A previsão de chegarmos à ilha da Gorgona era de exatos dois dias, então enquanto o barco seguia seu destino, tínhamos um tempo para nos preparar. Luther se trancou em sua cabine para um preparo que ele disse precisar de privacidade, então nem mesmo os seus homens poderiam interrompê-lo.
Já eu... Digamos que eu fiquei na minha cabine sofrendo de má digestão. Enquanto eu tentava dormir, todas as lembranças do maldito Castro estavam me atormentando.
- Porra, eu sempre adquiri conhecimento e habilidades de tudo o que como, mas nunca lembranças... E porque tem que ser logo desse infeliz???
Castro foi mesmo um maldito monstro, ele violentou varias mestiças e criaturas mágicas como bem quiz fazer... Ele nunca se importou com suas idades, ele chegou a matar crianças, esse monstro maldito, matar ele foi um favor que fiz ao mundo, mas eu só não entendia porque eu tinha que sofrer com as lembranças desse maldito.
Eu passei boa parte da noite chorando e sendo atormentada com aquelas lembranças, até finalmente conseguir dormir.
Voz familiar: - Então finalmente você está tendo problemas com suas habilidades?
- Quem está aí? Quem é você? - Perguntei olhando em volta, mas não vi nada além de escuridão.
Voz familiar: - Então você se esqueceu mesmo, não é?
- Me esqueci? Eu... Eu me esqueci de muita coisa!
O dono da voz surge da escuridão revelando sua identidade com um grande sorriso.
- Já faz um tempo, jovem elfa!
- Quimera... Eu... Eu agora me lembro, você é a quimera que se... Eu não sei o que você fez, mas me deu suas habilidades mágicas, mesmo depois de me recusar a lutar com você! - Finalmente eu me lembre de tudo em relação a Quimera.
- Na verdade eu usei a minha habilidade mágica de transmutação para te dar o que era necessário para evoluir para a sua nova raça! - Disse a quimera.
- Certo, entendi... Sabe, você me ajudou por conta da deusa Ydethidy, mas mesmo assim, eu gostaria de saber o seu verdadeiro nome, se não for incomodo!
Quimera suspirou e disse: - Eu tenho vários nomes, mesmo sendo uma quimera é claro, mas... Bom, pode me chamar de Abalder!
- Certo, Abalder!
- Bem, vamos ao seu problema. Eu vi que você finalmente conseguiu explorar 50% do seu poder e agora está tendo problemas com ele!
Eu suspirei e disse: - É eu... Eu não consigo interromper essas lembranças da minha última refeição!
Abalder sorriu e disse: - A solução é mais simples do que você imagina!
- Sério?
Abalder sorriu e disse: - Sim, claro, você só precisa parar de se sentir culpada pelas vítimas da sua refeição, o sentimento de culpa é o que mais atrapalha no uso das suas habilidades, afinal de contas... Você é um demônio e demônios não devem sentir culpa!
Eu abri os meus olhos e então percebi que já estava na minha cabine e estava acordada.
- Droga... Não sentir culpa, não é? - Digo com a mão esquerda sobre a cabeça.
Mais um flashback das lembranças de Castro, e mais uma garota inocente sendo violada.
Eu me coloquei de pé dizendo: - É fácil falar, Abalder... Você já está morto!
Eu saí da minha cabine e vi que ainda era noite e o vento soprava frio e silencioso, eu abri as minhas asas para senti-lo, e relaxar um pouco.
- É estranho um vento tão frio ser tão gostoso, não é?
Eu me virei rapidamente e me deparei com Luther na parte de cima do barco. Ele parecia não estar muito afim de dormir também.
- Luther, o que faz acordado a essa hora? - Digo passando meu cabelo por trás da orelha com meus dedos.
Luther sorriu para mim e disse: - Eu deveria te fazer a mesma pergunta!
Eu baixei a minha cabeça e respondi: - Eu... Estou tendo pesadelos!
Eu esperava ouvir uma risada de Luther, mas ele ficou em silêncio, olhou para o céu e logo depois fechou os seus olhos.
- Sabe, quando eu tinha pesadelos, minha irmã sempre me deixava dormir com ela, isso... Isso sempre me deixou bem!
Eu sorri e perguntei: - Você está dizendo que se eu dormir com você essa noite, eu vou me sentir melhor, senhor Luther?
Luther ficou corado e totalmente sem jeito, então tentou se explicar: - N-não foi isso que eu... Quero dizer, não é o que você... Droga... Me desculpa, eu não queria que você tivesse me interpretado mal!
- Mas eu aceito!
- O quê??? - Luther ficou espantado.
- É isso mesmo que você ouviu, eu estou indo dormir com você! - Eu subi as escadas e fui até Luther.
Luther sem jeito não sabia o que dizer.
- Luther, você vai na frente, estou falando sério!
Sem dizer uma palavra, Zetho acenou com a cabeça mostrando estar nervoso, e então seguiu na frente.
Assim que entramos em sua cabine, eu olhei de um lado para outro e sorri dizendo: - Só não tenta nenhuma gracinha, ou eu vou comer você, entendeu?
- Não, eu nunca tentaria algo com você... Quero dizer, não que eu não tentaria, mas é... Droga, você entendeu! - Disse Luther sem jeito.
Eu dei um tap na testa de Luther e disse: - É claro, eu entendi, seu bobo!
Luther respirou mais aliviado, então ajeitou sua cama para nos deitarmos, e depois de tudo certo, ele parou, olhou para mim e me perguntou: - Você... Prefere dormir no lado esquerdo ou no lado direito da cama?
- Vou ficar com o lado esquerdo, pode ser?
- Mas é claro, é você quem escolhe! - Disse Luther assumindo seu lugar na cama sem hesitar e demonstrando seu nervosismo.
Quando eu comecei a tirar a minha roupa, Luther se espantou e disse: - Samphyr, o que está fazendo, eu... Eu... - Ele não conseguiu terminar o que ia dizer.
- Ei, relaxa, essa é a melhor forma que encontrei para ficar mais confortável para dormir, minhas asas incomodam um pouco, então eu uso elas para cobrir meu corpo quando vou dormir!
Luther respirou aliviado quando me viu cobrir meu corpo nú com as asas para me deitar.
Enquanto estávamos deitados, senti que Luther estava fazendo o possível para não me tocar, mas... Não era o que eu queria... Eu...
- Luther...
- Sim?
- Você pode me... Abraçar?
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Atualizado até capítulo 50
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