O Crepúsculo Do Mundo

O Crepúsculo Do Mundo

Órion

174 dias após o incidente

Sortudo são os que morreram. Será? Eu ainda estou decidindo isso. Eu fui um dos que sobreviverem. Algumas pessoas dizem que nós fomos os polpados para sofrer a grande tribulação. Religiosos. Eu estou revirando os olhos agora, só pra você saber. Eu ainda vejo esperança, não para esse mundo. Esse mundo já era, o homem finalmente conseguiu destrui-lo. Finalmente. Mas um novo mundo, um melhor, construido nas cinzas desse mundo velho, por alguém com maior responsabilidade que os nossos lideres atuais.

Nesse momento me encontro no campo de refugiados sigma, um dos milhares espalhados pelo mundo. Nesse caso estou numa pequena ilha na nova Zelândia, um lugar tranquilo. Estamos a 174 dias após o incidente, como você viu no título. Jesus não voltou, ainda, para pegar seu povo, e a terra se autodestruiu. Infelizmente a data real do incidente foi apagada. Por isso vou narrar esse livro como antes de depois do incidente. O dia em que a humanidade entrou numa guerra tão grande, religiosa, que milhares de vidas inocentes foram perdidas. O dia em que o nosso mundo foi destruido.

As pessoas chamam de fim do mundo, honestamente, acho que o real fim do mundo ainda está por vir. Eu vejo como que uma preparação para as coisas que acontecerão daqui para frente.

Eu olho a constelação de orion, acima de mim, tão linda, tão majestosa. Sobre essa constelação Jacó dormiu e sonhou com uma escada que subia ao céu com Anjos sobre ela. Foi nessa constelação que uma simples mulher uma vez teve um visão e via Jesus voltando por ela. A constelação mais amada dos que ainda esperam o retorno de Jesus para transformar esse mundo caído num mundo melhor. E agora eu olho para ela, e então, começo a lembrar.

64 dias até o incidente

Foi numa bela manhã de novembro não lembro o dia, eu acordei no meu apartamento, estava chovendo bastante la fora. Eu não tinha TV, mas abri o site de notícias para ver as notícias do dia. Estava como nos outros dias, os conflitos no oriente médio se intensificaram com as ameaças do Iran de destruir Israel, a balela de sempre. A onda de protestos pela Inglaterra, estados unidos e São Paulo, coisa que se tornou frequente com as guerras no oriente médio.

Eu não queria me estressar. Eu estava numa situação muito boa para pensar em guerras. Eu tinha acabado de terminar de pagar por meu apartamento, estava com um belo carro financiado, trabalhava meio período como professor e outro meio período como Uber, eu gostava das duas coisas. E como se não bastasse, para completar minha felicidade, eu tinha duas filhas lindas, que eu havia adotado a pouco mais de sete meses.

Não, eu não era casado, e não tinha interesse em relacionamentos, mas amava crianças, então resolvi adotar duas lindas meninas, uma de seis anos e outra de 12. Eu queria só a de seis, a de dose foi um brinde. Elas eram irmãs a moravam no mesmo orfanato. A mais nova era branquinha e tinha o cabelo ruivo cheio, enquanto a mais velha tinha o cabelo loiro.

Elas ficaram super felizes quando souberam que eu adotei elas, visto que ninguém as queria por terem um certo grau de autismo.

Eu fechei o notebook e coloquei a água para ferver. Eu dava aulas a tarde no Instituto federal, e pela manhã bem cedo eu começava meu trabalho de uber depois de levar as meninas para a escola.

- Ja está acordado papai? - ouvi uma vós.

Palinha estava de pé, segunrando um urso rosa e esfregando os olhos. Usava seu pijame rosa.

- Oi bebê, porque acordou tão cedo?

- Pesadelo.

O nome delas eram Maria Paula a mais nova e Maria Natália a mais velha.

Eu peguei ela no braço.

- E agora ainda tá com medo?

- Um pouco.

- Me conte sobre o pesadelo.

- Eu vi bombas caindo sobre nossas casa. Pessoas mortas. Foi muito assustador.

Acho que eu estou dexando meu computador aberto demais.

- Ja passou bebê. Volte a dormir, ja ja vou preparar o café da manhã.

Eu dei um beijo na testa e ela voltou para o quarto.

Preparei o café da manhã, Cevada quente, com torradas. Preparei o prato das duas. Uma gostava de torrada com maionese enquanto a outra gostava de torradas com geleia. Enchi as canecas delas de achocolatado e liguei a música.

As duas sairam do quarto após alguns minutos, já vestidas e de banho tomado.

- Prontas para a escola meninas.

Natália soltou um bossejo.

- É primeiro dia de aula, pai. A gente nunca ta pronta.

Eu ri. Depois de um bom café da manhã eu as levei para a escola, uma escola evangélica que ficava na cidade vizinha.

- Pai, porque a gente tem que estudar numa escola que fica em outra cidade? - Perguntou Natália.

- Porque eu não confio muito no ensino regular. - Eu sorri para ela. - Você vai gostar de lá. E se precisar de ajuda, vocês tem o celular que eu comprei pra vocês.

Elas mostraram o celular. Simples, que abre e fecha.

- Porque a gente não pode ter um digital? - Perguntou Palinha.

- Quando vocês tiverem idade e responsabilidade eu darei um digital para vocês. Até la, vocês só precisam desse celular aí. Ok?

Elas acenaram.

Eu morava na cidade de Petrolina, num apartamento de um dos quatro prédios que ficavam no bairro da Cohab Manssagano. A cidade ficava na beira de um rio que separava o estado da Bahia do estado de Pernambuco. Do outro lado havia a cidade de Juazeiro, uma cidade histórica, ligada a Petrolina por uma ponte. E nessa hora, o trânsito estava horrível.

Eu olhava a fileira de carros, parecia que um acidente havia ocorrido no meio da ponte. Os carros prosseguiam vagarosamente.

- Que lento! - Disse Paulinha.

- Eu sei. Da próxima vez vamos de barquinha.

Finalmente o trânsito começou a andar então prosseguimos para a escola.

Depois de dar um beijo nelas duas, eu fiquei parado com o aplicativo ligado esperando uma corrida. Coloque o pen drive a uma música de casting crowns começou a tocar.

Logo o app apitou. Alguem a duas quadras de distância pedia uma corrida. Quando o encontrei era um senhor com uma capa de chuva e chapéu. Ele segurava uma sacola, tinha barba e olhos escuros.

- A cara, você salvou minha vida. O dia hoje tá péssimo.

De fato, a chuva torrencial havia mudado para uma mais forte.

- Péssimo dia para sair hoje. - Eu falei.

- É. Há você é judeu?

Eu olhei para a estrela de Davi, um colarzinho que uma criança judia havia me dado quando eu a levava para casa dela em um certo dia. Eu havia pendurado o colar no retrovisor do carro.

- Na verdade, sou sionistas, apoio o estado de Israel.

- Então e você viu as notícias? Iran está ameaçando jogar uma bomba nuclear em Israel.

O carro havia entrado na estrada principal em direção a ponte.

- Que loucura. Se Iran fizer isso, vai está desencadeando uma guerra nuclear sem precedentes. Estados unidos vai agir. Então China, Rússia, vai ser a terceira guerra mundial.

- Eu sei, não é loucura. Mas depois do incidente em Tel Dan, onde o líder supremo do Iran morreu, os países aliados todos apoiam uma escalda nuclear contra Israel.

Não muitos dias o líder supremo do Iran foi morto em Tel Dan, solo israelita, numa conferência de paz entre as nações. Israel nega ser o autor, mas Iran, iraque e vários outros países, inclusive o Brazil., acusam Israel de traição.

Porém, uma escalado nuclear era algo absurdo de se pensar.

Nós atravessamos a ponte e deixei o rapaz na praça Simão durando. Em frente ao colégio Maria Auxiliadora.

- Olha cara, você parece um cara legal. Pegue esse cartão e vá até o endereço no verso. Quem sabe isso possa salvar sua vida.

Eu olhei o cartão. Nele dizia Comunidade crepúsculo do mundo, a salvação aguarda na chama. E no verso trazia um endereço.

- O que é a... - Eu falei, mas o homem havia simplesmente sumido.

Guardei o cartão e fui para a próxima corrida.

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