate deveria ficar no quarto, ela sabia que precisava descansar e talvez tomar alguns nutrientes pela veia, mas ao invés disso, ela pegou o elevador e foi até a central de segurança.

Chegando lá, ela apresentou uma autorização que tinha, para ver as gravações das câmeras.

Desconfiada das mentiras de Edward, ela pediu que lhe mostrassem as gravações do consultório de Edward no dia em que James disse tê-la visto beijando Edward.

Edward havia lhe dito que as câmeras estavam desligadas no momento que tudo aconteceu e parecia ser verdade, já que o operador de câmeras, não encontrou as gravações.

Pensativa e não satisfeita, Kate pediu para que lhe mostrassem as gravações no entorno, próximo ao escritório de Edward, antes de James entrar.

Então ela viu, James caminhando no corredor, abordando algumas pessoas e aparentemente perguntando algo, e viu Edward olhando em direção a James e entrando em seu consultório, um pouco antes de James entrar.

Isso não provava muitas coisas, mas Edward teve um comportamento bem estranho, segundo Kate. Ela pensou que talvez não deveria mais confiar no seu professor e colega de profissão.

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