Não... Eu não fiz nada com o caçador, nem ao menos toquei no seu corpo, eu apenas me sentei ao seu lado e acabei pegando no sono.
Voz masculina: - Eu quero que prometa uma coisa pra mim!
- Depende!
Voz masculina: - Ei, você vai mesmo vir com essa agora?
- Eu acho mais do que justo, você não quer que eu prometa algo que eu não vá cumprir, não é?
Voz masculina: - Você tem razão! - Ele finaliza dando uma risada.
- E então, o que você quer que eu prometa?
Voz masculina: - Promete que vai sempre me amar?
- Essa é uma promessa muito fácil de fazer... Sim, eu prometo!
Voz masculina: - Eu te amo... Samphyr!
Meus olhos se abrem e ao despertar do meu sono, eu notei que dos meus olhos escorriam lágrimas que corriam pelo meu rosto. Eu também senti um forte aperto no coração, como se eu tivesse perdido algo muito importante para mim.
- Pesadelo? - Perguntou uma voz familiar.
Eu me virei e ali estava, o caçador estava sentado ao meu lado, enquanto olhava para o nada.
- Você é corajoso ou muito burro para ficar aí sentado do meu lado, mesmo sabendo que eu posso devorar você em questão de minutos! - Digo enxugando as minhas lágrimas.
O caçador suspirou e disse: - Se você quisesse me matar, já teria feito enquanto eu estava inconsciente!
- Eu só não te matei porque eu estava muito cansada, ok? Além do mais... Você conhece uma pessoa que me interessa saber mais sobre ela! - Digo fazendo um beicinho.
- Elizabeth, não é?
- Exatamente, então você se lembra do que aconteceu ontem? - Perguntei curiosa.
O caçador colocou sua mão direita sobre a cabeça e disse: - Vagamente!
- E então, você pode me falar mais sobre ela?
O caçador sorriu para mim e disse: - Só se você prometer que não vai tentar me matar depois de conseguir a informação!
- Você foi até a minha casa, lutou comigo, me aprisionou, tentou me vender e acha que eu ainda vou tentar te matar depois de tudo isso? Que nada, eu estou muito feliz com isso tudo! - Digo ironicamente.
O caçador deu uma risada e disse: - Tá certo, eu ferrei com você!
- Ótimo, espero que entenda quando eu te matar após saber o que preciso! - digo com um sorriso malicioso.
- Tá certo... Elizabeth é a minha irmã mais nova, nós costumávamos trabalhar juntos, sabe... Caçar monstros e criaturas mágicas por recompensas, vivas ou mortas, quanto maior o valor, melhor... Ela sempre foi melhor com a persuasão, ela sempre cuidava dos clientes enquanto eu fazia a parte suja. Acontece que um dia a ganância dela foi além e... Uma certa noite ela foi embora sem falar nada. Eu a procurei por muito tempo, e quando a encontrei, ela estava trabalhando com um grupo de saqueadores. Puts, roubar e tirar a vida de pessoas inocentes, ela realmente se rebaixou muito por causa do dinheiro! - Disse o caçador de cabeça baixa.
- Me responde uma coisa, senhor caçador, você acha que o que ela está fazendo agora é diferente do que você faz?
O caçador sorriu e perguntou: - Você se considera indefesa?
O desgraçado estava certo, diferente das pessoas do vilarejo que eu estava, eu ainda pude lutar contra ele pela minha liberdade... Eu só perdi porque eu não fui cautelosa suficiente.
- Tudo bem Caçador, chegamos a um conceito aqui, mas e sua irmã, você sabe onde ela está agora?
O caçador olhou para o teto e disse: - Sabe, eu não fui atrás de você atoa, eu só achei sua caverna marcada no mata de aventureiros porque eu estava procurando a minha irmã, eu estava seguindo o seu bando, mas acabei perdendo o rastro dos desgraçados depois que atacaram aquele vilarejo próximo a sua floresta!
- O meu vilarejo... - Disse cabisbaixa.
Surpreso, o caçador perguntou: - Como é?
- É eu... Eu morava lá antes de... Eu não sei, ainda está tudo muito confuso para mim, eu não me lembro! - Disse enquanto olhava para a minha mão.
O caçador alisou o queixo com a ponta dos dedos analisando o que eu acabava de dizer.
- Agora entendo... Você não é um simples demônio... É uma elfa de sangue. Não... Você é mais do que isso, você já está no nível de um demônio selvagem!
Eu desviei o meu olhar e disse: - É isso que sou atualmente... Um demônio selvagem, não é?
O caçador suspirou, e depois de olhar para o nada por um tempo, ele perguntou: - Ei, você tem um nome?
Eu olhei para o caçador surpresa e disse: - Sim... Eu... Eu me chamo Samphyr!
- Samphyr... Belo nome!
- Obrigada, eu acho! - Disse sem jeito.
- O meu é Luther, não é tão bonito quanto o seu, mas eu gosto! - Disse o caçador com um sorriso.
Eu retribuí o sorriso e disse: - Luther... É bem melhor do que ficar te chamando de caçador o tempo inteiro!
Luther resolveu se colocar de pé e me estendeu sua mão.
- Vem, vamos conversar em um local mais confortável!
Eu acenei com a cabeça e peguei sua mão. Ele me ajudou a me colocar de pé e disse: - Eu entendo que se aquele vilarejo era o seu, a suas intenções com a minha irmã não são nada boas, mas... Eu acho que antes de qualquer coisa, você deveria conversar com ela primeiro, às vezes, nem tudo é o que parece ser!
- Será? - Digo com deboche.
Luther deu uma risada e disse: - Céus, olha só para você, para mim você não passava de um demônio desalmado, mas você acabou deixando claro para mim que não é bem assim!
Eu respirei fundo e disse: - Tudo bem, talvez você esteja certo, mas não pense que eu desisti de te devorar, isso está longe de acabar!
Luther sorriu e disse: - Tudo bem, não vou me esquecer!
Luther começou a caminhar e acenou para que eu o seguisse. Pela primeira vez, eu saí daquele quarto escuro, e segui Luther até o lado de fora do que parecia ser um tipo de barco de madeira, mas é claro que ao olhar ao meu redor, eu fiquei totalmente surpresa.
- Luther nós... Nós estamos voando??? - Uma cutícula de suor escorreu da minha testa pelo rosto.
Luther olhou para o horizonte e disse: - Isso mesmo, esse é um barco arcano, ele pode voar com o uso da antiga magia rúnica do vento!
Interessada, eu perguntei: - Então você possui conhecimento em magia rúnica?
- Um básico dela, tanto eu quanto a minha irmã!
Por alguma razão, Luther acabou ficando ainda mais interessante.
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Atualizado até capítulo 50
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