Mecher Com O Que Não Devia

57 dias até o incidente

- O vinho está bom? - Perguntei olhando Layla por trás do meu menu.

- Isso não é vinho, é suco de uva. - Disse ela sorrindo.

- Mas vinho também é suco de uva.

Nós rimos

Estávamos em um restaurante a céu aberto. Era umas onze da manhã mas e o sol brilhava forte la em cima, cobrindo toda a cidade numa tempestade de fogo. Graças a Deus nós estávamos num canto fresco num restaurante aberto na orla da cidade, debaixo da sombra de um imenso pé de castanhola e tendo como paisagem o rio e a deusa Yamanjah na ilha quase no centro do rio.

- Não está na hora de buscar as meninas? - Disse ela.

- É apenas meio dia, e eu mandei um amigo ir busca-las, com um código.

- Que interessante.

Um jatski passou pelo rio, seguido por uma lancha.

- Esse lugar lembra muito minha terra.

- Israel?

- Sim.

- Porque vocês sairam de lá?

- Não sei ao certo. Meu pai tinha um sonho de conhecer o Brasil desde pequeno. Então depois que casou e nos teve ele veio para cá. Faz uns três anos que ele morreu.

- Vão fazer seus pedidos senhores? - Perguntou um gentil garçom.

Layla tinha um quipar novo, dessa vez branco com detalhes de flores. o quipar deixava ela com uma aurea muito bonita.

- Sim. - Eu falei. - Me traga esse assado vegano de batata com cogumelos e para beber um suco de manga com leite de soja.

- Você é bem interessante, Nilton. Desde quando você é vegetariano? - Perguntou Layla.

- Nasci em um lar de vegetarianos. Mas eles eram liberais. Meu pais era vegetariano restrito e minha mãe era ovolactovegetariana. Então fiquei com o ovovegetariano.

- Legal, quero um dia experimentar da sua comida.

- Você pode ir quando quiser la em casa.

- E a senhora, madame. - Reafirmou o Garçom.

- Ah sim, eu quero esse bacalhau, por favor. E pra beber me traga uma cerveja.

- Judeu imundo!

Um homem de meia idade parou diante de nossa mesa e olhou com raiva e arrogância para Layla.

- Desculpe, o senhor tem algum problema? - Perguntou Layla.

- Vocês matam crianças. vocês são terroristas piores que animais. Hitler estava certo em exterminar vocês.

O senhor cuspiu no chão com despreso.

Quando eu fiz menção de me levantar o Garçom apareceu. Pegou pela gola do senhor e o jogou na rua. O velho tropeçou e caiu.

- O senhor nunca mais apareça aqui, se não eu chamo a polícia. - Disse o Garçom.

- Eu, e... eu e que não como aqui mais. Vocês hospedam gente ruim assassinos de crianças.

Ele se levantou e foi embora gritando ameaças.

Dessa vez não só o Garçom apareceu mas também o gerente, um homem alto, de barba e cabelo lizo. Ele tinha caixinhos nas costeletas, indicando ser um autêntico judeu.

- Me descupem pelo incomodo - Disse ele. - A comida de vocês dois hoje é por conta da casa.

- Oh, isso é maravilhoso. - Disse Layla. A apreensão sumindo e subistituindo pela alegria.

As meninas vinham chegando com mochilas nas costas e roupa da escola junto com Felipe, um amigo da faculdade.

- Oi meninas, o titiou acertou bem o código? - Falei.

- Sim, ele disse certinho. - Disse Natália.

- Estou com fome, papai. - Disse Paula.

- A comida está ja chegando. Mas, o que é isso em seu pescoço?

Havia marcas rochas no pescoço dela. Peguei suas mãos e seus braços tinham marcas de contusões.

- Nat, venha aqui.

Eu olhei Natália. Ela também tinha uma marca no rosto, nas mãos e na barriga.

- O que houve, quem fez isso com vocês. Felipe?

- Eu também notei. Elas não quiseram falar. Mas a diretora da escola falou que elas haviam se envolvido numa briga. Elas estavam na secretaria esperando.

- Ok, em casa conversamos. Obrigado Felipe. Como está sua noiva.

- Ela tem reagido bem aos medicamentos. Estamos orando.

- O que houve com a noiva dele? - Disse Layla.

- Eliana está com leocemia. Está internada, recebeu uma nova medula recentemente. Parece se recuperar bem.

- É, continuamos a orar por ela. - Disse Felipe. - bem, eu tenho que ir. Foi bom te ver Nilton. Meninas...

Ele saiu.

Ao chegar em casa, as meninas sentaram no sofá. Estavam tristes. Layla foi a cozinha para preparar algo para comer, apesar de termos voltado de um restaurante.

- Você não vai trabalhar hoje? - perguntou ela.

- Não, hoje eu não tenho aula.

Eu sentei perto das meninas.

- Então, o que aconteceu na escola?

- A culpa não foi dela, foi minha. - Disse Natália.

- Ok, ok. Apenas diga o que houve.

- A professora deu uma aula sobre a história dos judeus e um dos colegas falou que na verdade os judeus roubaram a palestina dos palestinos. Então Paula se levantou e disse que os reias ladrões eram os palestinos, que os judeu são os donos reias da terra, e que uma palestina nunca existiu. Então no recreio, um grupo apareceu para ensianar uma lição a ela, e eu tentei defender. Então eles bateram em nós, nos chamaram de terroristas e filho de assassinos. Depois a professora apareceu e nos levou para a detenção.

Houve um período de silêncio, quebrado quando o barulho de uma panela caindo ressoou por toda a cozinha.

- Minha culpa, arrumo já. - Layla falou da cozinha.

- Vamos apanhar? - Perguntou Natália.

- Acho que vocês ja apanharam demais por hoje. Eu vou ligar para a diretora pedindo uma explicação da própria escola, vocês merecem um prêmio, na verdade, pelo que fizeram.

Layla trouxe suco e torrada para a sala e as meninas sentaram para comer.

- Então, o que você vai fazer.

53 dias até o incidente

- Já é a quarta vez que minhas meninas são agredidas na escola e vocês não fazem nada. O que eu preciso fazer pra que vocês possam tomar alguma atitude? - Falei enfurecido pelo telefone.

- Senhor, se acalme, isso é uma escola livre cada pessoa pode ter a opinião que quiser. - retrucou a vóz do outro lado.

- Mas não é um lugar seguro para minhas filhas. Não vejo outra solução a não ser retirar elas daí.

- Ok, tire, mas eduque elas para não defender paises terroristas.

Eu desliguei na mesma hora. Ficar um tempo a mais com pessoas assim é ruim para o cérebro.

Eu estava em casa, com as duas meninas sentadas no sofá com múltiplas contusões por todo o corpo.

- Meninas. - eu disse. - A partir de amanhã vocês não precisam ir para a escola mais.

Elas correram e me abraçaram. Eu passei a mão nas cabeças delas enquanto colocava o telefone no gancho.

- Esse não é mais um pais seguro para nós.

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